O Amor para sua Vida

Capítulo 3 - Cartas e sentimentos

O dia seguinte foi o último dia da missão de Lee em Suna.

Gaara foi até os portões da vila se despedir dos ninjas de Konoha. Ele deu adeus a todos, mas antes de partirem, pediu uns minutos a sós com Rock Lee, o que arrancou olhares um pouco tortos dos demais membros do time. Mas Lee apenas pediu que eles seguissem viagem, que logo os alcançaria. Quando os outros três já estavam distantes, Gaara voltou-se para Lee e seu olhar transparecia tristeza.

— Vou sentir sua falta! — disse o Kazekage.

— Também vou sentir a sua! — Lee respondeu.

Ficaram algum tempo em um triste silêncio, até que Lee tomou a iniciativa e estendeu um pouco sua mão, tocando de leve a mão de Gaara. O maior desejo de Gaara naquele momento era abraçá-lo e beijá-lo novamente, mas não o faria. Não ali, sob o olhar atento dos vigias do portão. Gaara apenas entrelaçou seus dedos com os de Lee, que sorriu para ele. Aquele sorriso doce, que aquecia o coração do Sabaku.

— Tudo bem se eu escrever pra você, de vez em quando? — Lee perguntou.

— Mas é claro! — Gaara respondeu com um sorriso alegre — Eu vou adorar receber cartas suas!

— Que ótimo! — Lee disse com uma empolgação um tanto exagerada, que arrancou algumas risadas do Kazekage e o deixou um pouco constrangido consigo mesmo — Bem então... até a próxima, Gaara... — disse envergonhado.

— Até a próxima, Lee — Gaara respondeu

Lee sorriu e virou-se para ir embora, e Gaara fez o mesmo. Lee encontrou-se com seus amigos no caminho, que o questionaram o que o Kazekage queria, e ele disse que era apenas uma dúvida sobre Taijutsu. Sakura e Tenten engoliram a desculpa, mas não Neji. Neji era esperto demais. Observador demais... Seja lá o que fosse, a única coisa que Neji não queria, era ver seu melhor amigo magoado.

[...]

Uma semana se passou desde a partida dos Shinobis de Konoha, que partiram, deixando para trás um Kazekage mais introspectivo do que o comum. Na primeira semana, todos os funcionários do Kazekage notaram como ele parecia distante e tristonho. Para eles, aquele comportamento não tinha explicação, mas para Gaara a explicação era simples, saudades de Rock Lee.

Na segunda semana, Gaara ainda não havia recebido qualquer notícia de Lee e sua tristeza começou a se transformar em ansiedade. "Ele disse que ia me escrever.... ele prometeu..." — Gaara dizia a si próprio, ansioso por qualquer notícia sobre Lee. Mas nenhuma carta chegou.

Na terceira semana, Gaara estava irritado. "Mas que droga! O que diabos Rock Lee estava fazendo?! Por que disse que ia escrever e depois não mandou nenhuma carta? O que pretende? Brincar com meus sentimentos?" — Gaara pensava. Estava irritado, e mesmo sem intenção, começou a descontar sua frustração nos funcionários.

O Kazekage estava furioso. Entrou pelo escritório sem dar sequer um bom dia. Foi para sua sala e fechou a porta, se afundando no trabalho. Naquele dia, infeliz foi aquele que ousou pisar um pé no escritório do Kazekage.

Para Gaara, nada estava bom o suficiente. Se alguém estava com o uniforme minimamente desalinhado, Gaara o repreendia. Se fosse apresentado qualquer relatório com um mínimo erro, Gaara mandava que refizesse do zero. Se alguém o atrapalhasse com qualquer coisa que não julgasse realmente importante, ele logo colocava esta pessoa para fazer algum trabalho bem ruim, apenas para que não voltasse a perturbá-lo. Todos estavam com medo de Gaara. Normalmente, mesmo que um pouco fechado, Gaara se mostrava um Kage amável, mas neste dia ele estava insuportável. E este comportamento se estendeu ao longo de mais duas semanas. E não somente no escritório do Kazekage, mas também em casa. Se um de seus irmãos deixasse algo fora do lugar, ele reclamava, se deixassem uma única caneca suja na pia, ele surtava. Se fizessem qualquer barulho enquanto ele trabalhava, aí mesmo que ele só faltava fazer um escândalo, dizendo que ninguém respeitava seu trabalho e se perguntando o como conseguia ser o Kazekage se todos ao seu redor faziam de tudo para estressá-lo?!