Quando entrou na sala principal da Caverna Man naquele dia, Piper estava com o rosto esverdeado e a boca coberta pela mão, como se para evitar que vomitasse. Assim que a porta do elevador se fechou, a menina tomou uma longa respiração, como se estivesse esse tempo todo submersa em água e agora voltasse a superfície. Charlotte se aproximou para cumprimentá-la, mas ela pediu um momento com o dedo indicador em riste antes que a amiga dissesse alguma coisa. Inspirando mais ar, voltou a sua postura normal.
— Esse elevador quase me matou!
— Ué? Eu pensei que você já tinha se acostumado com a velocidade. — Henry apareceu do lado da melhor amiga, com um olhar preocupado para a irmã.
— Sim, eu já me acostumei, o problema é esse cheiro horrível de repolho e fígado estragados! — Um arrepio percorreu a pele da loira, como se ela estivesse de volta no cubículo fechado.
— Ah, é porque realmente tinha isso lá dentro. — Explicou Charlotte, fazendo uma expressão de quem já não se surpreende mais com as coisas malucas que acontecem ali. — Ray fez o Jasper comprar comida no restaurante mais longe da cidade para se livrar dele.
— Acontece que a comida de lá também passa longe de ser boa. — O Kid Danger completou, apoiando um de seus braços sobre o ombro da cacheada.
— Eu pensei que o chefe de vocês já estava sabendo tolerar o bobão. — A loira franziu as sobrancelhas.
— Geralmente sim, mas hoje o Capitão Man levou dois foras ao vivo, então sua paciência não está das melhores. — Lançando um olhar rápido para o assunto, que no momento estava sentado no sofá, a Page continua a explicação. — E não ajudou que o Jasper tenha ido no restaurante e escolhido o pior prato possível, mesmo que não tenha sido de propósito.
— O Ray se estressou ainda mais e lançou a comida pelo ar. — Continuou Henry. — E como a porta do elevador ainda estava aberta, tudo se espalhou por lá. O resto você já sabe.
— Tudo isso por um fora? — Piper revirou os olhos, embora todos ali soubessem que ela provavelmente reagiria da mesma forma que o Manchester, ou até pior. Os dois eram como gasolina esperando uma faísca para explodir.
— Não foi só um fora! — O mais velho se manifestou de repente, a boca cheia de sorvete de morango. — Eram duas mães! E nenhuma quis sair comigo! O Capitão Man! Eu… Eu não entendo!
— Sério? Eu consigo entender. — Comentou Charlotte, recebendo Ray mostrando a língua como resposta ao seu tom sarcástico.
A jovem voltou-se para os monitores, balançando negativamente a cabeça. Fugindo antes que seu chefe começasse o drama que ela sabia que vinha aí. Henry a seguiu, provavelmente porque já tinha escutado a ladainha do homem milhares de vezes no caminho para lá.
— Eu era bom nisso, sabe? — Ray encarou um ponto aleatório no teto com ar de sonhador. — Me chamavam de Rei da Paquera.
— Ninguém nunca te chamou assim. — Schwoz apareceu, fazendo cara de confuso enquanto colocava uma caixa de ferramentas que carregava no chão.
— Cala a boca, Schwoz! — Gritou Ray, logo depois deixando um suspiro escapar ao voltar-se parar Piper novamente. — A questão é que eu continuo lindo, mas as coisas mudaram e eu não tenho tanto tempo de sair como antes.
— Tá, então baixa um aplicativo, sei lá. — A Hart deu de ombros, digitando freneticamente no celular.
— O Capitão Man não pode ter esse tipo de conta. — Charlotte Alertou de longe, como se quisesse cortar a ideia antes que levasse a uma catástrofe.
— Tá, mas e o Ray Manchester? — A loira argumentou.
— Hum, não sei não… — O dono da Bugigangas começou a andar de um lado a outro, pensativo. — Quando eu sou o Capitão Man, as pessoas entendem que eu tenho que manter alguns segredos, mas quando eu sou o Ray…
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¡Love Match!
RomanceNo meio da bagunça de trabalhar para um super-herói e ser melhor amiga do assistente dele, Charlotte sabia que não viveria muitos romances. Mas e se seus amigos e um aplicativo maluco conseguirem lhe fazer enxergar o que ela se recusa a ver? [chenry]