「 hipoteticamente 」

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Charlotte estava presa com Henry por conta de uma tempestade que veio do nada depois que os dois saíram da escola. Ele tinha pedido ajuda com a lição de matemática naquele dia e ela não havia visto problema, já que o clima entre eles estava estranhamente normal, como se os últimos eventos não tivessem acontecido. A Page é que não iria reclamar, era justamente aquilo que ela queria, embora uma parte sua tivesse ficado ligeiramente decepcionada.

Eles estavam sozinhos, já que o sr. Hart estava no trabalho e a sra. Hart estava na casa de uma das amigas de Piper, esperando que a chuva passasse para que as duas pudessem voltar para casa.

Por mais que quisesse evitar, havia algo inquietante em saber que estava sozinha com Henry. Os fantasmas dos beijos que quase aconteceram ficavam enchendo sua cabeça de nervosismo e uma pitada de esperança cada vez que o loiro chegava um pouco mais perto ou falava algo ambíguo.

- Concentração, Charlotte. - Sussurrou para si mesma, folheando o caderno que estava sobre sua perna dobrada. Ela estava na ponta da cama de Henry, enquanto ele ficava de pé murmurando alguns conceitos do livro que segurava.

- Você disse alguma coisa? - Perguntou ele, erguendo os olhos da leitura que fazia.

- Não, eu só pensei alto. - Justificou, tentando permanecer calma. O loiro assentiu.

- Eu cansei. - Declarou minutos depois, andando para sentar logo atrás dela. - Acho que dá pra, pelo menos, não zerar a prova com o que estudei.

- A gente ainda tem tempo de revisar antes do dia. - Falou, mordendo a tampa da caneta distraidamente.

Charlotte sentiu um arrepio subir pela espinha quando Henry se aproximou de repente, inclinando o corpo sobre o dela.

- Ou então eu posso apenas copiar de você. - A respiração dele fez cócegas em seu pescoço.

Ela sorriu e olhou para trás, revirando os olhos, mas quando fez o movimento, notou tarde demais o quanto Henry estava perto dela. Sua respiração ficou presa na garganta. Henry não se afastou, encarando os lábios dela. Ela fez o mesmo, sentindo as batidas erráticas do coração aumentaram conforme a distância entre eles diminuía. Seus narizes se tocaram, enviando uma onda de faíscas pela espinha de Charlotte, mas quando ela pensou em fechar a lacuna entre os dois, Henry recuou e se levantou, pigarreando. Ela estava imaginando coisas? Não, o último momento foi real, ela tinha certeza só de olhar para o rosto vermelho dele, mas então, por quê?

Sem aguentar mais o silêncio entre os dois, o loiro coçou a nuca, decidindo fazer a única coisa que passou pela sua cabeça: escapar. Não, ele não se orgulhava de suas escolhas.

- Er... Tô indo na cozinha pegar um lanche, você quer alguma coisa?

Charlotte negou, esperando apenas ele fechar a porta atrás de si para começar a juntar suas coisas. No instante seguinte, a cacheada já estava no parapeito da janela, parando apenas para mandar uma mensagem ao amigo explicando que tinha ido embora mais cedo. A chuva tinham diminuído para uma garoa quase imperceptível, então era a desculpa perfeita.

 A chuva tinham diminuído para uma garoa quase imperceptível, então era a desculpa perfeita

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