Capítulo 5 - Esse homem caiu foi do inferno

310 30 3
                                    

Capítulo 5

 Hange Zoe

 É incrível como a minha vida é cheia de surpresas.

 Estava tudo ok lá na choperia, eu estava bebendo com a Nanaba, quando um homem mais velho apareceu e ficou me encarando. Então, ele de aproximou e dederrubou um copo de chopp em mim. Eu surtei e quis matar ele, mas aí, ele estava tão bêbado que escorregou e caiu, batendo a cabeça na quina da mesa. Mas antes de fazer contato com o chão, ele tentou se segurar em mim. Resultado: ele quase arrancou o meu vestido. 

 Fiquei muito brava e acertei um chute na costela dele e chamei a polícia. E cá estamos nós.

— Tá de sacanagem com a minha cara. 

 Essa voz… ah, não. Não me diga que…

— Levi, meu menino! — me viro para ele. Ele está vestido como se estivesse pronto para dormir, mas com um casaco quente. A Gabi está do lado dele, com cara de cansada. — Me salva dessa gostosa! 

— Gostosa é o caralho, seu velho safado!— acerto um chute na sua perna. — Vou te processar por assédio. 

— Kenny, por que você foi se meter com selvagem? — suspira pesado. — Por que você aparece em todo lugar? 

— Quero perguntar o mesmo. Você Parece uma sombra irritante. Quer dizer, metade de uma sombra. Baixinho.

— Poste. Você deve se achar a gostosona. — dou de ombros. — O que fazia a essa hora da noite fora de casa? Deixou seu filho pra ir beber? 

 Eu vou matar. Ah, eu vou.

— Mesmo isso não sendo do seu interesse, Colt sabe cuidar do Falco. E eu confio nos meus meninos. 

— Senhorita Zoe, você deseja prestar queixa? — pergunta o delegado. Eu suspiro. 

— Não vale a pena. Velhote, não entra mais no meu caminho, que tudo vai ficar bem. — saio da delegacia desfilando no meu salto. Escuto passos atrás de mim. — O que você quer, Levi? — pergunto sem olhar para trás.

— Traga seu filho para a minha cafeteria às duas da tarde. Quero que eles terminem logo essa merda de trabalho. Depois, não quero ver sua cara nem pintada de ouro. 

— Querido, esse eu fosse pintada de ouro, teria muita gente atrás de mim, então eu nem iria sonhar com você.

— Ai, essa doeu em mim. — diz o velho idiota.

 Sigo para a minha casa. Quando chego, está tudo silencioso. Abro a porta do quarto do Falco, o vendo dormir abraçado ao seu cachorro de pelúcia. Ele queria um de verdade, mas eu disse que é difícil ter animais de estimação num apartamento. E eu acho tão fofo vê-lo agarradinho nessa pelúcia. Foi o Moblit que deu a ele, no seu aniversário de um ano. Me aproximo, cobrindo seu corpo com o edredom e lhe dando um beijo na testa.

 Depois vou para o quarto do Colt. Ele também está dormindo, com fones de ouvido. Retiro seus fones e beijo sua bochecha. 

 No meu quarto, vou para a suíte e tomo um banho quente. Depois de por meu pijama, me deito. 

 Uma mensagem chega no meu celular.

 Moblit: Oi. Os meninos estão bem? Me responda quando acordar, beijos.

 Redondo na hora. 

 Hange: Eles estão dormindo feito anjos. E eu vou fazer o mesmo. Boa noite.

Durmo tranquilamente e de manhã, levanto um pouco mais cedo para fazer o café da manhã. Encho a mas a de tudo que eles gostam de comer no café. Colt é o primeiro a aparecer na cozinha, com a cara amassada.

— Bom dia, querido. 

— Bom dia. — boceja. — Como foi a noite com a Nanaba? 

— Foi divertida.

 É melhor omitir parte do que aconteceu. Estou com raiva ainda e posso acabar descascando o idiota do Levi. Eu queria saber como ele sempre aparece pra me atormentar.

— Mãe, você arrumou um namorado? — nego balançando a cabeça. — Eu sei que o Falco não apoia, mas eu acho que se você quiser, pode namorar. Você tem todo o direito de seguir sua vida.

— Eu sei, Colt. Mas eu ainda não achei a pessoa certa. 

— Bom dia. — É o Falco. Ele senta à mesa e já vai enchendo o copo de café. — Mãe, o que eu vou ficar fazendo enquanto você estiver no trabalho? 

— Bem, você levou uma suspensão, então o certo seria te deixar de castigo; mas como eu sei que a culpa foi da míni demônio, não tem motivo para te castigar. Ah, às duas você vai se encontrar com a Gabi numa cafeteria para fazer a redação. Eu vou junto, não confio em te deixar sozinho com aqueles animais.

— Ok.

— Eu vou indo. Quer carona, Colt? 

— Quero. Vou me trocar e já volto. — vai para o quarto enquanto come uma torrada e com um suco na mão. Eu também vou me trocar.

 Uso uma calça, uma bota e uma camiseta manga longa, tudo branco. Pego minha bolsa, onde está o meu jaleco. Amarro o cabelo e coloco meus óculos. 

— Tchau, Falco. — lhe dou um beijo na bochecha e saio com o Colt. Quando chegamos na escola, o garoto se despede e corre até um grupo de amigos.

 Agora vamos ao trabalho.

 …

 Assim que chego no laboratório, está na hora da coleta de sangue. Eu sou biomédica, mas também ajudo a fazer os exames. O laboratório é metade meu e metade da minha amiga Nanaba. 

— Ontem foi muito sem graça, você nem pegou ninguém. — diz Nanaba esparramada na mesa. — Você precisa seguir com a sua vida, Hange. O homem da sua vida não vai cair do céu.

 Escutamos gritos de uma menina, então corremos para a sala de coleta. Quando chegamos lá, tenho uma supresinha.

— Esse homem caiu foi do inferno.

— Ah, você de novo não!

Primeiro RoundWhere stories live. Discover now