Capítulo 9 - Passagens

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Capítulo 9

 Levi 

 São duas da manhã, não consigo pregar os olhos. O meu beijo com a Hange não sai da minha mente.

 Resolvo sair da cama para beber um copo de água e aproveitar para conferir se a Gabi está dormindo e principalmente, se a Mikasa chegou em casa no horário combinado.

 Aqui em casa fazemos tudo de acordo com as regras. Mikasa tem horário para chegar em casa, porque, afinal, ela mora sob meu teto. Essa casa é minha e eu mando em tudo.

 Escuto um barulho esquisito vindo do quarto dela. Gemidos de mulher. Mikasa estaria se masturbando? 

 Espero que seja isso.

 Mas tenho quase certeza que esses barulhos envolvem outra pessoa.

 Abro a porta sem cerimônias e acendo a luz. Como desconfiei, lá está a cena pornô: Mikasa de quatro, enquanto Eren a pega por trás. Meu rosto fica vermelho de raiva.

— Mikasa! — grito tão alto que a casa inteira deve ter acordado. — O que significa isso?  

— L-Levi… — se senta e puxa a coberta para nao deixar o corpo exposto. Tenho a terrível visão do pau do Eren.

— Eren, suma daqui ou eu vou te espancar tanto, que nem seus pais vão te reconhecer. — Ele pula da cama, pegando as roupas. Quando ele está de costas, mostrando aquela bunda seca, Gabi aparece na porta.

— O que está acontecendo, papai? Espera… kya! — cobre os olhos. 

 Minha filha acabou de ver um pênis ao vivo e a cores.

— Suma daqui, Eren! — Ele passa correndo pela porta, já vestindo a cueca.  Encaro a Mikasa morrendo de raiva. — Gabi, sobe pro seu quarto. Vou ter uma conversinha com a sua prima. 

— Levi, eu não tenho mais idade pra você me bater. — diz se vestindo.

— Eu sei disso. Vai logo, Gabi. — a menina obedece. Dou um longo suspiro. — O que eu faço com você, Mikasa? Eu sempre te disse para não usar a minha casa de motel.

— É que…

— Quero conversar com a mãe do Eren amanhã. Ela vai ficar sabendo do que vocês estavam aprontando na minha casa. E, segundo, você tá de castigo.

— Castigo? Eu não sou criança, Levi! 

— E isso importa? Agora é da faculdade e do trabalho, pra casa. Me agradeça por não demitir o Eren, porque é essa a minha vontade. 

— Você é um ditador tirano, tampinha.

— Mikasa…

— Só porque você é um armagurado que não transar desde que a esposa morreu, não quer dizer que eu não possa! A vida segue, Levi! Se toca! — me empurra para fora e tranca a porta. Se eu quisesse, poderia arrombar. Mas prefiro deixar de lado. 

 Vou para o meu quarto e então sinto uma lágrima escorrer.

 Queria que você estivesse aqui, Petra.

 …

— Levi, você não vai acreditar! — para a minha infelicidade, Erwin entra no meu café super animado, segurando duas passagens.

— O que foi?

— Ganhei duas reservas para passar o final de semana na praia! E o melhor de tudo, é que eu não vou poder ir! — lhe olho confuso. — Mas a Hange e você sim!

— Era só o que me faltava. — bufo. 

— Levi, vocês quase se comeram naquele corredor. Tá claro que vocês querem foder. — percebo a Gabi escutando tudo atrás de mim. Lanço um olhar mortal para ele. 

— Você e a mãe do Falco se pegaram?! — ela grita para todo o café ouvir. E, acredite, piorou ainda mais quando a Hange passou pela porta segurando a mão do Falco, junto de um menino mais velho. — C-Colt… — suas bochechas ficam rosadas. 

— Eu ouvi direito? — O mais velho, que suponho ser o Colt, diz. — Eu sabia! Falco, você me deve dez reais! — provocou o menor. Falco apenas me olhou com raiva e entrou atrás do balcão, acertando um chute no meu saco.

 Todos encaram a situação surpresos. Eu caio de joelho no chão, quase morrendo de dor. 

— Eu vou te matar! — Gabi pega uma colher de pau e sai correndo atrás do Falco. Colt corre para me ajudar, enquanto a Hange ri sem parar ao lado de Erwin. 

— Seu filho é uma figura, Hange. — comenta o Erwin.

— Sim e ele vai levar uma surra de colher de pau se eu não salvá-lo agora. — corre até a Gabi, pegando a colher da mão dela.  

 Quando a dor já está menor, me levanto e sigo até a Hange. É humilhante ser menor que ela.

— Agora que vocês dois estão aqui, podemos falar da viagem? 

— Pra quê uma viagem?

— Pra vocês transarem de uma vez.

— O Levi é broxa, então deixa isso pra lá. 

 Sinto meu ego ser ferido. Para revidar, digo:

— Se você fosse gostosa eu não iria ter esse problema.

— Quer mais um chute nas bolas? — Hange tem um olhar penetrante de raiva. — Tem muita gente que daria tudo pra me ter na cama.

— Aham, sei. 

— Caros amigos, parem de brigar. — Erwin coloca um braço em volta do meu pescoço e o outro no da Hange — Aceitem o meu presente. Vão para o litoral, eu cuido das crianças.

— Você nunca vai dar conta de cuidar do Falco e da Gabi. — diz Mikasa, entediada, atrás do balcão. — Um deles irá morrer, com certeza.

— Você também não conseguiria cuidar deles, afinal prefere ficar dando pro namorado. 

— Ao menos alguém naquela casa transa. — meus olhos se acendem em ódio. Minha vontade é de dar umas palmadas nessa menina abusada, mas ela já está muito grande para esse tipo de castigo. 

— Você deve ter virado virgem de novo. — provocou Hange. 

— Mas não perdi a manha, querida. — me aproximo dela, tocando seu queixo. Hange tem belos olhos cor de chocolate. 

— Eu sei. — abaixa um pouco a cabeça e morde minha orelha.  

— Parem de flertar! — grita Falco, nos empurrando para longe um do outro. — Vocês não podem ficar juntos! 

— É! Não podem mesmo! — gritou a Gabi. — A Hange é uma maluca.

— Chega, crianças. — Colt segura o braço do irmão mais novo. — Não é da nossa conta se os dois querem se pegar.

— O que o papai vai pensar? 

 Então eu lembro que não sei qual o estado cívil da Hange. Uma vez ela comentou como achava o homem maravilhoso, "gostoso", mas palavras dela. 

— Falco, você sabe que eu e o seu pai somos apenas amigos. — suspira. — E quer saber? Passa essas passagens pra cá.

 Pega as passagens e depois segura minha mão, enfiando a passagem nela. Nos encaramos por alguns segundos.

— Você tem certeza? — sorri de lado.

— Nunca estive tanta certeza.

Primeiro RoundOnde histórias criam vida. Descubra agora