Capítulo 8 - Amasso

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Capítulo 8

 Levi Ackerman 

— Ai, cacete! — Mikasa passa o anestésico no meu olho, enquanto a Gabi seca o cabelo com uma toalha. Eu nunca pensei que a Hange poderia ter um soco tão poderoso. 

— Aquela mulher é bem corajosa. — limpa o pequeno corte, que arde. Suspiro. Eu odeio ela.

— É doida, isso sim! — quando termina de fazer o curativo, vou até a Gabi, que está com a face triste. Toco sua bochecha. — Não fica assim, aqueles dois que são doidos.

— Acho que o mais normal daquela família é o Colt. — vejo um pouco de brilho no olhar dela.

 Ah, não.

 Não me diga que a Gabi está apaixonada. Isso não pode ser possível. Ela só tem quatorze anos! 

 Deixo o café junto da Gabi e vamos para casa. Sasha já está de prontidão, então deixo a Gabi com ela enquanto tomo um banho rápido. Já limpo e vestido, desço para a cozinha, onde a Gabi janta em silêncio.

— Eu vou para a reunião. Se comporte, ok?

— Ok.

 Vou para a escola. Chegando lá, sou um dos primeiros a entrar na sala, mas logo, o demônio em formato de girafa aparece. 

— Olá, Erwin! — sorri para o homem. Ela está usando uma calça boca de sino marrom claro e uma blusinha branca. 

 Quando a reunião começa, tento não prestar atenção na Hange. Ainda estou com vontade de matá-la por ter me dado um soco. 

 Depois que a professora fala da sala em geral, vou pegar o boletim da Gabi. Impecável como sempre. Observo a Hange fazer uma careta.

— Pelo jeito o queridinho da mamãe não tirou notas boas. — comento com sarcasmo. Ela bufa.

— Do meu filho, cuido eu. — guardou o boletim na bolsa. 

— Hange, Levi. — Erwin vem até nós. — O que acham de irmos tomar uma cerveja? 

— Ele/Ela vai? — perguntamos juntos e depois trocamos farpas pelo olhar.

— Vocês precisam por um ponto final nessa briga idiota. Então, que maneira melhor de fazer isso, do que tomando uma gelada?  

 Meio relutante, concordo com isso.

— Não custa tentar. — murmura. 

 Vamos para um bar perto da escola. Enquanto bebemos, Hange conversa animada com Erwin.

— Seu marido não se importa que você fique bebendo com dois homens? — pergunto querendo dar alfinetadas nela.

— Eu nunca me casei, Levi. Moblit e eu somos melhores amigos e temos dois filhos juntos, apenas isso.

 Fico um pouco confuso. Essa mulher é mais maluca do que eu pensava. 

 Passamos horas bebendo, até consigo conversar um pouco com a Hange sem querer jogá-la de um precipício. Chega um momento, que estamos tão bêbados, que damos altas risadas. Eu não devia ter exagerado.

— Apesar de você ser um chato, até que é gostoso. — comenta Hange. Estamos um do lado do outro. Erwin apenas nos observa.

— Você tem um quadril delicioso. — toco sua coxa, dando uma leve apertada. 

 É fácil perceber a tensão sexual que está se instalando entre nós dois. Minha vontade é de agarrar essa morena e fazer todo tipo de sacanagem possível.

 O que posso fazer? Eu não transo faz anos. Estou numa seca horrível.

— Me acompanha até o banheiro? — pergunta ela. Hange está tão fora de si quanto eu. Caminhamos atrapalhados até os fundos, o corredor dos banheiros. Lá é escuro e quase nunca aparece alguém. Jogo Hange na parede lhe dou um beijo molhado. Não aguento sem agarrar a sua bunda.

 Consigo sentir o quanto estou duro. Talvez seja o álcool mexendo com os meus sentidos, mas eu sinto como se a Hange fosse a mulher mais gostosa desse universo.

 O sabor da sua boca é maravilhoso. Nossas línguas brincam uma com a outra, saliva para todo lado. Chupo seus lábios e volto a enfiar a língua na cavidade. Nos beijamos até faltar ar.  Minhas mãos se enfiam dentro da blusinha dela e agarro seus seios pequenos. Eu sempre curti mais os pequenos, os da Petra eram assim.

 Petra…

 Eu acordo com um estalo.

 O que diabos estou fazendo? 

 Me separo de Hange, que me olha curiosa. Eu não posso beijar ela sem lembrar da Petra. Meu coração dói.

— Eu preciso ir, Hange. — digo e praticamente saio correndo. Pego um táxi, já que não estou em condições de dirigir. Quando chego em casa, Gabi já está dormindo, então vou para o meu quarto e me jogo na cama. Pego o porta retrato que fica no criado mudo, nele, há uma foto minha com a Petra e a Gabi, quando ela tinha dois anos. 

 Sinto tanto a sua falta. 

  É tão triste ver a Gabi crescer sem uma figura materna. Minha menina precisava tanto do amor da mãe.

 Recebo uma mensagem do Erwin.

 Erwin: O que foi aquilo? Você estava no maior amasso com a Hange e saiu correndo. Você tá bem?

 Eu não consigo ficar com ninguém sem lembrar da Petra. Eu já tentei muitas vezes, mas é impossível, não consigo.

 Espero que um dia isso mude.

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