𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟑

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Acompanhamos o rosado até seu quarto, o rapaz ficou deveras animado ao entrar no quarto e já começou a decora-lo como preferia.

- Os alunos do segundo e do terceiro ano estão fora no momento, mas você vai poder conhece-los em breve. - Expliquei.

- Acho que nem tem motivos para você lutar, não é? - Indagou o mais velho ao meu lado. - A gente pode reaver os dedos do Sukuna e você pode ficar esperando aqui.

- Não! - Respondeu olhando para um cartaz. - Mas se bem que seria engraçado, eu de pernas pro ar enquanto o Fushiguro me entrega o dedo aos trapos.

- Verdade. - Concordou Satoru com o sorriso esboçado no rosto. - Porém deve ser impossível para você não sair e lutar.

- Se fosse tão fácil assim, nós já teríamos achado todos os dedos. - Respondo me sentando na cama do mais novo. - Uns tem uma presença forte demais, outros ficam bem quietinhos e outros já foram absorvidos por objetos amaldiçoados. Não tem nada mais trabalhoso, do que sair e procurar por eles, mas agora, nós temos você.

Satoru se aproximou e apontou para o garoto, no qual levou a mão ao peito e olhou, como se pudesse ver seu próprio interior.

- O Sukuna dentro de você irá nos dizer onde estão os dedos para recuperar o próprio poder, além de receptáculo, você é o localizador, como um radar, então não iremos prosseguir sem você, coração. - Completou o mais velho em pé.

- Você acha que ele vai colaborar? - Questionou nos seguindo para fora.

- Acho que podemos chagar em um ponto vantajoso para todos. - Respondi.

No quarto ao lado, pudemos ver a porta ser aberta com o moreno saindo, a blusa preta solta pelo corpo e a calça de moletom azul que ia até os pés.

- Tinha vários quartos vagos, não tinha? - Questionou o moreno carrancudo.

- Mas quanto mais animação melhor, achei que você iria gostar. - Justificou Satoru.

- Já bastam as aulas e as missões, eu achei péssimo. - Resmungou.

Me juntei ao lado de Yuji para espionar o quarto do moreno, senti um puxão na gola da minha camisa me puxando para trás, segui o puxão e senti os braços do platinado ao meu lado em meus ombros, com base o moreno falava, o vi prender o rosado com a porta, a batida fez com que o mesmo resmungasse e esfregasse a cabeça.

- Então, tá legal. Amanhã vamos dar uma voltinha, vamos buscar o terceiro dos calouros! - Anunciou o mais velho ao meu lado. - Tchauzinho.

O mesmo me arrastou para longe dos alunos com um sorriso besta.

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Resolvi não acompanhar Satoru e sua turma, tinha muitas coisas para fazer e estudar, as provas da minha segunda faculdade chegariam em breve, e eu estava nervosa, por sorte, Nanami concordou em me ajudar a estudar nas suas preciosas folgas e hoje era uma delas.

Nanami teve o suposto "azar" de fazer parte do trio escolar de meu irmão, eles se conheciam desde pequenos e, consequentemente, eu o conheço desde que me lembro, nos damos muito bem até hoje, somos bons amigos e ele, repetidamente, diz como prefere a mim do que Satoru, o mesmo, sempre, desde anos atrás até hoje, faz a mesma reação, algum drama que nos envergonha, agarrando-se nas pernas do loiro, que o chuta de leve.

Já havia preparado uma bolsa na noite anterior com meu material, tinha marcado de encontra-lo em uma cafeteria qualquer no centro da cidade. Entrei no ponto marcado e ele ainda não havia chegado, então, me sentei em uma das mesas para quatro no fundo do local, posicionei meus materiais e vi a garçonete se aproximando, pedi um expresso com dose dupla, a mesma anotou em seu bloquinho e saiu.

Enquanto o mais velho não chegava, estudei por conta própria, revisando as centenas de anotações e os materiais didáticos.

Ouvi o sininho da porta soar, olhei e vi o loiro, os cabelos penteados como sempre, a mandíbula firme marcava seu rosto, a blusa de manga preta e o sobretudo por marrom por cima, a calça preta e os sapatos classicamente sofisticados e sociais, me senti constrangida com a calça jeans e a blusa simples, assim que me viu, se sentou em minha frente.

- Desculpe o atraso. - Disse, olhei para o relógio em meu pulso.

- Não está atrasado.

Nós nunca demos "bom dia" ou "boa tarde", o loiro dizia que era perca de tempo esse tipo de cumprimento, principalmente com amigos de longa data.

- Já pediu alguma coisa? - Questionou ao remover os óculos, permitindo-me ver os olhos verdes escuros.

- Pedi um expresso para mim, vai querer algo? - Olho para o mesmo.

- Vou pedir quando o seu chegar. - Disse o mesmo e pegou um dos meus resumos, lendo-o. - Aqui está errado.

O mais velho pegou um dos lápis em meu penal e circulou a frase incorreta, olhei para a mesma e comecei a discutir com o loiro e, novamente, ele estava certo, a frase estava errada, era uma pegadinha do próprio autor no livro didático.

Estudamos por três horas, Nanami era paciente em questão de ensino, ele me ajudava e auxiliava a cada erro e me dizia o correto. O estudo da história era complexo, por sorte, o loiro dominava o conteúdo, eu não tinha dificuldade na história ocidental nem europeia, apenas na história oriental, em específico a chinesa e japonesa, foram tantas guerrilhas que sempre me confundo nas datas.

O loiro me ofereceu ajuda quando estávamos na casa de meu irmão e o mesmo leu meus resumos mal feitos e com diversas partes erradas, depois percebi que as minhas pesquisas tinham sido feitas erradas e em sites traduzidos de fora.

Ele não precisou me ajudar com as outras diversas áreas da história, de acordo com ele, eu dominava bem o conteúdo, com exceção da nossa terra e os arredores.

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- Como você pode ser tão ruim nisso? - PErguntei vendo os deveres que devia fazer, eram questões de geografia básica e cultura do Império e, ainda assim, ela sabia pouco.

- Para você é fácil! Viajou para diversos lugares, aí entende um pouco mais da cultura, eu sei apenas o que me falam. - Respondeu frustrada. Levou as mãos na cabeça e se jogou até mim, deitando seu corpo no meu.

- Eu vou te levar para ver outros lugares. Irei te mostrar o mundo, minha querida.

My queenWhere stories live. Discover now