𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟏

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Sukuna saiu muito antes do nascer do sol. Dizendo que eu precisava descansar a minha beleza ou o mundo não aguentaria a mesma, admito, foi charmoso. 

Eu não coloquei sobre a sua visitinha no meu relatório semanal para o senhor Yagi e nem comentei com meu irmão sobre.

Eu não consegui dormir naquela noite, o que me prejudicou muito no decorrer do dia. O café da manhã foi tranquilo por conta da ausência do Itadori. Satoru estava irritado está manhã, reclamando que o quintal estava cheio de ratos enxeridos e impediu-lhe de ter seu sono da beleza, eu teria pena do "rato" caso o mais velho o pegasse. Os alunos estavam exaustos por conta do treino pesado e saber que continuaria hoje, parecia desanima-los ainda mais.

Eu teria de ir para a universidade por conta do curso que eu fazia. O campus ficava perto da zona em que Nanami e Yuji estavam, o que me fez ter vontade de não ir, mas forcei o meu corpo pelas ruas da cidade. Eu não podia ficar faltando aulas.

As nuvens escuras no céu foram o meu motivo para trazer um guarda-chuva. Eu gostava de chuva. Me lembro de ficar muitas vezes resfriada quando criança por ficar brincando na chuva gelada do outono. Satoru me deu muitas broncas.

A fachada branca da universidade podia ser vista no final da rua, era um prédio um pouco antigo, o que provocou o descascar da tinta e o acumulo de poeira, mas ainda assim, era uma das melhores de Tóquio.

Parei numa cafeteria perto do campus, pedindo um capuccino com chantily, uma clássica bebida quente que me agrada. Ouvi o sininho da porta receber os outros clientes enquanto esperava na fila.

Uma mão tocou o meu ombro, me virei encarando o cabelo loiro arrumado com perfeição para combinar com o terno alinhado.

- Bom dia, Nanami. Olá, Yuji. Como estão? - Perguntei alegre ao reconhece-los.

- Bom dia, professora! O que faz aqui? É um pouco longe da academia. - Perguntou o garoto com um sorriso largo.

- Eu vou para a faculdade. - Respondi apontando para o prédio que podia ser admirado pela janela.

- Wow! Você estuda ali! Eu também quero me formar lá! Você entrou pela prova? - Perguntou enquanto o loiro fazia o pedido para eles com a cara emburrada de sempre.

- Sim. É a segunda faculdade que faço ali e posso afirmar que é uma ótima universidade. Satoru e Nanami também se formaram ali. - Contei indo até o balcão pegar o meu pedido. - Eles foram os melhores nos cursos deles.

- O que?! Você está na segunda faculdade?! E como o professor Gojo entrou? - Perguntou indignado, o que me fez rir. Quem conhecia o meu irmão de fora, tem a mesma reação, Satoru não parece muito inteligente, mas ele é um gênio no ramo da física.

- Acredite, o meu irmão só não demonstra tudo o que ele pode fazer, mas ele é incrível. - Disse bebendo um gole da bebida açucarada.

- Do que estão falando? - Perguntou Kento nos guiando para uma mesa do lado de fora.

Iria aproveitar esse tempo com eles já que eu estava adiantada para a aula.

- Da sua faculdade.

- O que tem ela?

- Nada, você só era o melhor da turma em direito. - Disse como se não fosse grande coisa.

Nanami se dedicou ao máximo na faculdade, me lembro  do meu irmão falar que ele era muito procurado para os estágios e seria um grande profissional, mas essa vida o detonava, o que o fez voltar para o jujutsu.

- Direito?

- Sim, ele se formou em primeiro lugar no curso. - O rosado olhou para o mais velho com brilho nos olhos, o que me fez rir. - Qual faculdade você pretende fazer, Itadori?

- Ah! São tantas! É difícil escolher só uma! - Respondeu num drama enquanto jogava os braços para o alto e os levava aos fios rosados.

- E quem disse que você precisa escolher uma só? - Questionei pegando a agenda de dentro da bolsa que eu deixei ao meu lado no chão. Busquei entre as datas o vestibular que ocorreria no final do ano e o mostrei. - Eu vou me inscrever para começar outra faculdade ano que vem, Megumi também vem fazer a prova, se você quiser pode vir conosco. 

- S/N, você não...

- É uma decisão dele, Nanami. Ele não precisa ir. Serão dois dias, um dia de conhecimento de setores, eles fazem todo ano e é incrível, são diversas oficinas nos campus da universidade, eles fazem atividades diferentes, mostram como os cursos são. Eu digo que vale muito a pena. E no dia seguinte, o vestibular. - Disse anotando as informações numa das folhas de janeiro que estava limpa e o entregando. - Eu posso fazer a sua inscrição, se quiseres.

- Você acha que vale a pena? - Questionou com um brilho nos olhos. - Digo, fazer a faculdade?

- Para mim? Vale muito. É como viajar para um lugar que você nunca foi, você não esquece, você aprende e é uma coisa nova. Satoru vai te dizer que é legal, mas ele não faria novamente. Nanami vai te dizer para nem tentar porque não vale a pena. Mas o que você quer, Yuji? - Perguntei guardando a agenda e me levantando com a bolsa no ombro e o copo na mão. - Eu tenho que ir, rapazes. Boa sorte.

Caminhei até a universidade, indo direto para a sala de aula. Preparei meu material e o professor entrou minutos depois. As aulas seguiram mais lentas que o normal, o excesso de sono se demonstrou um empecilho durante a a manhã e dificultou a minha atenção no que os professores falavam.

Quando conclui minhas aulas, voltei o caminho para casa reclamando mentalmente sobre a dor que eu sentia nas minhas costas. Larguei minha bolsa no chão e me joguei na cama, sentindo meu corpo relaxar no lençol. Fitei o teto de madeira, recapitulando sobre as aulas e percebendo que teria de reler os livros e anotações para conseguir gravar sobre o conteúdo.

- Eu tenho que trabalhar. - Lembrei a mim mesma me forçando a sair da cama e ir até a cozinha.

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Ela estava deitada do meu lado, dormindo tão profundamente que tenho certeza que nem se o mundo caísse ela iria acordar. Os dias passaram a ser mais cansativos com a descoberta da recente gravidez, ela tem ficado mais enjoada, enfrentado dilemas sobre contar ao pai e não larga os estudos por nada nessa terra.

Tenho medo que ela acabe colapsando com o estresse e o cansaço. Quero que ela não carregue esse peso todo sozinha.

A segurei em meus braços, cuidando com a barriga que agora ganhava algum volume no corpo esguio. Senti o calor da sua pele nua contra o meu, me lembrando da sua importância em minha vida e de como eu tenho medo de perder essa mulher. Se ela soubesse o que eu sou capaz de fazer por ela, tenho certeza de que iria rir e dizer ser mentira, mas não era.

My queenWhere stories live. Discover now