capítulo 03

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Depois que tomou sua decisão, Izuna lavou o rosto, bebeu um pouco de conhaque e se preparou para sair e enfrentar o Capitão Sejun. Ele chegou até a porta de entrada, onde ele apareceu à procura do garoto. Ele o examinou de alto a baixo, deixando-o com a pele toda arrepiada.

- Você parece estar precisando tomar um ar, mon coeur. Vamos caminhar e conversar, só nós dois.

- Muito bem - ele concordou, um pouco desanimado que a ideia não tenha sido dele. Izuna queria estar no controle ou, no mínimo, mostrar que podia se defender.

Mas como ele poderia se defender de um homem como aquele?

Izuna se esforçou para acompanhar o ritmo do homem quando os dois saíram do castelo e passaram pelo arco de pedra da entrada. As passadas tranquilas e longas dele se traduziam em uma caminhada apressada para o garoto.

Eles emergiram da sombra do castelo para o sol da tarde e caminharam na direção do lago. O clima estava enganosamente bom - ensolarado e quente para abril, com um frescor delicado na brisa. Os rosas pareciam estar competindo para ver quem era mais vermelhos. Os olhos do Capitão Sejun ganhavam aquela competição.

- Que tarde linda para caminharmos junto pelo lago - ele disse. - Como nos velhos tempos, em Fluer.

- Você pode parar de me provocar. Eu estou ciente de que era um tolo com 16 anos. Mas eu não parei de amadurecer quando deixei de lhe escrever as cartas. Eu me tornei um Homem.

- Ah, é mesmo?

- Sim. Um homem independente. Que administra esta propriedade e meus próprios negócios. Então vamos direto ao assunto. Eles pararam sobre uma ponta de terra que se estendia sobre o lago como um dedo verde e deformado. Céus, ele era tão alto. Izuna percebeu que ficaria com dor no pescoço de tanto olhar para cima. Ele subiu em uma pedra grande e plana, diminuindo a diferença de altura entre eles para uma medida mais razoável. Infelizmente, diminuir aquela diferença só serviu para aproximá-la das belas feições e dos olhos hipnotizantes e intensos de Tobirama . A beleza dele não importava, ele procurou se lembrar. Aquele não era um sonho há muito abandonado que, por milagre, tinha se tornado realidade. Aquele homem não era o heroico Capitão Sejun que ele inventou. Ele era só um soldado que, por acaso, tinha o mesmo nome que a sua invenção. E, com certeza, ele não o amava. Não, aquele homem queria algo, e esse algo não era Izuna. Se ele descobrisse qual o objetivo do homem, talvez pudesse convencê-lo a ir embora.

- Você disse que não quer dinheiro. O que quer, então?

- Eu quero isto, Querido. - Ele apontou com o queixo para o lago. - O castelo. A terra. E estou pronto para fazer qualquer coisa para conseguir. Até mesmo me casar com um japonês ardiloso e mentiroso.

Afinal, uma explicação que parecia verdadeira. A parte ruim era que também parecia terrível.

- Você não pode me obrigar a casar com você.

- Eu não vou forçá-lo a nada. Você vai se casar por vontade própria. Como você mesma disse, é um homem independente agora. Seria uma pena se estas cartas - ele tirou os papéis amarelados do bolso interno do casaco - caíssem nas mãos erradas. Ele pigarreou e começou a ler.

- "Meu Caro Capitão Sejun. Esta manhã, a horrível Srta. Kurenai veio nos visitar. Asuma está sempre querendo saber histórias a seu respeito. Hoje ele me perguntou se nós tínhamos nos beijado. Eu respondi que sim, é óbvio. E então, é claro, ele teve que me perguntar como foi o beijo." Enquanto ele lia, Izuna sentiu o rosto ficando quente. As bordas do seu campo de visão adquiriram um tom pulsante de vermelho.

- É o bastante, obrigado.

Mas ele continuou.

- "Eu deveria ter dito algo insípido, como bom ou agradável. Ou melhor ainda, não deveria ter dito nada. Mas..."

O Noivo Do CapitãoWhere stories live. Discover now