Capítulo 14

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Izuna não acreditava que Tobirama tivesse sido tolo o bastante para deixar as cartas longe dele, mas se estivessem em algum lugar do castelo, ele estava decidido a encontrá-las antes que ele retornasse.

Izuna estava começando a gostar muito dele, de um modo ingênuo demais. Ele não poderia repetir o mesmo erro que cometeu aos 16 anos. Jogar aquelas cartas no fogo era sua única esperança, se não quisesse passar o resto da vida preso em uma mentira que ele mesmo criou.

Infelizmente, após muitas horas de busca empoeirada, ele não tinha encontrado nem uma pista. Ao longo dos últimos dois dias havia aberto cada gaveta em cada peça da mobília - além de também verificar embaixo e atrás dos móveis. Naquela tarde, ele voltou a vasculhar a Grande Galeria, uma sala no piso mais alto do castelo que ocupava toda a extensão da torre. Havia um vão entre o teto e os painéis de carvalho que revestiam as paredes. De onde Izuna estava, a falha não parecia ter profundidade suficiente para esconder um pacote de cartas... mas não era possível ter certeza sem verificar.

Ele empurrou uma cadeira até a parede e subiu nela, ficando na ponta dos pés para enfiar os dedos na fenda empoeirada e cheia de teias de aranha. Nada... Nada... Ele se esticou em um esforço para alcançar o canto. Nad...

- O que significa isso?

Izuna quase caiu da cadeira. Ele se segurou no revestimento de madeira e firmou o pé, então se voltou para encarar o intrometido.

- Oh! Boa tarde, Obito.

- Como você sabe meu nome? - Ele examinou a galeria, desconfiado. - Que lugar é este?

Ele levou a mão à cintura, como se quisesse pegar a arma que deveria estar ali. Izuna se deu conta, de repente, de como o homem era imenso, e ele, em comparação, minúsculo... E como eles estavam sozinhos naquele momento. O coração dele começou a bater um pouco mais rápido. Se ele não conseguisse acalmá-lo, aquela situação poderia ficar perigosa.

Izuna ficou parado no mesmo lugar e ergueu as duas mãos vazias - e empoeiradas. Ele repetiu as palavras que ouviu Tobirama e seus companheiros dizer
tantas vezes.

- A guerra acabou, Obito. Você está na encosta Francesa. Este é o Castelo de Konoha, onde está há quase uma semana. Sakura, Naruto, Skikamaru e Kakashi... estão todos trabalhando lá fora, pegando pedras.
Ele franziu a testa.

- Quem é você?

- Sou Uchiha Izuna. O namorado do Capitão Tobirama, que escreveu todas aquelas cartas para ele. Nós estamos casados, agora. - Ele fez um gesto indicando sua faixa e o luckenbooth.

- Estão mesmo?
Ele concordou e o rosto do homenzarrão relaxou.

- Ele é um vagabundo de sorte, então.

- Obrigado. E você é minha pessoa favorita.

- Então eu também sou um vagabundo de sorte. - Ele sorriu. Izuna só pôde retribuir o sorriso. Aquele homem devia ter sido muito charmoso quando era saudável de corpo e mente. O olhar dele passeou, agitado, pela sala.

- Você sabe onde estão meus pequeninos? Nós já estivemos em Cannet? Eu queria muito ver as crianças e meu esposo.- o grandalhão ficou levemente vermelho, era lindo e depravante de se imaginar a boa relação que aquele injustiçado casal já manteve um dia
Ele meneou a cabeça.

- Desculpe, eu não sei.

- Vou perguntar para o capitão se nós podemos ir amanhã.

Izuna sentiu o coração apertar. Uma vez após outra ele emergia daquela névoa que turvava sua mente querendo saber dos filhos e o esposo. E todas as vezes Tobirama mentia para ele. Bem, Izuna não podia levá-lo para Cannet. Mas talvez pudesse ajudá-lo de outro modo.

O Noivo Do Capitãoحيث تعيش القصص. اكتشف الآن