❆ Four

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Era manhã novamente, mas a cortina estava fechada dessa vez, deixando o quarto levemente escuro. Harry ainda meio sonolento, apalpa ao seu lado na cama, não encontrando o esposo e nem os filhotes. Desconfiado e nervoso, ele se descobre e levanta ofegante, indo até a janela e abrindo a cortina com força.

Já do lado de fora, era possível ver um "Feliz Natal 2012" no clássico banner entre as árvores.

— Não, não, não, não, não! — o alfa repete choroso, voltando a cama para bater raivoso no colchão. — Por que isso tá acontecendo comigo?!

[•••]

— Louis? — Harry entra na cozinha e chama pelo esposo, que ajeitava um presunto em uma tábua de madeira na pia.

— Oi? — ele se vira para seu alfa.

— Aconteceu de novo.

— Aí, não. — o ômega reclama.

— Vem cá, agora eu tenho cabelo longo, é? — Harry pergunta enquanto o prende com uma xuxinha em um coque bagunçado.

— Tem. — o ômega tira um celular Nokia do bolso.

— E você gosta disso?

— Gosto. — Louis responde distraído por estar procurando algo no aparelho.

— Até que ficou bonito em mim, gostei também; fico com mais cara de pai. Falando nisso, cadê as crianças, hein?

— Tão na minha mãe... — ele parece achar o que procurava. — Vê se você lembra de alguma coisa. — o ômega tenta virar a tela horizontalmente para o marido ver melhor a foto.

— Não dá mais pra esperar, eu preciso ir ao médico. — o alfa abaixa o celular a sua frente com as mãos.

Louis suspira. — Médico, Harry? — ele sorri com a boca fechada.

[•••]

— Você fez mil exames, amor. — Louis explica, sentado no sofá da sala com o marido, que segurava alguns de seus raios X nas mãos.

— E não deu nada?

— Nada. Deu tudo perfeito. — Harry leva a mão ao queixo e olha para um ponto fixo no chão. — Aí no dia 25 de dezembro, você se lembrou de tudo, menos do dia 24.

— E-E o que que o médico receitou?

— Bom, como não deu nada, ele receitou... descanso. Mandou esperar até o Natal desse ano. Ou seja, hoje. Você não se lembra mesmo de nada desse ano que passou?

— Não, amor. Não me lembro de nada...! Eu só lembro do último Natal! Só pode ser praga. Alguém me jogou uma praga, só pode-... — de repente, uma luz acende em sua cabeça, e o alfa olha para o beta de idade sentado no canto da sala. — ...Foi ele. — Harry aponta para o mesmo.

— Quê? — Louis franze o cenho.

— O teu avô disse pra mim que eu ainda ia descobrir pra que que serve o Natal. Foi você, né, seu velho? Você que jogou essa praga em mim! — o alfa se levanta irritado, indo até WillWill.

— Harry, é impossível! Meu avô não fala nada há anos-... — o alfa corta o esposo.

— Ele falou comigo anteontem, Louis! — ele se curva levemente ao lado do beta e agarra seus braços, começando a sacudir o mesmo. — Tira essa praga de mim. Tira essa praga de mim! Tira essa praga de mim! — WillWill encarava Harry com um sorriso no rosto, que provavelmente só o alfa conseguia ver.

— Larga ele, Harry! — Louis pede ao marido, que estava em choque pelo sorriso que havia recebido por parte do beta.

A campainha toca, fazendo Harry se afastar lentamente para atendê-la.

Tudo Bem no Natal Que Vem • L.S • ABO • SHORT-FIC (EM CORREÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora