Lareira e casa

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Autor: Miles_2_Go

Resumo:
O plástico flexível do assento do balanço rangeu sob seu peso. Engraçado, pensou. A última vez que ele se sentou em um desses, ele estava muito magro e muito baixo para se chutar do chão. Agora, se ele fosse empurrar um pouco, ele provavelmente faria a coisa toda desabar.

Havia uma metáfora ali em algum lugar, talvez. Ele não se importou em separá-lo.

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OU: Jason está em conflito e Dick o ajuda a tomar uma decisão.

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"Capuz?"

A cabeça de Jason se ergueu, a voz o puxando do buraco negro para o qual seus pensamentos gravitavam. Ele estava grato por Dick não poder ver seu rosto por trás do capacete. Pálido e úmido de suor frio.

"Asa", ele respondeu. Ele estremeceu quando sua voz saiu maçante e rouca. Ele esperava, pelo menos, que Dick não pudesse ver os pequenos tremores que o varriam intermitentemente.

"O que você está fazendo aqui?" A cabeça de Dick se curvou em uma inclinação, uma ruga sutil se formando em sua testa.

Jason moveu a cabeça e fez uma breve varredura ao seu redor. Ele tinha esquecido por um momento onde ele estava.

Folhas mortas deslizavam pelo asfalto, navegando junto com a brisa fria. Era apenas início de outubro, mas as estações de Gotham eram inconstantes. Inverno se esforçou para afundar suas garras na cidade, puxando Outono para mais perto de seu peito, envolvendo-a em seu abraço frio. Ele sempre conseguiu o que queria, como todos os vilões de Gotham pareciam conseguir.

O ar da noite estava espesso com algum cheiro não identificável. Enjoativo e de alguma forma fortemente amargo ao mesmo tempo. Jason se perguntou se ele era o único que podia sentir o cheiro.

As correntes do balanço do playground estavam frias nas mãos de Jason. Ele deve ter perdido as luvas em algum momento, mas não se lembrava quando.

O plástico flexível do assento do balanço rangeu sob seu peso. Engraçado, pensou. A última vez que ele se sentou em um desses, ele estava muito magro e muito baixo para se chutar do chão. Agora, se ele fosse empurrar um pouco, ele provavelmente faria a coisa toda desabar.

Havia uma metáfora ali em algum lugar, talvez. Ele não se importou em separá-lo.

Os outros balanços balançavam suavemente com a brisa fria fora de época. Para frente e para trás como os pêndulos de um velho relógio de pêndulo. Jason quase podia ouvir risos fracos, as risadinhas felizes de pequenos fantasmas, balançando para longe.

"Apenas... fazendo uma pausa. A patrulha tem sido lenta."

Dick assentiu em compreensão. "Para mim também. Se importa se eu me sentar?" Ele gesticulou para o balanço ao lado de Jason.

Jason encolheu um único ombro. Não um não, mas não necessariamente um sim. Ele deixou Dick decidir o que isso significava, porque ele mesmo não tinha certeza.

A decisão tinha um peso que ele não sentiu até que a ofereceu. Como se a escolha de Dick importasse. Importava mais do que qualquer outra coisa naquele momento.

Dick sentou-se e Jason deu um suspiro de alívio. A tensão sangrou de seus ombros. Sua reação foi a prova de qual resposta ele aparentemente queria. Precisava.

"Você está quieto esta noite." O foco de Dick foi propositalmente direcionado para longe de Jason, como se ele estivesse fazendo um esforço para evitar que Jason se sentisse examinado.

Seu irmão nunca diz, mas ele te ama (One-shots)Onde histórias criam vida. Descubra agora