PRÓLOGO

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 Precisava apenas de um segundo para tudo mudar

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 Precisava apenas de um segundo para tudo mudar. Um escolha. Um andar. Uma pessoa. E quando acontecia, era irreversível. Era para ser um noite memorável, feliz e Andréia queria que ela fosse infinita. Que nunca acabasse aquela atmosfera alegre, que carregava no ar todas as possibilidades de realização dos seus sonhos.

Andréia estava certa sobre uma coisa. Aquela noite tinha se tornado infinita, tão importante que ela a carregaria por todos os anos e não tinha sido pelos motivos que ela almejava. Aquela noite não seria marcada pela alegria e por sonhos.

A fumaça que consumia o lugar não era daquelas que vinham das máquinas, que reproduziam nuvens de gases artificiais para complementar o palco e as apresentações neles. A fumaça que começava a consumir o lugar, eram reais e vinham do fogo que estava consumido a parte de trás do palco. Cada vez mais forte, mais quente.

O grito e a euforia das pessoas não eram pelas músicas que as Damas de Aço estavam tocando. Eram de medo, pavor. Elas correram, não conseguiram abrir as portas, completamente dominadas pelo pânico que não conseguiam raciocinar em fazer o básico e o explicativo.

No palco, Andréia olhou para as amigas enquanto nos bastidores, o resto da equipe as ajudava a descer do palco e tentava conter o fogo. Ao longe, ouvia algumas pessoas ligando para os bombeiros, outras gritando para se afastarem. Ela ajudou as amigas a descerem do palco primeiro, ao longe, ouvia os bombeiros entrarem e ajudar as outras pessoas presentes na boate.

— Vêm Andréia! Precisa sair logo daí! —Ouviu Jonas, um dos assistentes de palco, estender a mão para ela.

Andréia olhou por cima dos ombros, todas as outras integrantes da banda já tinham descido do palco, mas franziu o cenho ao notar que não tinha visto a irmã.

— Onde está a Carol?

— Não sei...

— Ela tinha ido ao banheiro no último intervalo e não a vi retornar...

Andréia não pensou. Não precisou. Pulou do palco e abriu caminho dos braços que a impediram. Sabia onde o fogo estava mais forte, sabia onde tudo estava pior. Sua irmã estava lá, dentro do banheiro, ao lado dos camarins, onde tudo parecia ter começado.

Ela tossiu, os olhos ardiam por causa da fumaça; o coração batia hesitante dentro do peito, como se estivesse esperando o momento certo para parar.

— Andréia! Não vá até aí! É perigoso!

Mas ela mal ouvia, continuou indo até o banheiro, ignorando as chamas, a alta temperatura. Respirava rápido, tossia e mesmo com os olhos ardendo, foi capaz de enxergar um braço estendido no chão, atravessando a porta aberta do pequeno banheiro masculino.

Reconheceu a tatuagem de borboleta na parte interna do pulso. A tatuagem que todas elas tinham.

Era a sua irmã. Era o braço da Clara. Deixou-se cair de joelhos, sentindo como se todo o sangue do corpo tivesse se esvaído porque não precisava tocá-la para saber. Ela sentia.

Sentia no coração, na alma; que sua irmã gêmea estava morta.

	Sentia no coração, na alma; que sua irmã gêmea estava morta

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Postei o capítulo 1 também. Segue em frente --------->

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