05

96 35 54
                                    

— Acharam minha filha? — A mulher perguntou ao deixá-lo entrar na pequena casa

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Acharam minha filha? — A mulher perguntou ao deixá-lo entrar na pequena casa. Na sala apertada, a televisão estava ligada em um programa matutino que estava em um volume tão baixo que servia como uma trilha sonora muito alegre para a notícia que Luca tinha que dar para aquela mulher simples que o guiou para uma cadeira ao lado do sofá pequeno, onde tinha uma senhora que tricotava.

— Vamos lá Beta, oferece um café para o policial, ele está com cara que não dormiu a noite toda — a senhora pediu para a filha sem parar de tricotar.

— Oh claro! Aceita um café policial?

— Não, obrigado, eu...

— Claro que aceita! — A senhora o cortou e olhou para a filha por cima dos óculos que pairam na ponta do nariz. — Vá Beta! Pegue um café para ele.

Depois que a filha atravessou a sala e se perdeu na pequena cozinha, a senhora encarou Luca. Eram momentos como aquele que Luca odiava o seu trabalho. Não existia um método ideal, indolor que poderia fazer para contra sobre a morte de alguém, para contar que alguém tinha tirado a vida de uma pessoa amada.

— Acharam a minha neta? Já faz dias que ela desapareceu. Vocês deveriam ser mais rápidos em buscas assim.

Luca se remexeu desconfortável, sem saber como explicar para a senhora de olhar astuto que casos de desaparecimentos não chegavam nas mãos dele. Que somente quando acontece um homicídio.

— Aqui está o café, acabamos de passar, então tá quente e fresco — Beta estendeu a xícara para ele.

— Obrigada — disse por fim, aceitando a bebida e bebericou um primeiro gole enquanto a via se sentar ao lado da senhora e ambas o olharem, esperando. Inspirou fundo. — De fato, vim informar que achamos o corpo da sua filha.

Beta piscou.

— Corpo?

Devagar, Luca colocou a xícara de café na mesa de canto e as encarou.

— Eu sinto muito, mas achamos o corpo da sua filha noite passada. Sinto muito mesmo.

Viu o rosto de Beta empalidecer, os olhos se arregalaram e as mãos procurar as da mãe. Percebeu que a senhora tinha parado de tricotar e Luca conseguia sentir toda a dor que estava começando a se formar nos olhos delas.

E lamentou por isso, prometendo a si mesmo que ia fazer de tudo para descobrir o responsável por trazer aquela dor nos olhos daquelas mulheres

— Está dizendo que minha filha está morta? — A voz dela não passava de um fiapo que parecia se perder no ar entre eles. Um último fiapo de esperança.

— Como? Acidente? — A senhora resolveu perguntar, não parecia tão firme e forte.

Luca sabia que a pior parte era agora.

Damas de Aço - COMPLETA | DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now