𝟬𝟵. 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝗲𝘂 𝗺𝗲 𝘀𝗶𝗻𝘁𝗼

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․⚬་◦➣ COMO EU ME SINTO

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․⚬་◦➣ COMO EU ME SINTO.

ANDANDO PELOS CORREDORES, Ravena pôde flagrar Raphael treinando Elliot sem qualquer piedade, lançando o garoto longe

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ANDANDO PELOS CORREDORES, Ravena pôde flagrar Raphael treinando Elliot sem qualquer piedade, lançando o garoto longe. Apesar de receosos, os quatro aceitaram a estadia do Adams no Bunker pelo menos até que estivesse com total controle de suas habilidades e não corresse risco de vida. Com demônios, anjos, e qualquer outra criatura lá fora caçando as crianças de Azazel a sangue frio, todo cuidado era pouco.

Enquanto Raphael se responsabilizou pelo combate corpo a corpo, Dean se certificou de ensiná-lo a manusear armas e a Melvac ajudaria no possível e impossível para que ele dominasse a telecinésia. Infelizmente, eles pareciam distantes. Elliot só abriu uma mínima brecha de intimidade para Sam, que procurou acolher ele o máximo possível, ensinando sobre as criaturas e apresentando sua nova casa.

Apesar de achar algo bom, Ravena sentia a necessidade de ter algum bom relacionamento com o homem para entender melhor seus receios, como isso poderia afetá-lo e como teriam de dominar seus medos. Mas ela certamente teria que esperar por outras chances.

─ Ravena ─ Dean chama assim que ela entra na cozinha. ─ Podemos conversar?

─ Claro. O que é? ─ Ela vai até a geladeira, tirando uma garrafa escura e colorida de cerveja. Arrancando a tampa com facilidade, ela encara o homem.

─ Por que parou de usar seus poderes? ─ Com a mesma bebida que a mulher sobre a mão, ele toma um curto gole antes de encarar a Melvac, tranquilo.

─ Eu já te disse: Ralph desaprovou.

─ Não foi isso que você disse ao Elliot.

─ Mas foi o que eu disse para você. ─ Ela rebate, evitando contato visual.

Escorou o corpo no balcão, cruzando os braços até tomar a coragem de olhar o Winchester por poucos segundos. E então, suspira.

─ Sabe... Quando eu e Sam enfrentamos o Elliot, eu me senti na sua pele. Mesmo que eu não conhecesse ele, eu podia me enxergar perfeitamente ali, e me perguntei se era assim que você se sentiu naquele caso em Baraboo. Se você parar para pensar, ser diferente nunca é algo bom. Não quando estamos nos referindo a poderes gerados por um pacto demoníaco. ─ Ela solta um som nasal, e era como se zombasse da própria condição. ─ Nunca soube o porquê dos meus pais biológicos terem concordado com isso, mas acho que não valia a pena, de qualquer forma. Espero que tenham aproveitado o que quer que o pacto lhes dessem antes de morrerem naquele acidente.

Quando ela encarou Dean, ele pareceu demonstrar pena. Sabia bem que não era aquilo, mas se sentia como uma idiota. Ela estava se distraindo e tornando o assunto ainda mais tenso do que poderia ser, retomando ao passado que mal compartilhou com as pessoas de sua vida, os poucos fragmentos que a mãe Aurora Blackburn compartilhou com a menina quando jovem. Ela havia se agarrado tanto a histórias, e se perguntava constantemente se não passava de uma invenção da mãe para tranquilizar a Melvac de uma verdade terrível.

─ O que estou querendo dizer é: quando usei meus poderes pela primeira vez ao seu lado, eu vi um julgamento menor do que quando ousei mostrar para outras pessoas. De alguma forma, você parecia mais preocupado em fazer seu trabalho do que apontar que eu era uma aberração.

Quando Dean abre a boca, ela logo o corta.

─ Nem tente contestar isso. Aquilo foi bom, no fim das dúvidas. Achei que finalmente tinha achado um bom amigo e caçador que, apesar de me azarar a cada minuto, pesava na balança o que realmente tornava alguém num monstro. Era quase como se você tivesse amigos de cada espécie, então não fiquei muito surpresa quando eu descobri que seu melhor amigo é um anjo e que você tem o número do Rei do Inferno gravado no seu celular. Eu acho que no fundo me apeguei a essa sensação, e era bom passar um tempo com você. Naquela noite em Baraboo, quando eu matei aquele vampiro, eu jurava que você estava me olhando com medo. E, bem, além de aviões, eu não sabia que você podia temer qualquer outra coisa. Isso fez com que eu me sentisse algo sombrio e ruim, mas eu sabia que você não me pediria para parar. Então eu parei por conta própria. Sinto muito ter mentido, mas parecia o certo a se fazer naquela época.

─ Por que me contou tudo isso?

─ Porque você pediu e realmente merecia uma resposta sincera. ─ Ela solta, bebericando sua cerveja.

Com um curto movimento de cabeça, ele concordou, voltando a beber de sua bebida e colaborando para que um silêncio preenchesse o lugar ─ exceto pelos constantes xingamentos de Elliot direcionados a Raphael, que podiam ser escutados em praticamente todo o Bunker.

─ Eu senti sua falta. ─ Ela solta, sem muito entusiasmo, e ele percorre os olhos até os dela, surpreso. ─ Mas nós dois sabemos que eu não correria atrás depois do que aconteceu. Não era como se fossemos um casal normal e que tivesse poucas brigas, mas aquela foi bem diferente. Estava claro que deveríamos pôr um ponto final naquilo.

À metros de distância da Melvac, Dean a encara com seriedade. Não era como se tivesse qualquer coisa para falar e, mesmo que tentasse, era provável que retornasse à briga que destruiu o relacionamento dos dois. Talvez Ravena precisasse do Dean que a conheceu, que a fazia rir e que, de alguma forma, tinha desistido de seduzir a mulher antes de finalmente ficarem juntos. Ter meio mundo querendo sua cabeça numa bandeja de prata devia ser horrível.

─ Vai ser bom Elliot ser treinado por você. ─ Ele diz, encarando sua garrafa quase vazia. ─ Imagino o quanto deva ser difícil só pelo o que Sam passou. De qualquer forma, esse cara precisa de alguém forte.

Ela o olhou, surpresa, e involuntariamente sorriu para o homem, apesar de Dean permanecer sério e distraído.

─ E eu nunca conheci alguém tão forte quanto você. ─ Ele finaliza, olhando-na nos olhos esverdeados.

O pequeno sorriso torto nos lábios carnudos da mulher se tornou maior, como se em agradecimento. E apesar de sério, havia algo nos olhos de Dean que revelavam algo positivo, afinal.

Eles só não sabiam o que viria a se tornar.

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