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Eu não ia postar esse domingo, mas prometi as meninas do meu grupo de Leitoras no WhatsApp já que elas me ajudaram a não ficar trancada pra fora de casa.

Mais uma vez, obrigada meninas. Em especial a Duda e a Ingrid. ❤️

Fiquem com um capítulo graças as leitoras do grupo.

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Quando eu acordei na manhã seguinte, dei um pulo da cama por perceber que já eram quase dez horas. Tomei um banho rápido e vesti uma roupa casual composta por uma camiseta preta de mangas médias e um short de alfaiataria da cor cinza. Deixei o cabelo solto, com ondas resbeldes para convencer e mostrar a mim mesma que não eram aquelas roupas de patricinha que me fariam virar outra pessoa. Ainda haveria muito da Lauren das ruas em mim. Mesmo que ela não precisasse mais estar lá.

Eu saí do quarto com a conversa da noite anterior ainda em mente. A maneira que Tom havia jogado para os quatro ventos as fraquezas de sua ex-esposa, mostrava como ele era de verdade. Camila havia se livrado de um encosto fantasiado de macho, mas infelizmente estava ligada a ele para toda uma eternidade por conta de um filho.

— Bom dia… — estendi minha fala ao chegar na sala de jantar. Camila não estava ali. — Olá, Henry.

Seu filho estava sozinho com uma tigela de cereal, iogurte e frutas picadas.

— Olá, Lauren. — respondeu com a colher na boca. — Minha mãe precisou sair, mas pediu para te dizer que é pra você se sentir em casa. Três vezes. Ela repetiu três vezes para garantir que eu tinha entendido. Então, sinta-se em casa, e ah, sinta-se em casa.

— Hum… Isso é bem a cara dela mesmo. — sorri divertida e me sentei ao seu lado na mesa. Comecei a me servir. — E você, não tivemos tempo para conversar muito. O que gosta de aprontar quando não está jogando?

— Gosto de comer. — pensou um pouco. — De desenhar no meu iPad e também de ler algum livro. Minha mãe diz que é importante para recuperar os neurônios que os vídeos que assisto fazem eu perder. Ela não deixa eu ficar horas e horas no Tik Tok, mas meu pai não liga então eu acabo vendo da mesma forma.

Então para "ganhar" o moleque, o diabo do Tom fazia a própria mãe de seu filho de otária por contrariar suas ordens.

Um típico pai mimado. Dessa vez nem dava para culpar a criança.

— A propósito, você viu meu pai? — encheu mais sua tigela de cereais. — Ele disse que tomariamos café juntos e me levaria para o condomínio. Tem uma quadra de tênis enorme.

— Não o vi. Acabei de acordar. — respondi aliviada por isso, pegando uma torrada. Queijo com geleia de pimenta havia virado meu novo vício. — Se quiser podemos ir juntos e você pode me ensinar a jogar tênis. Sou uma negação em esportes.

— Não é boa em nada?

— Em correr da polícia eu sou ótima se isso for considerado um esporte.

Sorri sozinha e percebi a merda que tinha falado. O menino me olhou paralisado e estava mais pálido que eu.

— Sabe como é, GTA. — sorri amarelo, contornando minha própria fala estúpida. — Esse buchinho aqui é causado por horas na frente do vídeo game correndo bastante da polícia.

Mentirosa do caralho, você sequer tinha uma televisão na república.

— Eu estou tentando zerar Bully. — comentou animado. — Minha mãe não gosta de jogos violentos, então você pode me ajudar escondido mais tarde quando eu terminar a apostila da nova escola.

— Por mim tudo bem. — fingi uma cara soberba. — Eu já zerei Bully sete vezes mesmo. Jimmy é uma lenda.

Porra nenhuma. Tudo o que eu tinha feito era ver Gameplays desse jogo que me ensinou muita coisa em questão de luta corporal.

OUTSIDERWhere stories live. Discover now