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Boa noite, capetada.

Se você me segue no twitter, viu que eu fiz uma votação em dividir o capítulo, então aqui estou.

Se não segue, vá seguir agora: @ thaynasioli.

Era para ser um capítulo só, no entanto eu demorei pra porra e decidi junto dos outros leitores a postar a primeira parte. Vocês merecem por torrar minha paciência.

Bom capítulo 😍

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POV Camila Cabello •

Acordo com o incômodo do meu celular vibrando embaixo do meu rosto. Estou torta na cama, minha coluna reclama disso quando dou o primeiro movimento. Mais um dia de semana se inicia e minha cabeça dói. Vinho ultimamente não tem sido a minha melhor companhia, embora eu não tenha tanta escolha. Viro o corpo pro lado e me frusto, no entanto não estou surpresa.

Ela não está ali.

Me sento na cama por alguns segundos, esperando que meus músculos se habituem com a nova manhã que se inicia. Mais um dia de trabalho, mais um dia de correr atrás de tudo que a Camila adolescente sonhou: Liberdade financeira.

Calço minha sandália e abro as cortinas da sacada. O tempo está fresco e limpo lá fora e o sol já está no céu. Tenho uma visão privilegiada da cidade. Pessoas correndo iniciando seu dia, comércios abrindo para mais um expediente, luzes de outros prédios ligando, mais pessoas acordando. Fecho os olhos e respiro fundo. Sei que não é o ar mais puro do mundo e está longe de ser, mas eu amo isso. Ouvir o barulho do tráfego chegar aos meus ouvidos misturando com os pássaros que voam para algum horizonte de sol nascente. É mais um dia que eu posso levantar e fazer o que amo. Mais um dia que eu agradeço por ter sido forte. Mais um dia de entrar na agência e fazer um trabalho árduo e criativo. Dever para alguns, e hora de dormir para outros.

Abro os olhos quando escuto a porta do quarto se abrir. Eu me levanto para trabalhar e ela chega para dormir. Tem sido assim, o que… incontáveis vezes no mês? Eu tento dar espaço, só que essa situação está começando a apertar meu coração e eu não gosto de sentir nenhum nó na minha garganta. Sempre me incomodei em ficar incomodada, porém o que posso fazer?

Privá-la de sua liberdade? Isso nunca fez o meu estilo.

Era o meu destino. Era a diferença batendo na porta. Você casou há dois anos com uma mulher dezoito anos mais nova, o que queria, Camila?

Quando eu tinha sua idade eu também amava festas. Boates, bares lotados. Topava qualquer coisa, afinal, era meu último ano na faculdade. Mesmo em um noivado, consegui aprontar e me divertir muito. Eu com vinte e dois e Tom com vinte e sete. A diferença era pouca e até conseguimos equilibrar bem. Agora dezoito é bastante coisa, não posso negar. Quando eu era adolescente e comecei a frequentar festas, a minha esposa sequer havia sido concebida. Eu não queria ser a mulher tóxica que tirava sua liberdade. E não iria ser. Isso fazia minha cabeça questionar até em qual momento isso seria saudável para ambas.

Ela entra no banheiro e encosta a porta. Volto pro quarto e o aroma de destilado que ficou não mente. Só espero que ela ainda esteja consciente dos seus atos. O chuveiro se liga e eu entro no banheiro. A pilha de roupas sujas está em cima da privada. Ergo a sobrancelha e nego em silêncio. O cesto de roupas sujas fica literalmente ao lado. Ela está virada para a parede, com um coque no cabelo deixando a água cair nas costas. Pego minha escova de dentes e inicio minha higiene bucal.

— Bom dia, Camz.

Antes de eu responder, analiso sua voz. Ela não parece bêbada, felizmente. Agradeço internamente por isso.

OUTSIDERWhere stories live. Discover now