A primeira vez que o coração apertou

2K 243 553
                                    


— Yeonjun, quando eu vou conhecer o seu novo inquilino? Bumgyu? Beomgyu? — Ryujin perguntou no intervalo entre as aulas. Os dois estavam bebendo água em uma sala de descanso, largados em cima do sofá.

— Beomgyu. E eu sei lá, você pode aparecer no meu apartamento quando quiser. Taehyun deveria ir também, faz um tempo que ele deu uma sumida.

— Verdade, vou mandar mensagem perguntando se ele tá livre esse fim de semana. — Ela concordou.

— Ah, talvez Beomgyu se anime em fazer alguma receita. Ele vive animado pra saber se eu gostei de alguma coisa que ele fez, é fofo. — Disse, e sua amiga não deixou de reparar no sorriso no rosto dele.

— Fofo, é?

— Muito, você precisa ver. — Se lembrou da madrugada em que Beomgyu foi espiá-lo enquanto dançava. Fazia uma semana, mas Yeonjun não parou de pensar nos elogios que recebeu. Foi tão sincero, que ele sentiu vontade de morar naquelas palavras doces para sempre.

— Hm, interessante. — Ryujin riu, e só então Yeonjun percebeu o tom dela.

— Ei, não é assim! — Falou, um pouco nervoso.

— Eu não disse nada. — Ela estendeu as mãos, deixando que ele se entregasse sozinho.

— Ai, Ryu, eu te odeio. — Riu de si mesmo. — Mas é sério, ele só é legal comigo.

— Aham.

— Xau. — Ele levantou do sofá ao som das gargalhadas que ela finalmente soltou.

— Volta aqui, seu viadinho! Agora eu quero saber mais. — Ryujin foi atrás dele, mas Yeonjun estava com muita vergonha para falar qualquer coisa. Ele agradeceu por sua última aula começar naquele instante, então despistou Ryujin por mais que ela fosse enchê-lo de mensagens sobre isso depois.

Yeonjun nem percebeu a forma como tinha falado sobre Beomgyu, e agora mal conseguia ligar os pontos sobre o porquê de estar assim. Ele não tinha dito nada exagerado (pelo menos achava), mas seu coração estava acelerado só de lembrar que há poucos instantes ele chamou Beomgyu de fofo na maior naturalidade.

Mas como era uma pessoa madura, ele decidiu focar na aula e tentaria se convencer de que aquilo não era nada demais depois.

Porém o depois passou muito rápido e em um piscar de olhos, já estava abrindo a porta do seu apartamento de novo e sentindo o cheiro de comida feita na hora. Ele se acostumou muito rápido com a presença de Beomgyu ali, e até se sentia mal por não saber como retribuir, mesmo que o mais novo não esperasse nada em troca. Ele fez um lembrete mental de preparar alguma coisa legal para Beomgyu enquanto tirava os sapatos.

— Yeonjun? — Beomgyu gritou da cozinha.

— Oi! — Gritou de volta.

— Me ajuda aqui, rápido!

O dançarino arregalou os olhos e largou a própria mochila no chão antes de ir correndo ao encontro do outro.

Beomgyu estava lutando contra a torneira da pia que não parava de vazar água para todos os lados e o chão inteiro também já estava molhado. A bancada estava aberta, e Yeonjun foi até ela fechar o registro até que não tivesse mais nenhuma gota de água escapando.

— O que rolou? — Perguntou, sem entender como aquilo tinha acontecido. Beomgyu parecia um cachorrinho perdido e molhado depois de aprontar alguma besteira.

— Eu abri a torneira e não saiu água, aí eu comecei a mexer em tudo pra ver se saía e do nada começou a chover em cima de mim. Eu fiquei atordoado de verdade, nem lembrei do registro ali embaixo. — Tentou soar o mais convincente possível, e Yeonjun quis rir pela indignação que ele falava. Beomgyu é realmente sincero com o jeito que se expressa, e isso fazia ele ser a pessoa mais adorável do mundo aos olhos do maior.

espelho quebrado - yeongyuWhere stories live. Discover now