21 - O Remorso

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Any Gabrielly

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Any Gabrielly

Podia ouvir a movimentação dele pelo quarto e em uma pequena fresta que eu abri de meus olhos, pude ver ele juntando os cacos de vidro do jarro que eu havia quebrado agora pouco.

Não queria conversar, então achei melhor fingir que estava dormindo. Eu estava magoada, me sentia vulnerável. Era como se ele estivesse cutucando uma ferida exposta e estava doendo, muito.

Senti o lado da cama afundar, ele havia se sentado novamente ao meu lado, podia sentir seus olhos em mim.

- Não queria afetar esse lado da sua vida! - passou a mão em meu rosto - Eu quero apenas que confie em mim para me contar essas coisas. Ter que descobrir isso pelo meio que chegou até mim me deixou estressado, tudo o que estou fazendo nos últimos dias é para manter você segura! - beijou minha cabeça e se levantou - Feliz Aniversário, Any!

Ouvi os passos dele se distanciando e o leve ranger da porta quando ele a encostou.

Abri os olhos e suspirei pesado mais uma vez, ele sabia que eu estava acordada, mas respeitou meu espaço. Pelo menos isso.

Júpiter estava ao meu lado na cama, se aconchegou mais perto de mim e então me analisou, miando em seguida.

- Seu dono me faz sentir tanta coisa ao mesmo tempo... - sussurrei para o gato, enquanto passava a mão por seu pelo macio. - Desculpa, eu quase te machuquei... - disse pelo vidro que eu quebrei.

Ele se aconchegou ao meu corpo e se aninhou colado a mim, entendi que estava desculpada.

Continuei fazendo carinho em seu pelo por um bom tempo, talvez por boa parte da madrugada, pois eu não conseguia dormir.

Minha mente viajava em pensamentos sobre como seria daqui pra frente. Minha avó agora acreditava que eu estava noiva, Robert sabia que eu ia para a clínica e Josh sabia do meu maior ponto fraco.

Não valia a pena eu manter a armadura, já estava em ruínas mesmo.

Já não era mais meu aniversário, o dia já havia virado e com ele, eu também. Não conseguia dormir.

Júpiter deve ter gostado de ser acariciado por mim durante boa parte da noite e madrugada.

Senti o sono se apossar de mim por volta das quatro e meia da manhã, já sentia minha cabeça explodindo por causa do choro.

Então apenas me rendi e deixei que o sono me levasse.

Mas meu subconsciente permaneceu ativo, pois a partir dali, eu só consegui me lembrar do fato de que meus pais sequer haviam mandado uma mensagem me desejando os parabéns.

Comecei a pensar se eu realmente importo no vida deles.

Era comum eles esquecerem de mandar algo durante o dia, mas ao final dele sempre havia uma mensagem ou chegava algum presente em minha porta.

The Contract || BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora