Capítulo 19💞

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AVA

    Finalmente estava saindo do hospital, adorava ficar como médica, agora como paciente não aguentava mais. Gabriel estava me esperando no hall enquanto eu me despedia dos residentes, médicos, internos e enfermeiros, pois eu ficaria em casa por mais algumas semanas. E nesse tempo iria passar com os meus pais, estou bem nervosa quanto a isso, não como vai ser.

- Minha loira, vamos? -  Falou beijando meu pescoço quando paro em sua frente no hall de entrada da hospital. E ainda me deixando arrepiada.

- Vamos, moreno. - Falei de olhos fechados sentindo sua barba no meu ombro. - Ainda estamos no hospital, senhor moreno. - Digo me soltando dele, pois ainda segurava sua cintura por debaixo da camisa.

- Tá bom, senhorita. - Sorriu pegando minha mão para sairmos do hospital indo para o carro. - Seus pais estão ansiosos para te ver acordada. - Abriu a porta do carro para eu entrar. Entramos e ele deu partida para minha casa.

- Estou nervosa, não sei como vai ser. - Falei olhando para sua mão que apertava de leve minha coxa enquanto o mesmo dirigia.

- Relaxa, eles entenderam o seu lado de nunca ter voltado para casa e ainda mais o fato que você estava morta até semanas atrás, no ponto de vista deles. - Falou calmo me olhando quando parou o carro no sinal vermelho, levou sua mão para o meu rosto e acariciando até meus lábios com o polegar. - E se falarem algo que você não goste, eu te levo para casa e não te solto mais. - Finalizou beijando meus lábios depois de amacia-los e o mordendo no final do beijo.

- Dorme comigo hoje? - Falei e o sinal abriu. Ele me olhou como se fosse um não. - Por favor, por favorzinho. - Falei manhosa. - Em bebê? 

- Calma mulher, eu não iria negar de dormir com você não. - Disse rindo quando me soltei do sinto e enchi ele de beijinhos.

     Fomos para casa com nossas conversas aleatórias, como sempre. Nunca me cansaria de ter esses diálogos com ele, juntando nossa comunicação e nosso profissionalismo na cama, somos um casal perfeito. Modéstia parte. Entramos no condomínio, parando na minha garagem.

- Fica calma, vai dar tudo certo. - Falou notando meu nervosismo. Eu concordo e saímos do carro pegando minha bolsa. Coloco minha digital na porta e entramos na casa. Sentia falta da minha casa. Olho para o centro da sala e vejo meus pais se levantarem rapidamente do sofá ao me ver. - Vou deixar vocês conversarem sozinhos. - Nós concordamos, mesmo nervosa eu também. Gabriel me deu um beijo e subiu com minhas malas. 

- Oi

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- Oi... - Minha voz saiu falha, trêmula pela minha vontade de chorar. Minha mãe veio até mim, me abraçando com força enquanto chorava. 

    Eu não esperava a reação que teve mas antes que eu pudesse pensar em dizer mais alguma coisa ela me abraçou, parecia um abraço urgente, ansioso, que passou muito tempo guardado. Foi um abraço forte e dolorido, como se a vida dela dependesse disso. No meio dele ainda pude ouvir um pedido de perdão que mais parecia um desabafo que vinha do fundo da sua alma, senti minha mãe se tremer de chorar enquanto me abraçava, ela parecia não se envergonhar de chorar e aquilo me comoveu.

  Quando o abraço terminou, eu a olhei, e vi que já não era mais a madame, interesseira de antes, tinha uma expressão cansada e triste, suas rugas estavam mais aparentes, seus cabelos mais brancos mas o que mais me tocou foi o fato dela não me olhar.

    Ouço meu pai dizer atrás de mim e me viro lentamente para vê-lo, seu corpo estava bem mais magro, sua face mais envelhecida, seus cabelos mais brancos e seu olhar era de pura tristeza e ao mesmo tempo de alívio.

 - Eu pensei que vocês estivessem esquecido de mim, que não queriam me ver mais. -  Eu disse como um desabafo e vi meu pai vir ao meu ao meu encontro e me dar um abraço muito forte. Não questionei, não pensei, não hesitei, apenas senti o calor do meu pai novamente, o calor que tanto me fez falta nos últimos anos.

- Me perdoa, meu perdoa! Por favor! - Sussurrava com a voz embargada contra o meu pescoço e retribuí o abraço, por cima de seu ombro vi minha mãe, que estava estática deixando  lágrimas escorrerem. - Você está tão linda, se tornou uma grande mulher. - Disse se afastando, segurando meu rosto com uma mão e a outra acariciava meu cabelo.

- Pai... - Suspirei, não sabia o que falar. Se perdoava eles mesmo por ter sofrido por alguns anos por falta deles ou por entender que foram enganados e pensavam que eu estava morta. Acho que a segunda opção mais plausível. - Vocês foram engados, não tiveram culpa. - Falei olhando nos olhos dele, desviei para os do minha mãe e fui até ela e a abracei. Meu pai veio até minha novamente me abraçando com mais força.

- Me desculpa, minha pequena. - Beijou minha testa e ficou uns segundos olhando cada canto do meu rosto. - Eu fui horrível, fui um ser humano horrível. Eu devia ter... 

      Meu pai ficou horas desabafando, se desculpando. Minha mãe contava como meu pai mudou depois da minha ''morte''. Como descobriram a mentira das minhas ''irmãs''. Por final conseguimos não deixar o clima ruim ou muito estranho entre a gente. Eu contei um pouco da minha vida até aqui, e eles fizeram o mesmo. Eu estava radiante, feliz que tinha os reencontrado e que não me odiavam como eu pensava.

- Eu amo vocês. - Falei os puxando para um abraçando, eu estava no meio deles sentada no sofá.

- Eu te amo, minha pequena. - Pai falou e beijou minha testa.

- Eu também te amo, filha. - Minha mãe tinha mudado, ela não era mais aquela madame de nariz em pé. Agora ela era ''normal'', uma pessoa que não dava um ar de interesse. Ela se tornou uma mulher melhor e mais humilde do que antes. Tenho orgulho deles...

CONTINUA....?

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UM AMOR  VERDADEIRO- FLAMENGOWhere stories live. Discover now