Lorena: o furacão

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Elisa abriu a porta a pedido de sua mãe e deixou Thiago, com sua família, e Arthur passarem. Sabrina correu para abraçar o pai. Ela tinha passado os últimos dias na casa de Elisa. As visitas se dividiram em seus grupos usuais de conversa e se acomodaram pela sala de estar.

Umas duas horas depois, quando Elisa já tinha perdido as esperanças, a campainha tocou. "OLÁ!" Uma mulher muito parecida com Suzana, apenas um pouco mais magra e alta, gritou assim que a porta foi aberta. Ela entrou fazendo um estardalhaço com os saltos fazendo barulho sempre que ela pisava e suas bolsas e sacolas balançando nos braços levantados dela.

"Oi, tia Lori." Elisa a comentou com um sorriso.

"Meu amor, como você está enorme!" Lorena envolveu a sobrinha num abraço apertado. "Cadê a tal namorada Sabrina que eu já tanto ouvi falar? Nossa, eu estou muito tia hoje. Quem sou eu?"

"Você está atrasada." Suzana apareceu na sala.

"Eu também senti sua falta, irmãzinha." Lorena foi cumprimentar a irmã e o cunhado.

Elisa levou a tia para conhecer seus amigos, mas a mulher focou com Sabrina, que amou a atenção. Especialmente, Sabrina amou todos os elogios que Lorena rendia para ela e para o relacionamento dela com Elisa. Thiago, por outro lado, se sentiu um pouco esquecido. Ele gostava de ser o centro das atenções tanto quanto Sabrina.

"Ah! Quase que eu me esqueci," Lorena finalmente sentiu o peso das bolsas e sacolas que estava carregando esse tempo todo. "Eu trouxe presentes para todo mundo." Ela foi andando pela sala os entregando. Suzana reclamou que o natal já tinha passado, mas Lorena não ligou e continuou o que estava fazendo.

Ela parou na frente de Arthur e Carlos, sem os cumprimentar (ou olhar para eles), pediu um segundo para achar o presente deles e ficou com a cabeça abaixada, focada em suas sacolas. Os dois homens observaram enquanto ela resmungava que ela sabia que os presentes estavam ali em algum lugar sem saber muito bem como agir.

"Achei!" Lorena puxou as duas sacolas do braço e entregou para eles. "Perdoem minha falta de criatividade de comprar a mesma coisa para vocês dois, mas acho que todo homem precisa ter boas abotoaduras para os ternos."

Os dois disseram que não tinha problema e a agradeceram. Ela sorriu e abraçou os dois ao mesmo tempo. Quando ela os soltou, foi a hora que ela hora em que ela finalmente os viu de verdade. Não demorou muito para que tudo se formasse na cabeça dela. "Ai, meu Deus! Vocês formam um casal tão lindo! Como foi que isso aconteceu? Ficaram inspirados pelos filhos de vocês?"

"Nós não somos um casal." Os dois se apressaram em explicar e acabaram falando em uníssono.

"Gente, vocês treinaram isso? Deixa eu adivinhar, está todo mundo dizendo que vocês estão juntos? Sabe o que é isso? Sinal de que vocês têm que ficar juntos e fazerem os shippers felizes."

"Fazerem o quê?" Arthur perguntou e Carlos olhou para ele tão confuso quanto.

"Tia Lori," Elisa apareceu para salvar os dois homens. "Vem cá que o Thiago ficou chateado que você deixou ele de lado."

"Ai, meu Deus! Tadinho! Cadê você, Thiago?" Lorena se virou para procurar o adolescente. Carlos e Arthur deram um aliviado sorriso de agradecimento para Elisa, que respondeu com um olhar de compreensão e compaixão.

Elisa voltou para seu grupo e sua tia estava abraçando com tanta força que a menina teve medo de que Lorena fosse quebrar Thiago no meio. Então, a mulher passou a amassar as bochechas do garoto e a falar com ele como se ele fosse um bebê. Elisa podia ver que o amigo estava feliz com a atenção, por isso deixou rolar.

"Ela já está bêbada?" Letícia perguntou (não tão) discretamente.

"Não, nossa teoria atual é de que ela caiu do berço." De uma forma geral, quando as pessoas falavam algo assim, era brincadeira. Entretanto, a expressão de completa neutralidade de Elisa fez Letícia duvidar.

Arquivos da Senhorita ÓbvioWhere stories live. Discover now