Com o coração na boca

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Notas da autora:

Isso aqui claramente foi um pico de inspiração, por isso a atualização rápida, não esperem que isso vá acontecer tão cedo novamente, mas até lá espero que gostem do capítulo. (PS é 2 da manhã eu não revisei nada do capítulo desculpem  erros.

Fim das notas

A frase o fez ter o mínimo de consciência, suas bochechas formigaram de vergonha, ele desviou o olhar e balbuciou a frase apenas para ter a outra mão do demônio gentilmente o levantar o olhar, pegando-lhe pelo queixo. Em qualquer outra ocasião esse ato vindo do demônio seria condenado, ele não ousaria fazer algo do tipo,  mas, ali e só ali os papéis estavam invertidos, e os sentimentos também.

— Me beija.....

Precisou achar forças para soltar a frase novamente, e quase não se conteve ao ver Will inclinando-se em sua direção, estava delirante por algo forte, algo bruto, mas o demônio nunca falhou em surpreender-lhe. Ele recebeu um beijo, não rústico como desejava, mas sim, um beijo delicado, quase frágil, mas incrivelmente intenso e deliciosamente demorado.
Enquanto o ato se repetia várias vezes, para a completa perdição de Diper, o rapaz trouxe seu pulso à porta fechada segurando-a por cima da cabeça do garoto, eles nem deram conta que foram empurrados até a saída do quarto,  que por sorte sempre esteve fechada.

E entre selos e suspiros Mason redescobriu ali o motivo das correntes: Todas as outras vezes  em que uma abordagem semelhante aconteceu, Will sempre esteve restrito, e, Mason sempre fez questão de provocá-lo, fazendo-o beirar os grilhões de novo, de novo e de novo sem nunca dar-lhe o luxo de passar daquelas margens diabólicas, contudo, ali ele estava solto e se fez notável e indiscutível sua presença.

Will comprimia-lhe contra a porta, se antes eles estavam perigosamente perto, agora a proximidade era quase fatal. Se não fosse a porta o ajudando Diper certamente já estaria de joelhos, talvez, só talvez ele deveria ter mantido pelo menos uma das correntes no ser, justificou essa ideia com seu medo de ter realmente perdido o controle da situação, mas, esse pensamento se diluiu tão rápido quanto veio, seria uma mentira falar que o garoto não estava soluçante com o ato, no momento tudo  o que importava era aquela boca e aquela língua mansa e má.

Diper despediu-se de toda sua razão ao sentir o demônio virar-lhe o rosto, e encostando o nariz em seu pescoço pode sentir o hálito gelado de um sorriso antes de ser abraçado por mais beijos e chupões. Eufórico não sabia o que fazer, apenas tremia e suspirava, rezando ,mas, não necessariamente pedindo uma trégua para retomar o mínimo de fôlego.

Will, por outro lado lutava para não se entregar às circunstâncias e à tensão que ele mesmo criara, precisava se manter ali se quisesse alcançar seus objetivos, mas, não podia negar que ver Mason completamente perdido nele era um obstáculo maior do que ele podia mensurar. Focou em desmanchar o menino, passeando por todo seu pescoço, curtindo e degustando cada suspiro e cada gemido, porém de todos os sons que Will apenas ouviu em sonho, o que mais o excitava era não apenas ouvir, mas, sentir a pulsação constante do garoto, ele estava tão fora de si que seus batimentos eram palpáveis através do pescoço.
Aquilo deixou Will perplexo, fazia anos que ele esteve tão próximo de um coração, queria relembrar como era, queria tocar-lo, queria brincar com, queria provar-lo. Metralhou-lhe de beijos fazendo o rapaz retorcer sobre o toque, para evitar qualquer tentativa de fuga, mesmo sabendo que não haveria uma, pressionou mais seus corpos e apertou-lhe a pegada no pulso, podia sentir ele tremendo de prazer, mas outro pensamento o fez parar momentaneamente: afinal, eles estavam num quarto, não havia motivo para continuarem de pé sendo que a poucos metros tinha uma cama.

Então ele subiu a cabeça e mordiscando levemente o fim da orelha do rapaz indagou num sussurro arrepiante:

— Quer que eu continue?

Veneno azul - Reverse FallsOnde histórias criam vida. Descubra agora