Jungkook usa o serviço postal do exército por dois anos e conhece Kim Namjoon, um homem que salva seus dias com suas palavras e conversas por meio de cartas. Jungkook não pode deixar de se apaixonar, e parece que o romance é correspondido, mas é só...
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Querido Jeon Jungkook,
Meu nome é Kim Namjoon, tenho 28 anos e moro em Seoul. Fui aceito neste programa que envia cartas aos bravos soldados que lutam por nosso país. Não sei exatamente como isso vai funcionar. Aparentemente, você tem que me aceitar em primeiro lugar, então depois de enviar essa carta, terei que esperar sua resposta. Se você quiser falar comigo de agora em diante, por favor me avise em sua carta. Se você não estiver interessado, tudo bem, mas eu preciso saber para não enviar mais nada. Está escrito nos seus papéis, que você vai ficar por mais dois anos, e você se inscreveu no programa para tentar ter alguém com quem conversar durante esse período. As pessoas continuam dizendo que eu sou bom em escrever, então espero que minhas cartas possam lhe trazer algum tipo de conforto. Como poderíamos começar essa conversa? Eu já sei um pouco sobre você. Eu sei sua idade - você é mais novo que eu - então sinta-se à vontade para me chamar de hyung se você quiser isso. Acho que é assim que podemos construir um bom relacionamento e amizade, certo? O que mais você quer compartilhar sobre você? Talvez eu devesse começar isso sozinho. Eu sou de Ilsan e me mudei para Seoul para começar minha vida novamente. Eu trabalho como professor em uma boa universidade e minha vida pode parecer chata para a maioria das pessoas, mas não há nada no mundo que eu faria para mudar isso. Talvez eu deva guardar algo para dizer no futuro se você aceitar falar comigo? Não quero que você fique entediado se eu contar tudo de uma vez. Então é isso. Jeon Jungkook, você gostaria de ser meu novo parceiro de cartas? Estarei aguardando sua resposta em breve.
- Kim Namjoon.
Jungkook deveria saber melhor. Ele deveria saber que terminaria assim. Ele deveria saber que terminaria assim desde que seu coração pulou dentro do peito com a primeira carta, uma sensação de calor se espalhando por toda parte quando ele se sentiu visto pela primeira vez em um longo tempo.
Seu trem finalmente chega em Seoul, mas ninguém está esperando por ele ali. É inverno, e a brisa fria que passa por seu rosto no meio da rua o faz trazer o casaco para mais perto do corpo, um calafrio percorrendo sua espinha.
Ele observa enquanto os carros se movem pela rua, mal reconhecendo o mundo ao seu redor. Três anos no exército mudaram muito em sua vida, e além dos soldados que também estavam lá trabalhando com ele, o contato com humanos, com carros, com como o mundo ainda funciona, é algo que ele vai precisar se acostumar novamente.
Há alguém que ele poderia ter pedido para buscá-lo ali, mas ele decidiu não fazê-lo. Ainda não. Não depois de sua última carta, dois meses atrás. A carta que ele decidira não responder. A carta que ele se arrepende de não ter respondido neste momento, com uma sensação desconfortável no peito de que está perdendo algo bom em sua vida. Porque ele não consegue lidar com seus próprios sentimentos, ele provavelmente está perdendo o melhor relacionamento e amizade que ele já criou neste mundo louco.
