Um Mafioso Diferente

Prólogo

Já passam das duas horas da manhã e ainda não consigo dormir. Sentado numa espreguiçadeira fico observando a Lua que está em toda sua glória com tamanha beleza.

Fechos os olhos e tento esvaziar a mente para assim ter um pouco de paz. Mas não é fácil manter uma mente vazia quando se tem tantos problemas a serem resolvidos.

Fico ali por um tempo, até ouvir os passos de Jasper.

— Senhor, tem um homem chamado Enrico Tomazzini querendo falar com o senhor. — Abro os olhos lentamente, encontrando Jasper de maneira relaxada.

— Traga-o até aqui. — Jasper se retira, enquanto eu repito que é trabalho e não tem como evitar.

Em pouco tempo vejo Jasper trazendo Enrico ao seu lado, o homem que conheci em nada se parece com este a minha frente.

Os cabelos levemente grisalhos, olheiras profundas que destacam os olhos cinzas.

— Enrico, o que tem aprontado para vir me procurar em minha casa a está hora? — O homem respira fundo antes de me encarar.

— Eu preciso cobrar aquele favor ao qual me deve. — Sua voz sai fraca, talvez por estar com receio que eu negue ou intérprete de forma errada seu pedido.

— Entendo. Se é o que deseja, espero que tenha pensado muito bem no que quer. Afinal, é um único favor. — Não exito em lembrá-lo.

— Eu pensei muito Senhor. E mesmo no fundo não querendo, não vejo outra saída. — Ergo a sobrancelha e posso ver que suas mãos estão inquietas.

— Pois bem, então me diga do que você precisa.

*—*

Depois que Enrico se foi, paro para pensar no que aceitei. Não que eu tivesse muita escolha, não tenho. Afinal eu dei a minha palavra que ele poderia me pedir qualquer favor e eu iria cumprir.

Mas imaginava que fosse dinheiro, como todos os outros. Balanço a cabeça e me forço a ir para o meu quarto. Eu tentei dormir por bem, mas vejo que mais uma noite terei que apelar para o remédio.

Eu preciso parar de oferecer favores, está me dando muita dor de cabeça e um rombo na minha conta bancária.