Enquanto isso, no Observatório de Nova York

34 19 118
                                    

⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟎𝟐:
⠀⠀⠀⠀⠀𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐈𝐒𝐒𝐎,
⠀⠀⠀⠀⠀𝐍𝐎 𝐎𝐁𝐒𝐄𝐑𝐕𝐀𝐓Ó𝐑𝐈𝐎
⠀⠀⠀⠀⠀𝐃𝐄 𝐍𝐎𝐕𝐀 𝐘𝐎𝐑𝐊

𝐀 𝐌𝐀𝐐𝐔𝐈𝐍𝐀𝐑𝐈𝐀 𝐀 𝐒𝐔𝐀 𝐅𝐑𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐅𝐔𝐍𝐂𝐈𝐎𝐍𝐀𝐕𝐀 a todo vapor e as telas dos computadores encaravam Yun Baek

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

𝐀 𝐌𝐀𝐐𝐔𝐈𝐍𝐀𝐑𝐈𝐀 𝐀 𝐒𝐔𝐀 𝐅𝐑𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐅𝐔𝐍𝐂𝐈𝐎𝐍𝐀𝐕𝐀 a todo vapor e as telas dos computadores encaravam Yun Baek. Os programas e sistemas viam a cara da mulher ali todo começo de tarde e davam adeus a ela ao anoitecer, quando o sol no Observatório de Nova York começava a se pôr.

E que belo pôr do sol

Lá daquela altitude onde estava fixado o Observatório, Yun se apaixonava todos os dias com o crepúsculo, que parecia ser o mais belo de todo o mundo. O sol sua onipotência dava um tchauzinho muito modesto para quem o observava dali da Terra. Era quase como se Yun conseguisse ver os olhos da bola amarela piscando para ela, e ela amava tudo aquilo. Antes de ir embora, sempre fazia questão de ver o pôr do sol do seu trabalho.

No começo do dia, acordou escorregando o dedo freneticamente no ecrã meio trincado do celular, enquanto o alarme do piano estridente azucrinava seu ouvido. Ela fazia aquilo de olhos fechados, então era um trabalho árduo. Já antes mesmo de levantar da cama e conseguir desligar o danado do despertador, ouviu a risada da melhor amiga vindo da sala. Yun correu para o banheiro e fez sua higiene matinal. Seus dentes estavam meio sensíveis, então tinha que ter um pouco mais de delicadeza.

Aquela era uma parte do dia onde ela mais pensava. Ali na frente do espelho pequeno e redondo, Yun via o rosto também redondo e inchado. E lá ficava devaneando sobre a própria vida. Naquele dia em específico, ela estava disposta a falar com Nansý Blanc sobre a questão da saúde dela. Não importava se sairia de casa estressada ou brigada com a amiga, ela tinha que convencê-la a conversar com a Dra. Miller.

E foi o que ela fez.

Após aplicar protetor solar e hidratante no corpo, pôs um vestido soltinho, meia-calça e amarrou o cabelo tingido de ruivo sem perder muito tempo naquilo. Calçou as botas, pegou a bolsa com suas coisas e caminhou até a sala de estar. Antes de entrar lá, sentiu o cheiro do cigarro enchendo o ambiente inteiro. Ela já tinha se acostumado totalmente à sua condição de fumante passiva, porque a fumaça ali no começo do dia era algo trivial.
     — Como estão os pontos? Sua cabeça ainda dói? — perguntou, muito cuidadosa ao observar o gaze. Parecia limpo, o que a deixou aliviada. Nansý tomou um susto com aquelas mãos geladas em seu couro cabeludo, mas depois ficou pacífica. — Bom dia, querida.
     — Bom dia, meu bem — sorriu a morena, transparecendo muita jovialidade. Ela soprou mais fumaça e deu um beijinho na bochecha de Yun, que tinha se inclinado ao seu lado se encostando nas costas do sofá. — Até que parou de me incomodar um pouco, mas vou ter que ficar usando panos pra esconder esse cocô.
     — Estava falando com quem?
     — Mamãe — Nansý jogou o celular sobre os travesseiros do sofá e se levantou, enquanto seguia a amiga para a cozinha. — Ela estava contando da amante do meu pai.
     — Eles dois não se resolveram mesmo? — Yun fez uma careta, tirando a caixa de cereal do armário e preparando seu grande e nutritivo café de quase todo santo dia.
     — Nada, só piorou — bufou Nansý, sentando ali à mesa a fim de fazer companhia para a amiga. — Eles tiveram uma briga feia um dias desses, foi tão vergonhoso que eu quis guardar só pra mim.
     — Depois me conta, sei que você não consegue aguentar guardar segredo por muito tempo — Yun pousou o traseiro na cadeira e passou a comer. — Agora eu quero falar de outra coisa…
     — Eu também! — Nansý ficou muito empolgada e se inclinou na mesa. Embaixo daqueles olhos azuis, Yun só conseguiu ver as olheiras que sempre eram escondidas com muita base e corretivo. Ela também não deixou de notar de novo a magreza estranha e adoentada da melhor amiga. Baek com certeza não empurraria o assunto para o tapete como fez das outras vezes. — Desde quando você e o famosinho estão namorando?
     — Eu não ia falar disso, Nansý — respondeu a ruiva, muito depressa. Ela até se sentiu corar, porém queria focar em outra coisa. Henry era um moço muito intrometido que ficava passeando ali pelos seus pensamentos de uma maneira bem brusca, mas daquela vez ele tinha que ficar sentadinho na cadeira do subconsciente de Yun para esperar que ela conversasse com Blanc sobre a saúde dela. — O que eu ia falar era que você vai, sim, se consultar com a Dra. Miller. Você vai ter que fazer isso ou vai me ver muito, muito irritada — Baek teve que falar aquilo pausadamente para que soasse clara.
    
Nansý resmungou, revirando os olhos. Ela então se levantou e esfregou a ponta do cigarro no cinzeiro.
     — Quantas vezes eu tenho que dizer que estou bem?
     — Qual o seu problema? Você já se olhou no espelho? Você está péssima, Nansý Blanc! — jogou Baek, perplexa. — Dessa vez você tem que me escutar. Estou falando sério, falar com a Dra. Miller não vai arrancar um pedaço seu.
     — Minha semana está sempre cheia, eu não tenho tempo pra nada disso — argumentou a outra, claramente sem força na afirmação, porque ela sabia, sim, que poderia tirar um tempinho para ir ao médico. Ela não ia porque não queria. — Meus pontos vão melhorar, a parte do meu cabelo vai crescer de novo e tudo vai voltar ao normal.
     — E das outras vezes que você passou mal?
     — Quem é você pra falar disso para mim? — Nansý riu, querendo tirar o foco de si mesma. Ela então se encostou na parede e cruzou os braços. — Você vive tendo tonturas, quase não come, eu tenho que mandar mensagem perguntando se você já se alimentou.
     — Já estou melhorando nisso, se quer saber — murmurou Seo-Yun, dando de ombros e se esquivando do olhar da morena. — Mas a questão aqui é que eu não estou doente. Você, sim!
     — Eu não estou doente!

da poeira cósmica, veio a galáxia • daniel sharman Where stories live. Discover now