21. epílogo

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Três meses depois.. 

O outono de certa forma era uma de minhas estações favoritas. 

Sendo capaz de sentir o vento gélido soprando levemente contra minhas bochechas algentes, enviando uma onda de fios curtos ruivos contra meu rosto pacífico, numa agradável sensação de desfastio sobre meu corpo pálido. O recém corte e pintura do meu cabelo, antes preto e longo, tornaram-me um pouco irreconhecível até mesmo para mim. Jungkook foi pego de surpresa com o novo visual, embora mesmo ele sentindo falta do antigo. Disse que não poderia ter ficado mais linda, fazendo com que eu me apaixone cada vez mais por esse incrível homem. Mudanças às vezes são necessárias e faz com que estivéssemos dispostos a recomeçar por qualquer instante possível, e isso nunca soou tão bom quanto agora. 

A coroa de margaridas descansa suavemente sobre a lápide desgastada pelo tempo, agacho-me devagar passeando os dedos contra a poeira seca e aperto o cachecol mais forte ao redor do meu pescoço quando uma rajada de vento beija minha pele. O nome gravado causa batidas ansiosas no meu coração, junto a uma respiração profunda. Jeon Junseo. Um sorriso estica meus lábios, sentindo logo em seguida braços fortes envolvendo minha cintura por trás enquanto Jungkook descansa o queixo no topo da minha cabeça. O cheiro de cítricas invade minhas narinas, deixando meu corpo extasiada pela familiaridade. 

O acidente de anos atrás causou um grande impacto tanto na família de Jungkook, quanto no próprio. Constantemente em todos os momentos que dormimos juntos, Jungkook não percebe, mas ele chama o nome do irmão em seus sonhos. Ir para este lugar, de certa forma era importante para mim. 

- Ele amaria você. Obrigado por isso querida. - ele beija minha bochecha gelada o aquecendo com seus lábios quentes. - Está pronta? 

- Sim. 

Entrelaçando meus dedos nos seus, caminhamos para fora do grande cemitério de Busan, não podendo deixar de dar uma última olhada para trás com pesar. É naquele instante que faço uma promessa silenciosa ao irmão de Jungkook, fico na ponta dos pés e passo meus lábios contra os dele, selando nosso acordo. 

O carro que Jungkook trouxe em nossa curta viagem a sua cidade natal, era o mesmo da coleção que andamos no dia em que me apaixonei por ele. Eu ainda me sentia nervosa por estarmos a caminho da casa de seus avós, a família Jeon era conhecida por sua boa recepção. Embora eu tenha causado uma boa impressão aos pais de Jungkook, esta seria a primeira vez que iríamos tão longe para ver seus avós. 

- Esse lugar é lindo. - não posso deixar de apreciar cada pequeno detalhe do bairro que Jungkook nasceu, através da janela do carro. - Consigo imaginar um pequeno Jungkook correndo por todo esse lugar. 

Ele sorri largo para mim, levando a mão para descansar sobre minha coxa. 

- Eu era uma criança bem comportada, baby. 

- Você deve falar muito isso para si mesmo, a ponto de acreditar. 

Um aperto firme é deixado na minha pele ao observar como ele morde o lábio para evitar sorrir, o fim do percurso chega quando estacionamos em frente a uma casa enorme com um lindo jardim na frente. Meus olhos vagueiam sobre a vizinhança calma enquanto Jungkook segura minha mão para dentro, não damos um passo em direção a varando de madeira. Até que a porta é rapidamente aberta por uma senhora exultante, seus cabelos negros semelhante ao de Jungkook e um lindo vestido longo de flores. 

Seus braços pequenos rodeiam Jungkook, que é grande demais para conseguir embala-lo. Posso imaginar que ela diz palavras amáveis cheias de saudades em direção ao neto, mas não entendo perfeitamente suas palavras porque ainda não sou tão boa no hangul como deveria. 

- Vó, essa é Lisa minha namorada. Você pode falar em inglês com ela. - aceno e curvo-me em respeito a mais velha, que alarga ainda mais seu sorriso afetuoso. 

- Que linda garota, meu neto! Você é um homem de sorte. 

- Ela é sim vó, a mulher mais bonita do mundo. 

Minhas bochechas estão a ponto de entrar em ebulição, com os elogios dos Jeons. Após sermos conduzidos para dentro da aconchegante casa, posso observar com mais calma a decoração aconchegante. Ela aparenta nunca ter se desapegado dos objetos antigos, sua casa em cores vintage é como uma viagem no tempo. Existe uma velha poltrona reclinável no canto, quadros com pinturas rupestres e móveis de madeira polida. É realmente fascinante sua paixão pela antiguidade. 

- Sua avó disse para falarmos em inglês porque você trouxe uma garota. - um homem de cabelos grisalhos e roupas formais aparece no fundo do corredor. - Olá querida, parece que esse garoto finalmente tomou jeito. 

- Vovô, o senhor não tem nada para fazer? - Jungkook coloca seu braço no meu ombro, tentando ocultar seu embaraço evidente. - Não escute o que ele diz algodão doce. 

- Eu sou velho, não tolo meu neto. - empurrando o braço de Jungkook, o homem mais velho segura minha mão enquanto deixa o neto com uma carranca para trás. - Venha querida, preparamos uma refeição típica da Coréia a você. De qual país você é mesmo? 

- Sou da Tailândia, senhor. 

- Não precisa me chamar de senhor, somos da mesma família agora. Me chame de Juan. - aceno com um pequeno sorriso. - Hum, Tailândia. Nunca fui, mas parece um lugar interessante. 

- É um lugar muito lindo. 

- Tenho certeza que sim. - seus dedos pálidos afagam meu cabelo, como se eu fosse uma garotinha. 

- Juan, não aborreça a garota com suas perguntas. Velho bobo. 

- Devo me sentir magoado, porque meu avô roubou minha namorada? - escuto a voz de Jungkook atrás de nós, com seu costumeiro resmungos a base de xingamentos, para a avó. 

- Mal posso esperar para mostrar os  álbuns de Jungkook pequeno a você. - senhor Jeon sorri maldosamente para mim, escutando Jungkook grunhir mais uma vez atrás de nós. 

- Juan! Não faça a pobre garota fugir do nosso neto antes mesmo de se casarem. - a senhora Jeon sorri para Jungkook emburrado, puxando seu braço robusto em direção a sala. - Vamos querido, você tem todo tempo do mundo com ela. 

- E porra alguma ainda será o suficiente, vovó.

Meus olhos enchem de lágrimas emotivas por suas palavras rudes e carinhosas, enquanto somos separados pelos ardentes Jeons mais velhos, posso observar por cima dos ombros seus olhos intensos recair sobre mim, uma emoção completa e absoluta de estarmos conectados naquela paixão irreversível. Eu nunca soube o verdadeiro significado do amor, mas agora olhando para as íris negrumes de Jeon Jungkook. Eu posso descobrir. 

Uma vez, ele me disse que eu o salvei. 

Mas ele não entende que foi ele quem me salvou primeiro?

FIM

Perfect OppositesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora