capítulo 24

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Effie Collins🕷️

Um dos seguranças abriu a porta e nós entramos. Eu não sei porque eles fazem todo esse ritual sendo que já somos de casa. Somos filhas dele e mesmo assim sempre que a gente vem para casa temos que ser revistadas e acompanhadas até a a porta de entrada.

"A mamãe caprichou no perfume"-Megan diz fazendo uma careta pelo cheiro forte.

Andamos mais um pouco e paramos em frente a sala de visitas, onde uma grande mesa estava posta e em cima dela alguns utensílios de jogos de poker.

"O que está acontecendo?"-Ju pergunta com a mesma expressão que a nossa.

Mas nada nos foi respondido, apenas ficamos a observar os mordomos puxando as cadeiras e nos indicando aonde sentar pois atrás tinha o nome de cada uma. O que é bem estranho. Nunca tivemos isso antes.

Ainda sem nos mover eles vieram até nos, cada um parou atrás de nossos corpos tensos e então começaram a nos empurrar sem modéstia alguma. Como se fossemos apenas...nada.

"Quem te deu autorização para nos tratar assim?"-Julietta rebate enquanto tenta se desvincular dos toques daquele homem, que nada responde.

A minha cadeira tem uma fita azul, a de Julietta roxa, da Megan uma vermelha e da Alissa uma amarela. Passei meus dedos entre a fita de seda que brilhava conforme a luz refletia e olhei para elas.

A gente se sentou, de frente para Julietta e Alissa, enquanto Megan estava ao meu lado.

A sensação de algo estava errado me toma, eu sempre tive isso. Presentimientos, e isso não é nada bom.

"Como sempre, pontuais"- Ele empurra a porta e entra vestido em um terno caro e brilhante, com detalhes dourados. Meu pai!

"O que estamos fazendo aqui?"-Pergunto a ele que está com uma animação imensurável.

"Bom, achei que já tinham notado"-Responde parando na ponta da mesa-"Vamos jogar!"

"Não sabemos jogar"-Megan diz enquanto tenta conter sua perna que não para de tremer desde que nos sentamos.

"Ah, quando eu digo nós. Não estava me referindo a vocês"-Ele sorri-"E sim aos meus parceiros"

Ele aponta para a porta que se abre novamente e quatro homens entram, todos vestidos igualmente ao meu pai, porém com um físico bem mais velho e corcundas. Eu nunca os vi antes.

"Boa noite!"-O de cabelos pretos tingidos é o primeiro a nos cumprimentar, pegando em nossas mãos e dando um selar.

Imediatamente nossas expressões de confusão e nojo, são iguais. E eles notam isso, mas fingem não ver.

"Espero que não tenham esperado tanto, nosso jatinho teve um imprevisto"-O mais baixo sorri enquanto fala.-"Mas valeu a pena o esforço, já que podemos ver esses belos rostinhos"

Ele segurou o queixo de Alissa e a ela recuo no mesmo instante em que Julietta a puxou. Minhas mãos se prendem nas laterais da cadeira, a tensão passa por meu corpo a cada passo que aqueles homens dão.

Eles se sentam ao nosso lado e meu pai no meio, enquanto abrem garrafas de wisky e acendem charutos. A conversa parece animadora já que eles riem como se estivessem em um circo. As cartas estão sobre a mesa, os dados começam a rolar e só então percebi que cada dado sobre a madeira, é referente a cor das fitas nas cadeiras.

Nenhuma de nós quatro disse uma palavra, afinal, nenhuma saberia o que dizer nesse momento. Não se tem palavras para o que está acontecendo, mas é óbvio que existe tantas perguntas sem respostas na nossa cabeça.

Devil's childrenWhere stories live. Discover now