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Embora o início da noite não tivesse sido promissor, quando a sobremesa foi servida, não pude deixar de sentir que nossa viagem não seria um fracasso completo.

É verdade que o clima lá fora piorava cada vez mais, o chuvisco transformando-se em uma tempestade. Mas o capitão nos garantiu que o Enchantment of the Seas navegaria em torno e não através da tempestade tropical. Assim não passaríamos pelo pior dela.

E é verdade que não vi mais sinal do sombrio misterioso. Mas era apenas a primeira noite do cruzeiro. Talvez ele tivesse preferido jantar em outro restaurante do navio. Certamente eu teria muitas outras refeições e acabaria encontrando-o.

Niall, sentado entre mim e Penny, foi gentil e atencioso — felizmente muito mais com Penny do que comigo, à medida que a noite se esgotava e ela provava ter um conhecimento enciclopédico de fã obstinada das incríveis cobranças de escanteio dele, dos passes e da sua capacidade de levar seus companheiros de time a fazer gol.

E, vendo minha mãe rindo e dividindo segredinhos com Dan, eu a perdoei por falsear a verdade sobre a natureza das "férias". Como a Dra. Ivy sempre me lembrava, minha mãe só queria o melhor pra mim. Talvez, ao se casar com Dan, ela tenha conseguido algo mais, e desejava o mesmo para o filho. Teria sido difícil para qualquer homem preencher o vazio que a morte de meu pai tinha deixado no coração de minha mãe, mas se alguém poderia fazer isso, certamente era Dan. Ele entrou nas nossas vidas graças a uma sessão de fotos, mas ficou nela devido a algo que viu nos olhos de minha mãe, como ele mesmo disse.

"Parecia que ela não queria que eu fosse embora", ele costumava brincar. Só que não era brincadeira. Dan pode não ter percebido, mas ele devolveu a vida a minha mãe. E ela só queria que eu encontrasse alguém que fizesse o mesmo por mim.

Pena que esse alguém nunca, jamais, seria Niall Horan.

Já passava bem da meia-noite quando saímos da mesa do capitão e fomos dormir, todos sonolentos e sociáveis por causa dos muitos brindes com champanhe que fizemos aos recém-casados.

Aquilo, porém, não me impediu de negar quando Penny veementemente puxou meu braço e me disse que Niall tinha nos convidado para ir ao quarto dele... Uma suíte presidencial, como a em que os nossos pais estavam.

— Ah, Louis, porque não? — exclamou Penny quando neguei. — O Niall só quer me dar a camisa que prometeu. E até parece que ele tem o quarto todo pra ele. Está dividindo com o Liam Payne, o colega de time. Então nem íamos ficar sozinhos lá. Que mal pode haver nisso?

Muito, pensei, lembrando-me do tal Stanley. Depois olhei para o convés e ri. Niall tinha posto as mãos nos bolsos da calça, para mostrar que era um perfeito cavalheiro e guardava suas mãos bobas para si mesmo.

Mas ninguém no nosso grupo estava por perto para ver aquele gesto cômico. Minha mãe e Dan, quase bêbados, já tinham ido para a própria cabine. Estávamos sozinhos... a não ser pelas centenas de outros passageiros que zanzavam em volta, a caminho das muitas atividades noturnas do navio.

Meu coração amoleceu quando Penny me olhou, suplicante.

— Ai, tá bom.

Penny tinha razão. Afinal, que mal poderia haver?

Monster ➳ l.sWhere stories live. Discover now