Capítulo 10

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- Gizelly Bicalho... – o homem muito bem-apessoado disse sorrindo – Boa noite!

- O que faz aqui? – Gizelly não ficou nem um pouco feliz com aquela visita.

João Vicente arqueou uma sobrancelha mirando a morena com bom humor.

- Eu poderia conversar com você um instante? Se não for incômodo...

- Você vai me desculpar, mas é um incômodo sim. – disse irritada – Acabei de chegar do trabalho e estou muito cansada para receber visitas. Aliás, como encontrou minha casa? Como sabe onde eu moro?

- Eu poderia lhe responder todas essas perguntas e outras mais que imagino que tenha a me fazer se pudesse, por favor, me deixar entrar.

A morena suspirou impaciente.

- Ok. – disse estendendo a mão para lhe dar passagem.

Sentados no sofá da sala, Gizelly fitava o homem com olhar acusador, esperando uma explicação plausível para aquela visita inesperada.

- Bom, imagino que esteja se perguntando o porquê da minha visita.

- Primeiro eu quero saber como foi que encontrou a minha casa.

- Digamos que não é difícil descobrir. Você trabalha para uma amiga minha, o Rodolffo é um velho conhecido. Saber a rotina da casa dos Kalimann não é um problema para mim. Eu só precisei seguir o motorista. Durante o dia ele serve a casa, mas o seu primeiro e último trabalho do dia é servir você. Claro que por ordens da Rafaella. Imagino que se sinta privilegiada por isso, Senhorita Bicalho. – a morena o encarou com irritação – Não é fácil conquistar a atenção especial de uma mulher como ela.

- Creio que não esteja aqui para falar de como a Rafaella trata os seus funcionários, João Vicente. E eu já estou cheia de ouvir isso por hoje!

- Acredite, minha cara, você é muito mais que uma simples funcionária para a Rafaella. – sorriu maldoso – Mas de fato não estou aqui para falar da vida amorosa da minha amiga.

Gizelly o fitou com indignação.

- Estou aqui para falar da minha vida amorosa. – completou.

- Se procura o Eusébio, veio ao lugar errado. E se está pensando que irei mover um dedo sequer para ajudá-lo a falar com ele, está duplamente enganado.

- Vejo que já sabe que não nos falamos desde o ocorrido na festa. Imagino que saiba de tudo com detalhes. Ele me falou muito de você e se não me engano é mais que uma amiga para o Eusébio.

- Sim, o Eusébio é como um irmão para mim e como tal eu quero a felicidade dele, coisa que ao seu lado acho difícil ele ter.

O homem de olhos castanhos sorriu fraco.

- É claro que você deve me achar um cafajeste, no seu lugar eu também concordaria. Mas acredite, eu tenho meus motivos para querer manter a discrição.

- Manter discrição é muito diferente de desprezar e tratar com indiferença, João!

- Sim, concordo. Confesso que me desesperei de certa forma ao vê-lo ali naquela festa. Não imaginei que ele estaria lá naquela noite.

- Se desesperou porque tinha medo de ser visto ao lado dele ou porque estava com a Rafaella ao seu lado? – provocou com raiva.

João Vicente não conteve o riso.

- Vejo que não sou o único que tem questões pendentes relacionadas à sexualidade por aqui.

- O que é que você está querendo, João Vicente? Fale de uma vez e pare de fazer insinuações.

My Boss - Girafa (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora