três (segunda temporada)

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Eu olhava pra o "homem" pensando no que faria, se eu realmente iria com ele, ou se eu ainda esperasse. Tinha esquecido completamente o olhar de toda a minha família em minha direção, alguns olhavam com curiosidade, medo, raiva e inôcencia, como se não soubessem de nada. Realmente, não sabiam que o Lee agora é um pecador "da pesada".

O ser sedutor ainda o olhava, intercalando o olhar entre a matriarca e o menino. Esperava a resposta, e lhe daria o tempo que precisasse.

"Como posso fazer isso?" Ele perguntou baixinho para não chamar a atenção, mas na verdade as pessoas da casa apenas o olhavam mais profundamente ainda.

– Apenas diga se quer vir ou não. - O demônio falou, sem mecher um centímetro do próprio corpo a não ser a boca.

Olhou para todos. Para cada um. Sua mãe, pai, irmãs, avós e avôs, tios e tias e alguns primos pequenos.

Colocou uma das mãos do bolso esquerdo do casaco pesado que usava, e quando sentiu que o mesmo não estava vazio, tirou de lá um colar que continha um líquido estranho dentro. Ele sabia muito bem que colar era aquele, só não sabia como que ele apareceu lá.

Olhou para o suposto amigo de Hwang, e pôs o acessório em seu pescoço. Automaticamente começou a sentir o mesmo cheiro forte de cigarro que sentiu no dia que encontrou o colar.

Começou a olhar em volta quando lembrou do que aconteceu quando vestiu o colar pela primeira vez.

Quando colocou os olhos na sua esquerda atrás de si, pode ver uma pessoa.

Mas não era Hwang. Era Minho.

– O que? - Jisung se perguntou baixinho, enquanto via Felix ir em direção ao Diabo, mas mesmo assim não interviu, já que sabia que era a ação certa a ser feita.

– Quem é você? - Não fazia ideia se seus parentes pudessem escutar, ou ver o dêmonio superior ali parado em sua frente.

– Sou o Diabo. - Ele respondeu. – Mas pode me chamar de Minho.

– O que faz aqui? - Perguntou e foi ignorado.

– Terá que morrer para voltar ao inferno. - O Tinhoso falou, naturalmente.

– Mas eu já não estou morto? - Ele perguntou, deixando clara a sua confusão.

– O Inferno, Lee Felix, é um lugar torturoso, você sabe. Um lugar repleto de pessoas implorando para ir para o Céu. Mas você é diferente. Você quer ficar, permanecer no submundo. - Por fim, ele olhou ao menor.

– Como você sabe que eu quero ficar no Inferno? - Franziu a testa.

Você ama Hyunjin. Essa é a única e necessária prova que você é um ser do Inferno. - Falou sério, fazendo Felix sentir náuseas quando escutou o nome do Hwang.

– Eu não amo ele. - Olhou para baixo, se abraçando, e ao mesmo tempo se arrependendo pela fala, pois conseguiu sentir uma presença a mais no local.

– Diga isso olhando para mim. - Escutou a voz tão conhecida, e quando levantou o olhar, pôde ver seu amor ao lado do Diabo.

– Vocês estão me deixando confuso, parem. - colocou a mão na cabeça, começando a sentir a mesma doer.

Diga isso olhando para mim, Felix. Tem certeza que você não me ama? Logo eu que fui o que mais te ajudei. - Ele disse por último, fazendo o Lee ficar irritado, e explodir.

EU NÃO TE AMO!

E assim, tudo sumiu. Dêmonios, Diabo, e qualquer coisa sobrenatural a não ser ele mesmo, e sua família, que estava confusa.

– Quem eram aquelas pessoas? - Sua prima de 4 anos perguntou.

Claro, crianças e seus dons de verem espíritos.

Depois que percebeu que estava sozinho, novamente, subiu as escadas, e entrou em seu quarto.

Que estranho.

Seus lençóis ainda estavam manchados de sangue.

Sentou na cama mesmo assim, e olhou ao redor. Em direção a sacada, e quando parou no banheiro, cômodo onde o Hwang sempre o esperava após a escola, ficou encarando o local, esperando que saísse o ser, que no fundo, era tão amado por si.

Depois de olhar em direção ao cômodo antigo por minutos e mais minutos, não aguentou. Começou a chorar.

Sentia falta de tudo relacionado ao seu amado. Carinho, atenção, e agora tudo tinha voltado ao normal.

Se levantou do móvel e andou até parar em frente ao espelho do banheiro.

Começou a chorar mais ainda ao ver seu estado. Era realmente como se estivesse morto.

O redor do nariz, boca, e olhos arroxeados, pele no geral, extremamente pálida, sendo os únicos pontos diferentes, suas sardas que ainda se mantinham vivas ali. Levantou as mangas do casaco que vestia e conseguiu ver perfeitamente as linhas roxas e azuladas, que eram as suas veias, que provavelmente estavam com uma mínima quantidade de sangue correndo entre elas.

Estava em uma situação triste, pálido, magro demais, provavelmente estava pesando uns 50kg agora, e claro, também podia sentir o peso enorme da saudade.

Se olhou mais um pouco no espelho, se perguntando se aquilo era real ou não, e voltou para o colchão sujo, mas mesmo assim, não estava com mal odor ou algo do tipo.

Notou sua mochila no canto da cama, e pegou para dar uma 'cavucada no que tinha ali. Encontrou alguns cadernos, livros, lápis jogados, bilhetes maldosos, e uma faca.

Uma faca.

Felix definitivamente não se lembrava de ter uma faca lhe acompanhando na mochila, e muito menos dela ser tão bonita assim. A arma tinha detalhes rústicos no cabo, junto com um pentagrama invertido na ponta, assim, voltando a pensar automaticamente no Hwang, e que provavelmente aquilo seria obra dele.

E foi nesse momento, que ele juntou as peças do gigante quebra-cabeças.

O pentagrama debaixo de sua cama.

🩸

Vou começar a postar informações sobre as atts das minha fics (inclusive essa aqui) no meu instagram (@/ymz.kt), espero vcs por lá!

𝐌y 𝐃emon 𖤐 HyunLix.Where stories live. Discover now