Capítulo 11

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Está é uma história de amor
Que não consigo ocultar
Não consigo fechar meus olhos
Que só veem você.

Naquela manhã, Peter acordou sentindo-se cansado e sujo. Pediu educadamente para que os criados do castelo o preparassem um banho. Foi um entra e sai de pessoas, carregando baldes de água, em seu quarto. Por fim, a grande banheira colocada no meio do quarto estava cheia e com água quente.

O cacheado despiu-se calmamente e entrou na banheira. Aquilo era, com certeza, uma invenção dos deuses. Tudo que ele queria fazer era adormecer ali mesmo e acordar só na manhã seguinte. Ele acabou percebendo que dormir havia se tornado seu passatempo favorito.

Perdido em seus pensamentos, ele quase se afogou quando a porta de seu quarto foi aberta repentinamente. Procurando o autor do crime de forma desesperada, ele encontrou John parado na frente da porta com seus olhos arregalados. Um grito alto saiu da garganta de Peter, mais pelo susto do que por John estar tendo a visão de praticamente todo seu corpo nu na banheira.

- Eu juro que bati na porta.- John virou-se para trás, fechando a porta e encarando a parede.

- Eu não ouvi.- Peter respondeu, ainda meio em pânico. Mas ele não conseguiu deixar de rir da forma que as mãos do príncipe tremiam.- Você pode, por favor, me passar a toalha?- John caminhou até a cama onde o pano felpudo estava estendido. Ele não se atreveu a olhar nem por um momento, passou a toalha para Peter enquanto ainda olhava para a parede.

Coleman saiu da banheira e se enrolou na toalha. Era uma situação totalmente constrangedora. Claro que não era a primeira vez que ele ficava pelado na frente de alguém, mas mesmo assim ainda se sentiu envergonhado. Afinal, ele e John ainda não tinham chegado nesse nível de intimidade. Por enquanto, eles apenas trocavam alguns beijos escondidos pelo castelo, mas era só isso. Nem mesmo uma mão boba tinha acontecido, não que Peter não tivesse tentado, porque ele até tentou fazer com que John escorregasse suas mãos um pouco mais pra baixo, porém, o príncipe impediu na hora, mantendo suas mãos firmes apenas na cintura do outro. John não estava deixando Peter sonhar.

- Você pode olhar agora, eu estou decente.- Coleman falou. Thompson virou-se devagar, era a primeira vez que Peter via John com o rosto vermelho parecendo um tomate.

- O que você quis dizer com decente?- ele quase cuspiu quando viu que Peter estava apenas enrolado na toalha e suas pernas brancas estavam completamente a vista.- Eu vou esperar lá fora.- antes que Coleman pudesse dizer alguma coisa ou tentar segura-lo, o príncipe já tinha passado pela porta como furacão.

Peter riu, finalmente achou algo que fazia John Thompson ficar envergonhado.

[...]

- Meu aniversário é daqui alguns dias, o que acha que deveríamos fazer?- Alexander perguntou. Ele tinha acordado especialmente animado naquele dia, e não parava de tagarelar por nada no mundo. Tudo que ele dizia era sobre sua festa de aniversário e todos os presentes que gostaria de ganhar.

- Ele fica animado assim alguns dias antes, mas no dia do aniversário ele se lembra da mamãe e nunca consegue aproveitar a festa.- Noah contou para Peter. O moreno tinha descoberto que, infelizmente, a rainha tinha falecido logo após de dar a luz a Alexander, por isso o aniversário do garoto era sempre marcado de tristeza.

Peter sentiu pena do garoto. Ele foi o único dos irmãos que nunca teve a chance de experimentar como era ser amado pela mãe, como era ser segurado nos braços e acalentado. Pensando nisso, ele lembrou-se de sua própria mãe. Anne foi a mãe mais incrível que ele poderia ter pedido a qualquer divindade, ela batalhou para criar seus dois filhos sozinha, trabalhando sem parar todos os dias. Depois que Peter e Jade se formaram e finalmente deixaram o ninho da mãe, ela decidiu se mudar para o campo, casou-se de novo e era professora de uma pequena escolinha rural. Coleman sentiu falta dela e perguntou-se o que sua mãe poderia estar fazendo naquele momento.

Somewhere Someday - AdaptaçãoWhere stories live. Discover now