@ache-me

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Maria Júlia Andrade, vinte e seis anos , a garota quase invisível da família Andrade, a melhor atiradora da família, mas é uma garota, assim os irmãos a invejam mesmo tendo um amor único por ela, e por esse motivo, apesar da parede de seis por quatro abarrotada de troféus e medalhas ela largou a carreira na marinha e foi pra força aérea. A família ficou revoltada com Maju, assim os amigos a chamam. Era início de agosto, Eduardo, um amigo do curso de defesa pessoal ligando as seis e meia da manhã, enquanto Maju nada na piscina da casa de seus pais, o sensor do relógio vibra, e ela vai a borda pra alcançar o telefone.
_ Diga amorzinho, tem trabalho pra mim?.

Eduardo ri, já se iludiu por Maju, hoje ele não insiste em querer que ela o veja como homem.
_ok, não é serviço, é mais pra ficar de olho nas gêmeas, eu não quero bancar o irmão obsessivo, na próxima semana preciso de você pra levar elas pra Bahia, tem um campeonato lá, e Maury está participando. Maju da uma gargalhada, as tais gêmeas, são tipo o caos e o apocalipse encarnados, se são contrariadas, as pessoas em volta sofrem com as brincadeiras delas, nocivas mas cheias de malícia. _ Sim, pode deixar, mas pague o hotel e mais cinco mil. Aquelas pestes me mandaram três gogo boys da última vez e não sei como entraram no meu quarto e decoraram, tinha até um poli dance, na verdade acho que não quero esse trabalho Dudu.

Eduardo implora, e Maju acaba cedendo, ela sai da piscina ao ver pela lateral da piscina, a garagem se abrindo e Mateus tirando o carro, cena rara, ele dirigindo sozinho, mas ele enxerga Maju de longe e joga um beijinho o qual ela retribuiu sorrindo.

_Esse safado do meu irmão do meio, deve estar indo pegar a filha do comandante, até pegarem ele por se envolver com menor idade.

Ela entra pela copa subindo a escadaria, durante a semana era trabalho e mais trabalho, ser piloto de jatinho, nunca esteve nos planos de Maju, mas depois do pai cortar suas regalias por sair da marinha após sete anos servindo, era a saída, ou uma delas. Enrolada no roupão ela se depara com Renan, filho da madrasta, sempre de gracinhas com Maju, desde a adolescência, mas ela nunca cedeu, amor próprio ela repete a si mesma. Juliano o irmão mais velho aparece logo atrás de Renan e o mesmo se apressa a descer pro café.

-Já disse pra usar o banheiro da churrasqueira, eu posso não estar sempre em casa, minha irmã tem que se proteger sozinha as vezes.

Juliano é sempre num tom arrogante, mas Maju o entende, logo após a morte de sua mãe, foi ele quem sempre a protegeu de brincadeiras malvadas e maliciosas dos filhos da madrasta, Sra. Raquel Santorini e seus dois filhos, Renan e Arthur esse já casado, vieram morar na casa dois anos após a morte da mãe de Maju, então não era de todo ruim, seu pai nunca a obrigou a chamar ela de mãe, Maju tinha apenas dez anos na época, de certa forma foi mimada e cuidada pela bela Sra. Raquel, sempre falava que a mãe de Maju era uma mulher de personalidade forte, deveria ser esse o motivo dos freios do carro terem sido cortados, resultando a morte da promotora, um assunto mal resolvido, já que Mateus estava no carro, tinham acabado de deixar Maju na casa de uma amiga, o carro ficou sem freio e a mãe de Maju tentou jogar o carro no mar pra evitar acidentes na rodovia que estavam, ela retirou Mateus do carro, mas ninguém explica os tiros. Sra. Marta Maria Otto Alencar, promotora dos principais tribunais do Rio de Janeiro e São Paulo de 1993 a 2005, ano de sua morte. Maju tinha certeza apenas disso, nunca seria uma promotora ou advogada.

Ela se troca , hora de trabalhar, um belo terno elegante, assim como todo piloto deve ser, ela desce pro café, seu pai a mesa, a madrasta, Renan ao lado dela, Juliano ao lado do pai, Maju senta e cumprimenta a todos pondo o quepe na cadeira ao lado. O Sr. Alencar tenta se comunicar pro um breve momento.

_Maria, vamos ter a sua festa de aniversário? ou está ocupada carregando os milionários?.

Maju devolve o copo que acabou de colocar água na mesa, e olha já segurando o sentimento afogado em seu peito, vendo Renan com ar de riso, a encarando, Juliano a defende.

Apenas... Te EsperandoWhere stories live. Discover now