Despertar

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Jhon olhava o relógio do escritório em Boston na Inglaterra, era ridículo ele não poder ajudar o afilhado da esposa, Mauey chorou durante toda a madrugada abraçada ao porta retrato de Diego, Jhon queria ter comido a carne de Crawford, mas Maury já estava no Brasil, e foi rápida a pegar o jato até a Argentina e exterminar o verme da face da terra.
_ Elisa... dê um calmante a Mauey, por favor.

A secretária da casa observa o ar de preocupação do patrão e se apressa ao cumprir as ordens.
_ Senhora, fiz uma sopa, sem batatas como a senhora gosta.

Mauey chora ao ver as cenouras no prato, e olha a secretária .
_ Diego odeia cenouras, por isso dei o coelho pra ele, ele não ia precisar comer as cenouras dando escondido pro bolinho.

A secretária segura a lágrima que queria sair, lembrando que o menino era figurinha de finais de semana na mansão das Ollivari, as madrinhas o amavam.
_ Senhora, ele vai passar bem, tenha fé senhora, ele é jovem, e o dinheiro consegue pagar tudo.

Mauey olha a moça a sua frente, desde menina estava sob os cuidados da mansão.
_ Ele veio sem avisar uma vez, entrou no meu quarto e soltou dois sapos na minha banheira, nunca mais deixei sem trancar a porta, e Ronald o protegia.

A secretária a olha, e quase engasga.
_ O menino Ronald ligou, queria largar tudo na faculdade e ir pro Brasil, o chefe não permitiu, a senhora Maury não atende o telefone desde ontem.

Mauey a olha tentando engolir o caldo.
_ Ela está cuidando das coisas, não se preocupem, Raul está com ela e Carlo também.

Elisa, a secretária, oferece o copo de água que estava na bandeja e Mauey sorri com ironia.
_ Esse calmante só faz efeito com bebidas geladas ou em temperatura ambiente, não tente dopar um leão com chá de camomila querida.

_ Senhora... Eu só cumpro ordens.

Mauey a encara.
_ Sim, eu sei, e sei que nunca vai me trair.

Elisa coloca o copo na bandeja novamente e a olha com carinho e gratidão.
_ Não vou, mesmo que custe minha vida, porque essa vocês me devolveram.

Mauey dispensa a moça que desce as escadas com tristeza sabendo que Diego deveria lutar sozinho agora, uma lesão profunda no crânio, não era um simples arranhão.

No Brasil
Eduardo olha o noticiário as seis da manhã, pelo celular enquanto observa Maju ainda agarrada ao vidro do CTI, Meg pede que Juliano a leve dali, mas é inútil, Isolda traz um casaco e um copo com suco pra Maju, mas é ignorada.
_ Senhor Daniel, a chefe precisa se alimentar, por favor, já são dois dias só com água ela tomando.

Maju se vira encarando Isolda.
_ Eu estou aqui, não me trate como criança.

_ Mas chefe, o ...

Maju a encara, como se pedisse silêncio, João pega o copo e abraça Maju.
_ Tome o suco, é de melancia, já tomei cedo um desse, tá bom.

Maju observa Isolda que se esquiva do olhar de ameaça da chefe.
_ Vou tomar, e você volte pro escritório Isolda, não deixe sem pessoal lá.

Isolda a olha, lembrando dos exames feitos a um mês e ela abriu, Maju sequer voltou ao médico pra confirmar.
_ A senhora Andrade vai mandar seu almoço, por  favor coma.

Maju a olha.
_ Não me force Isolda, por favor.

Isolda sai, antes de ligar o carro uma mensagem a Eduardo.
_ Ela tá grávida, não discutam por favor.

Eduardo viu o sinal de mensagem, mas ao tentar abrir o telefone desliga, indo a recepção ele pede a recepcionista um lugar pra carregar o celular.
Pouco tempo depois, Daniel deixa Maju ao lado de Juliano e vai em direção ao elevador, ao passar na recepção, uma das recepcionistas fala que o telefone de Eduardo estava tocando, Daniel atende e era Raul.
_ Amor, como Maju está agora? Ela comeu?.

Daniel desliga tentando pensar sobre o que escutou,
Mas ao olhar a mensagem na tela ele fica entre alegria e desespero da situação ali.
Indo em direção a sala de espera, Daniel entrega o telefone na mão de Edu e diz que a recepcionista disse ter tocado, Edu agradece e pega o telefone indo ver quem era.
Daniel sai sem falar nada, mas o pensamentos eram mais intensos que sol de verão ao meio dia.
Ao telefone, fala com sua mãe.
_ Mãe? Preciso de um conselho.

Senhora Kersten terminava de se arrumar pra ir ao hospital, mas pediu que Daniel viesse, a mesa do café quase pronta, quase uma hora depois, Daniel entrou pela cozinha se abraçando a mãe já a mesa.
_ Mãe, ela tá grávida.

Senhora Kersten dá um grito, as assistentes correm em direção a sala de café e se assustam ao ver ela sorrindo.
_ Quanto tempo? Não, não é isso que quero saber , quando vai pedir em casamento?

Daniel arregala os olhos pra mãe.
_ Mãe, Diego está em coma, não posso, e tem mais isso, seu amigo médico de Diego, não é?

Senhora Kersten fica na dúvida sobre o que perguntar.
_ Porque?

_ Quero um DNA, aquele fedelho é meu filho, tenho quase certeza.

Senhora Kersten ri.
_ Pare, não faça isso, ele tem o pai dele.

Daniel ainda olhando a mãe se debruça a mesa tem uma crise de risos, que faz senhora Kersten se irritar
_ O que é isso Daniel ?.

Daniel se arruma na cadeira e pisca pra mãe.
_ Ele é gay.

A assistente ao lado paralisa olhando a afirmação de Daniel, assim como Dionísia que já estava as espreita na porta.
Ele continua a contar a história.
_ Diego tem meu tipo sanguíneo, mas o tal Raul também tem, só que as manias são iguais as minhas, até as alergias, e acabei atendendo o telefone do marido dele.

Senhora Kersten não sabia o que falar, era como se tivesse caído de um lugar muito alto, sem previsão pro choque.
_ E o que vamos fazer?

Daniel abre um botão do terno, tomando o café servido.
_ Vamos deixar que ela fale, esperei por ela durante dez anos, e agora estamos juntos a dois anos já, o bebê que ela carrega nela é meu, o filho ao lado também, então ela é minha.

Senhora Kersten fica sem entender a loucura do filho ou a razão de Maju esconder o filho, mas com o comportamento de Daniel, era claro o porque.
_ Calma, vamos primeiro esperar Diego se recuperar, vou reformar o quarto ao lado de Dan, e o de Denise será do bebê.

Daniel ri da mãe, que já estava procurando seus ajudantes de obra nos contatos do celular.
Dionísia senta a mesa em silêncio, olha a mãe e Daniel.
_ Bom dia, só vim dar oi, Else volta amanhã do Canadá, vou ficar no apartamento com ela.

Senhora Kersten concorda com a cabeça, Daniel olha a irmã que parecia triste, mas em silêncio.
_ Dio... Vou mandar um presente pra ela, e já avisei ao Don, ele está proibido de ir até ela.

Senhora Kersten olha a reação de Dionísia que era silenciosa, coisa estranha de se ver, mas nada fala.

No Hospital...
Maju com uma toalha umedecida em água morna, limpava com cuidado os dedos de Diego, conversando sobre o coelho.
_ Bebê, o bolinho tá fazendo birra pra comer, você pode acordar e ajudar ele a comer, eu deixo dar umas flores, eu compro mirtilos pra ele se você quiser, mas por favor acorda.

As lágrimas caindo, as enfermeiras terminando de olhar os aparelhos ligados ao menino, Diego engasga e tosse, um pouco de saliva e sangue misturado, ele consegue vomitar, Maju e as enfermeiras o ajudam com cuidado a não levantar a cabeça, apenas virar de lado, Diego deixa uma lágrima cair, e um sorriso se abre aí ver a mãe ao lado da cama.
_ Mãe, a tia Pérola me disse pra vir dar comida pro Coelho, ela não me deixou colher as peônias do jardim dela.

Manu se debruça na beira cama e chora, nada mais, um áudio a Raul, que ainda estava chegando, e ao avô Andrade, Eduardo observando pelo vidro, fala com Mauey ao telefone.
_ Ele abriu os olhos e falou.

Maury lavando as mãos no hotel na Argentina, deixa as lágrimas, que segurou até ali, fugirem todas, ela senta no chão e chora, sem se conter, Maury lendo a mensagem, ainda tensa de tudo que estava acontecendo com o pequeno, manda um áudio para Edu.
_ Eu chego em alguns dias.

Apenas... Te EsperandoWhere stories live. Discover now