16.

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Você estava deitada no sofá da sala enrolado em em um cobertor deixando as lágrimas escorrerem livremente pelo seu rosto sem se importar se estavam manchando algum lugar.

Há cerca de uma hora seu namorado havia terminado com você alegando que "não estava dando certo" mas no fundo, você sabia que ele tinha outra pessoa só não queria acreditar. Tudo indicava que sim.

Então, sem saber o que fazer já que só lhe restava chorar e se lamentar, você resolveu ligar para o seu melhor amigo pedindo por uma tarde juntos de consolo e sorvete. Vocês se conheciam desde crianças então sabia que ele não negaria tal favor.

O barulho da porta sendo aberta lhe tirou dos pensamentos, você apenas olhou para ela vendo uma silhueta conhecida se revelar. Dacre Montgomery. Você adorava dizer o nome dele completo, era tão...ele

"Demorei? Tentei vir o mais rápido possível, mas tive que passar no supermercado pra comprar algumas coisas" Dacre se justificou antes de dizer qualquer outra coisa enquanto fechava a porta atrás de si.

Ele carregava algumas sacolas nas mãos, mas assim que seus olhos encontraram o bolo de cobertas que você havia se tornado e seu rosto vermelho por conta do choro, ele apenas as largou no chão e foi até você lhe abraçando apertado.

"Vai ficar tudo bem, aquele babaca não te merecia" Ele disse esfregando suas costas e a apertando mais quando ouviu você soluçar baixinho. "Eu estou aqui com você agora, nós vamos comer e nos curar"

Isso arrancou uma leve risada de você, afinal era sempre engraçado a forma como ele tomava todas as suas dores e agia como se também tivesse acontecido com ele.

Dacre sabia que havia te ganhado com a "piada" então soube que era a hora de te tirar daquele sofá, ele pegou sua mão e te arrastou para fora dele. Então, juntos, vocês pegaram as sacolas e foram pra cozinha.

"Hoje, a senhorita vai aprender a cozinhar" Ele disse enquanto organizava as coisas que precisaria usar "Trouxe o suficiente para fazermos algo doce e alho salgado"

Você tirava as coisas da sacola e o entregava para que ele decidisse quando aquilo seria usado, assim que terminaram você puxou uma cadeira e se sentou abraçando os joelhos enquanto observava os movimentos de Dacre.

Mas, apesar de focado na sua tarefa, de tempos em tempos Dacre olhava rapidamente para você para se certificar se estava tudo bem. Você apenas sorria para ele toda as vezes tentando esconder a vontade de voltar a chorar.

"Eu....sou uma pessoa ruim?" Após um tempo sem conversarem você questionou quase num sussurro. A sua pergunta fez com que Dacre largasse o que estava fazendo imediatamente e se virasse para você com os olhos arregalados.

"O que? É claro que não, porque está pensando isso?" Ele se aproximou de você e se abaixou ao seu lado levantando seu rosto para que olhasse para ele. "Você é a pessoa mais incrível do mundo, e quem não reconhece isso não sabe o quanto está perdendo. Você é gentil, engraçada, inteligente, é teimosa as vezes mas isso te deixa adorável"

As palavras de Dacre fizeram com que as lágrimas que você estava segurando a um tempo começassem a rolar, ele secou uma uma com o polegar e continuou.

"Você é tão brilhante, e deixa tudo iluminado quando chega. E eu te amo tanto por isso que eu tenho vontade de te beij...." Dacre somente percebeu o que havia falando quando você arregalou os olhos.

Ele parecia nervoso por isso, pois se levantou rapidamente e voltou a fazer o que fazia antes. Um flash de memórias passou em sua cabeça e as coisas começaram a fazer sentido, todas as vezes que você sentia que Dacre queria dizer algo, ou fazer algo mas se retraia. Todas as vezes que ele tentou dizer que te amava mas trocou para um "eu gosto muito de você"

Então você tomou uma decisão que poderia jogar a amizade de vocês para o alto, ou resolver tudo de uma vez. Você se levantou da cadeira que estava e foi até Dacre tocando levemente em seu braço, assim que ele se virou você agarrou a blusa que ele estava usando e o puxou para você juntando seus lábios.

Dacre não te afastou quando você o beijou, ele estava ansiando por você há muito tempo. Ele se lembrava de todas as vezes que sentia vontade de beijar assim pela casa mas seu pensamento se voltava apenas para seu namorado babaca beijando você assim.

Esse foi um pensamento risível para ele, mas a realidade era que ninguém te beijou do jeito que Dacre beijou. Você percebeu que ele tinha um jeito de fazer isso, com mãos e lábios gentis, dando enquanto recebiam, o suficiente para fazer você dobrar os joelhos.

Havia um milhão de razões pelas quais você quis fazer, e mais um milhão por que você não queria, mas o jeito que você sentiu quando mãos grandes agarraram seus quadris, e levaram você até o balcão da cozinha. Dacre parou então, a testa pressionada contra a sua e o peito arfando enquanto recuperava o fôlego.

Você olhou para ele através de seus cílios curvados, ele sorria para você e acariciava sua cintura. Os sentimentos que lhe atravessavam agora eram confusos, mas você não se conseguia se arrepender.

"Eu...você, porque fez isso?" Dacre finalmente conseguiu dizer, apesar de contente ele estava confuso com o seu ato.

"Por que...você disse que me ama e que queria me beijar. Coisas fizeram sentido Dacre" você disse quase num sussurro, o que fez Dacre sorrir novamente.

"Mas..." Ele tentou continuar mas você o interrompeu.

"Ah pare de fazer perguntas..." Você riu e o puxou novamente para um beijo.

E afinal, Dacre era a cura.

One Shot's - Dacre Montgomery Onde histórias criam vida. Descubra agora