A Aliança - Hashirama Senju

Capítulo 47

POV Mito

— O que acham de um vermelho mais puxado pro vinho? — perguntei e vi as duas fazerem uma careta.

— Vai ser de dia, Mito — Saori rolou os olhos.

— Além disso daqui três meses será primavera — Suyen concordou com ela — Se o casamento fosse hoje esse tom de vermelho mais fechado combinaria com o frio, mas na primavera geralmente são tons mais alegres apesar de não serem tão vibrantes, principalmente por ser na praia durante o dia.

— Que tal amarelo? — minha amiga ruiva sugeriu e eu assenti, a ideia pareceu muito boa.

Já faziam dois meses daquela confusão com minha regra atrasada, os anciãos ainda achavam que eu estava grávida e isso era essencial para que nosso plano desse certo. Agora eu estou aqui, há três meses da minha renovação de votos e a sensação de que há muita coisa pra pensar.

— Já pensaram onde vão ficar na lua de mel? — Suyen perguntou e eu sorri.

— Vamos passar dois dias numa pousada no país das fontes termais, é relativamente perto da praia em que será o casamento.

— Dois dias de um sexo muito bom, ne? — inconscientemente fui levada a vez em que Hashirama me puniu e bateu em minha bunda, mordi o lábio com a lembrança e isso não passou despercebido pela Uchiha — Parece que alguém está lembrando de um momento quente!

— Ela é sempre assim? — Saori perguntou envergonhada.

— Se acostuma — respondi e Suyen rolou os olhos.

— É bom que você já fica sabendo tudo que precisa pra quando for sua vez — ela piscou para Saori, que desviou o olhar constrangida — Agora você, senhora Senju, deveria me contar o que aconteceu de tão especial pra você lembrar e fazer essa carinha de safada do nada.

— Me lembrei de uma vez que ele me tratou como uma qualquer — respondi baixinho.

— E você gostou disso? — Saori perguntou assutada, me fazendo corar.

— Quando experimentar você também vai gostar — Suyen falou com ela e se voltou pra mim — É uma sensação deliciosa, ne? Ele te pegando com toda brutalidade do mundo e depois te abraçando todo fofinho. Madara diz que é sorte do homem que tem a puta e a mulher séria na mesma mulher!

— Vocês conversam sobre isso?

— Claro, Mito, como acha que ele descobre o que eu gosto? — dada minha expressão assustada ela deve ter notado que eu não falei disso com meu marido — Espera, você não disse pra ele que gostou de um jeito mais bruto?

— Eu tive medo do que ele pensaria de mim, de perder o respeito que tem por mim — respondi de cabeça baixa.

— Mito, olha pra mim, você também Saori — ela segurou meu queixo e o da minha prima — Vocês duas são mulheres lindas e muito respeitadas, gostar de sexo, seja ele romântico ou selvagem, não faz de vocês menos respeitáveis, idiota é o homem que acha isso e eu sei que por mais palhaço que o Hashirama seja, ele não é um babaca — nós três demos uma risadinha — É inadmissível que vocês reprimam o que gostam e contenham o próprio prazer por medo, me prometam que nunca mais farão isso!

— Suy...

— Prometa, Mito, que vai pedir ao Hashirama tudo que você desejar e tiver vontade de experimentar — o tom sério foi substituído por uma expressão safada e eu corei com antecedência — Por acaso vai dizer que nunca imaginou diferentes formas de usar o mokuton?

— O que?

— Nunca ouviu falar em shibari? — seu olhar insinuante fez minha mente viajar nas habilidades do meu marido.

— É melhor mudarmos de assunto — Saori falou — Podemos marcar uma noite das mulheres para falarmos de sexo quando eu tiver feito, mas agora estou só ficando com vontade e, caso não se lembrem, ainda não sou casada!

Nós três gargalhamos disso e voltamos decidir as coisas do casamento, mas as imagens de Hashirama manipulando e prendendo meu corpo de diversas formas não saía da minha cabeça, acho que terei que me preparar psicologicamente para realizar minhas fantasias em nossa segunda lua de mel.

Saí da casa de Suyen e fui para meu treinamento avançado de cirurgia no hospital, foi incrivelmente intenso e gratificante, o médico chefe da cirugia me ensinou muitas técnicas e até me deixou assistir e ajudar em uma cirurgia de emergência. Depois de horas de pé gastando meu chakra eu fui para casa já de madrugada, estava com a cabeça tomada de flocos de neve, encolhida de frio e me equilibrando no chão escorregadio, dias nevados não eram os meus favoritos, estava extremamente ansiosa para entrar numa banheira quente e aquecer meu corpo trêmulo do inverno do Konoha. Mas o que me deparei ao adentrar a casa me fez sorrir, haviam alguns balões e um pequeno bolo a frente do meu lindo marido com um gorrinho de frio e o nariz vermelho. Os dias estavam tão cheios e intensos que eu sequer me lembrei que a partir da meia noite de hoje era meu aniversário e não pude deixar de ficar emocionada por ele se lembrar.

— Feliz aniversário, linda, não achou que eu iria esquecer, ne? — ele me girou no ar e eu percebi que tudo que precisava era do calor de seu corpo.

— Muito obrigada, Hashi!

— Eu queria ter feito algo maior, mas você está tão cansada dos preparativos do casamento e seu treinamento que eu achei que não estaria com saco para fazer sala pra ninguém — ele cheirou meu pescoço — Além disso esse tempinho frio está perfeito para aproveitarmos só nós dois, nus a beira da lareira.

— Eu só preciso de um banho — me desvencilhei daqueles braços fortes e fui até o banheiro, onde uma banheira quente esperava por mim e eu quis descer novamente para beijar Hashirama por ser tão perfeito.

Tomei um banho rápido e desci até a sala reservada onde ficava a lareira, adentrei aquele ambiente aconchegante e vi meu marido com os balões e o bolo sobre uma mesinha, sentado no tapete felpudo. Eu era de fato uma mulher de sorte!

— Agora podemos comemorar? — seu rosto misturava a alegria pura de uma criança e a perversão de um homem adulto cheio de tesão, tirei meu robe quentinho e caminhei nua até ele, satisfeita ao ver adoração em seus olhos.