Capítulo 57

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POV Mito

Tobirama me teletransportou de volta para casa depois que eu dormi um pouco, mas ainda estava cansada. Assim que chegamos Fumiko quis pegar Aika e nós deixamos enquanto eu tomava um banho relaxante, sendo interrompida por um bebê gritando a plenos pulmões.

— Não queria atrapalhar — Hashirama falou entrando com ela no banheiro e eu sorri cansada.

— Me da aqui, ela estava em um lugar quentinho, escuro, apertadinho e confortável, é natural que esteja estranhando — tirei a manta dela e a coloquei na água quente junto comigo, apoiada em meu tronco, onde ela se aninhou e se calou imediatamente.

— Parece mágica — Hashirama se sentou no chão ao lado da banheira enquanto fazia carinho em meu cabelo com uma mão e dava o dedo indicador da outra pra nossa filha segurar com força — Eu tenho medo de alguma coisa acontecer com ela.

— Eu sei — olhei para ele e voltei a encarar nossa bebezinha de cabelos castanhos — Ela herdou todos os nosso inimigos e ainda não tem nada das nossas forças.

— Será que ela vai ser a próxima portadora da Kyuubi?

— Improvável, Tobirama já viu que ela tem bastante chakra, mas com certeza não é o chakra necessário para conter a bijuu — beijei aquela cabecinha — Não sei se fico preocupada ou aliviada com isso.

Meu olhar se perdeu naquele bebê que abriu os pequenos olhos pretos e fez um biquinho, ela com certeza veio uma verdadeira cópia de seu pai.

— Tobirama já está pensando em começar a treina-la — meu marido falou rindo e eu o acompanhei.

— Ele é maníaco por disciplina, Aika ainda nem segura o pescoço — nós dois rimos alto e a bebê chorou resmungando em meu peito — Não me diga que vai ser uma fã do titio e nem poderemos falar mal dele.

— Será? Você tem que ser fã do papai, não do titio, ele é chato e implicante — Hashirama falou cutucando a bochecha gorducha e ela resmungou mais uma vez.

Meu marido a pegou e enrolou na toalha enquanto eu saía do banho e me secava, estava vestindo minha roupa quando encontrei Hashirama colocando a fralda com toda a concentração do mundo.

— Onde aprendeu isso?

— Suyen me ensinou e eu treinei bastante com Kin, queria poder fazer minha parte para diminuir a carga pra você — ele estava corado enquanto vestia uma roupinha quente em nossa menininha — Ela só é um pouquinho mais molinha do que Kin quando comecei a troca-la.

Hashirama era de fato um homem incrível e beirava a perfeição, sem sombra de dúvidas ele vai ser o melhor pai do mundo para a Aika.

— Eu te amo — o abracei por trás enquanto olhavamos nossa filha — E amo nossa família!

— Vou ficar quarenta e cinco dias sem você, ne? — ele se virou de frente para mim colocando meu cabelo atrás da orelha e eu ri.

— Vai por mim, vamos estar tão cansado que a última coisa que pensaremos será nisso — ele riu beijando meu pescoço — Além disso meu corpo não está tão atraente.

— Primeiro que perto de você eu sempre penso nisso, segundo que você continua uma grande gostosa, não importa como se sinta — eu ri o afastando de mim e pegando nossa filha — Não ri não, eu tô falando sério, fico duro só de ver você.

Seu olhar me mostrou que estava mesmo sendo sincero e eu não precisava ficar insegura.

— Então é bom controlar essa mente impura — dei língua pra ele e fui para o quarto do bebê.

Todos os móveis tinham sido feitos pelo próprio Hashirama, havia uma cômoda com trocador em um canto, um berço grande no meio do quarto e uma cama de solteiro encostada na parede, além de uma poltrona de amamentação grande e confortável. Os tons de madeira escura contrastando com as paredes claras e os bichinhos de pelúcia coloridos deixou tudo num estilo clássico bem aconchegante.

Na primeira semana as coisas foram bem difíceis, a casa estava constantemente cheia e eu me sentia falhando no papel de mãe diversas vezes. Minha mãe, Suyen, Saori e Fumiko ficavam questionando a todo instante o que eu fazia e estavam sempre dando conselhos e corrigindo a forma como eu cuidava da minha filha. Eu sabia que a intensão era apenas me ajudar, porém fazia eu me sentir um fracasso como mãe, alguém que não sabia fazer nada.

— Mito, na hora amamentar tem que segurar a cabeça mais alta — minha mãe falou — Desse jeito ela suja ar e vai ter gases.

— Desse jeito? — perguntei segurando o bebê como ela orientou.

— Isso mesmo. Céus, ela é tão linda — minha mãe tocou a testinha da minha bebê — Vai ter um futuro brilhante pela frente, vamos casa-la com um homem importante, que seja digno dela.

— Eu não vou força-la a fazer nada, mamãe, você está presa num ciclo de invalidação de mulheres ao ponto de achar que está fazendo o correto e eu vou quebrar esse ciclo com minha filha.

— Não vou discutir com você — ela suspirou — Não sabe que estressar vai secar seu leite?

Não falei mais nada com ela, terminei de amamentar minha filha e a coloquei para arrotar, a fazendo dormir em seguida. Fui para meu quarto e entrei na banheira quente, estava me sentindo esgotada e incapaz, então mal percebi quando as lágrimas rolaram pelo meu rosto.

— Mito, você nem imagina como a Aika ta dormindo fofinha agarrada ao ursinho que eu trouxe — ele entrou no banheiro e travou ao ver meu rosto banhado em lágrimas — Ei, minha linda, o que aconteceu?

Eu tentei responder, só que as lágrimas desciam em cascata e eu me sentia a pessoa mais dramática do mundo mesmo sabendo que meus hormônios voltando ao normal me deixavam mais sensível. Hashirama enfiou os braços na banheira, me tirando de lá e me carregando até o chuveiro, onde me manteve em seu colo e me deixou chorar em paz enquanto a água caía sobre nossos corpos e molhava toda a sua roupa.

— Passou? — ele perguntou quando finalmente parei de soluçar e eu assenti, ficando de pé e finalizando meu banho, ele tirou a roupa e me acompanhou — Quer falar sobre isso?

Já estávamos no closet vestindo roupa e ele passou uma de suas camisas por minha cabeça, a deixando como um vestido confortável em mim.

— Eu sou uma péssima mãe, não sei nem amamentar minha filha direito — voltei a chorar e ele me sentou em seu colo na cama, me embalando como um bebê — Eu sei que elas só estão tentando ajudar, mas tudo que eu faço elas corrigem e eu nunca vou conseguir aprender se eu não puder ser mãe, eu entendo que não sei muita coisa, mas também não tem como eu fazer tudo errado, tem?

— Não, linda, se quer saber eu te acho uma excelente mãe — ele beijou minha cabeça — Por que não conversa com elas e fala que está sentindo que elas estão invadindo seu espaço.

— Elas estão me ajudando, Hashi, não quero ser ingrata.

— Tudo bem, você quem sabe, mas não se sinta diminuída por isso.

[Notas finais: Eu gosto de trazer temas relevantes pra minhas fics, espero que entendam o lado do Mito e quando encontrarem uma mamãe recém nascida possam ser a rede de apoio sem invadir a maternidade, é uma linha muito tênue e fácilmente atravessada, mas faz a mamãe se sentir invalidada]

A Aliança - Hashirama SenjuWhere stories live. Discover now