38 | SOZINHA COM ELE

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[ATENÇÃO!  ABAIXO SE ENCONTRAM GATILHOS EMOCIONAIS! CASO SEJAM SENSÍVEIS, RECOMENDO NÃO LER!]

***

Hanna ainda estava acordada. Pegara seu celular e assentiu satisfeita com o e-mail que enviara. Colocou toda sua alma naquela música. A música que simbolizaria todo seu amor pelo seu amado e, agora, ela queria que os quatro cantos do mundo soubessem disso. Ela tinha coragem de pronunciar em voz alta, o quanto o amava... que o amava!

Saiu do aplicativo e deu-se conta que já eram sete da manhã de quarta. Não sentira esse tempo passando, assim como não podia acreditar que só se passaram apenas três dias.

Continuou a encarar a tela até o recebimento de uma mensagem. Ao ver, percebeu que era do seu grupo de amigos: Alyce e Aaron.

Xingou-se mentalmente por ter se esquecido de mandar qualquer outra coisa desde sua última mensagem.

Nem mesmo lera as mensagens do grupo, quando ligara para os dois de uma vez só numa única chamada de vídeo. Sabia que estavam acordados pelo fato de que iriam para a escola em pouco tempo — fato que até ela tinha esquecido, mas não estava se importando muito.

Hanna senta-se na cama e coloca seu cabelo — agora oleoso (precisava tomar banho) — para trás com a mão.

Em poucos toques, a ligação foi atendida por Alyce, que começou a jogar palavras num misto de fúria e preocupação:

— Hanna! Meu Deus! O que aconteceu!? Você sumiu por três dias! Está tudo bem!? — A loira não deixava Hanna nem abrir a boca.

Em poucos segundos depois, Aaron também se junta à ligação que, com a sua voz grave e tensa, chamou a atenção da loira:

— Hanna, o que houve? Você chorou?

Se Aaron conseguia identificar os olhos inchados de Hanna numa ligação de vídeo de baixa qualidade, ela deveria, mesmo, estar mal.

Alyce calou-se por completo e aproximou-se da tela do celular.

— Jesus, Hanna! Você tá bem!? O que houve com o seu cabelo? Precisa de ajuda!?

Hanna suspirou fundo e viu que não era hora para mentiras ou as comuns enrolações que fazia com os amigos. Iria confessar todo o seu peso — precisava fazer isso, caso contrário, sua cabeça explodiria e se sufocaria em si mesma.

— Não, eu não estou bem. — Hanna suspira de olhos fechados. Ao abri-los de novo, continua: — Em relação ao meu cabelo, eu senti que deveria voltar a ser quem eu era de verdade...

— Como assim? — Aaron, o completo oposto de Alyce, perguntou com uma calma e solenidade avassaladora.

Hanna tremeu antes de contar a história:

— Eu estou me envolvendo com o Peter... — sua voz falha ao dizer seu nome — com o Peter Elliott.

Após isso, Hanna explica tudo. Do início ao fim. Desde a primeira vez que se esbarraram no aeroporto; a compra do celular; a perseguição contra o fotógrafo maluco; os falsos encontros; o fato de seu próprio pai ter manipulado a mídia utilizando sua imagem; da vez em que jogaram basquete na escola e o quanto isso a ajudou na época e até agora; a vez em que eles mataram a aula para saírem pela cidade; o dia em que viram filmes de romance no quarto de hotel de Peter; o dia em que ela cuidou dele, após aquele temido episódio de doença na cama do hotel; o encontro-que-não-era-um-encontro no festival...

Enquanto Hanna ia ditando cada detalhe e acontecimento, ela ia se surpreendendo ao perceber o quanto fizeram nos quase três meses — que não pareciam três meses — que se conheciam. Parecia que haviam se passado anos.

Só Agora Eu Sei ✓Where stories live. Discover now