FIRE ON FIRE|| Penélope Wells tem a vida resumida em uma palavra: fugir. Ela e sua irmã, Maggie, passaram por mais baixos do que altos, e, desde cedo, aprenderam, da pior forma possível, os males do mundo. Sozinhas e desprotegidas de si mesmas, corr...
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- Tem algum telefone pra gente ligar pro seus pais? - Maggie pergunta.
- Cadê seu cabelo? - questiona Dustin.
- Você tá com câncer? - Daisy continua.
- Você fugiu? - é a vez de Lucas perguntar.
- Você está bem? - pergunto preocupada.
A garota à nossa frente tem cabelos raspados, e uma expressão assustada no rosto. Seus olhos brilham de medo. Fixo meu olhar no seu, tentando ler suas entrelinhas. Mas não consigo. Não mais.
- Isso é sangue? - Lucas estende sua mão para tocá-la.
Ela se assusta.
- Tá assustando ela! - eu e Mike dizemos ao mesmo tempo.
- Parem! Todos vocês. - declara Maggie. - Ela só está com medo e com frio. - ela vai até o cesto de roupas e pega uma troca.
Minha irmã, com toda certeza do mundo, usou seus poderes para sentir suas emoções.
- Aqui, pra você. - entrega as peças pra ela.
Ela seca seu rosto delicadamente, depois se levanta e começa a tirar sua roupa.
- Não, não, não! - Daisy e Mike impede sua mão de ir mais pra cima.
- Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meus Deus. - Dustin surta quando vira de costas, assim como eu, Lucas e Maggie
- Ali é o banheiro. - Mike, aponta para a porta próxima a escada. - Privacidade, entendeu?
Mike leva a garota até o banheiro, e quando retorna, Dustin dispara:
- Isso é loucura!
- Pelo menos ela fala. - Mike diz.
- Ela disse não e sim! - Lucas exclama. - Sua irmã de três anos fala mais.
- Ela tentou ficar nua! Repito, nua! - a mini Wheeler se levanta da cadeira.
- Tem alguma coisa de errado com ela. - Lucas diz.
- Não tem nada de errado com ela. Ela só deve ter se perdido, e agora está com medo. - diz Maggie.
A discussão entre nós durou alguns minutos. Quando finalmente decidimos o que fazer, todos subiram e me deixaram sozinha com a garota sentada embaixo da mesa.
Me aproximei da mesma, estendi um cobertor para ela.
- Nós não perguntamos seu nome. - digo delicadamente.
Ela arregaça um pouco a manga da blusa e me mostra um número escrito em sua pele. Meus olhos se fixam em seu pulso com certa intensidade. Eu automaticamente levo minha mão para minha nuca, passando meus dedos em minha marca.
- O que significa? - ela aponta para si em resposta. - Seu nome?
Ela assenti.
- Meu nome é Penélope, mas pode me chamar de Poppy, ou Pen, se for mais fácil pra você. - sugiro. - Nós podemos te chamar de On, apelido pra Onze... O que você acha?!
