FIRE ON FIRE|| Penélope Wells tem a vida resumida em uma palavra: fugir. Ela e sua irmã, Maggie, passaram por mais baixos do que altos, e, desde cedo, aprenderam, da pior forma possível, os males do mundo. Sozinhas e desprotegidas de si mesmas, corr...
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┃ ᴼⁱᵗᵒ ᵃⁿᵒˢ ᵃᵗʳᵃ́ˢ
- Obrigada pela carona, Joyce! - minha irmã agradece saindo do carro.
- Por nada, minhas queridas!
- Até mais, tia! - abro a porta do carro e alcanço minha irmã.
- Até mais!
Joyce liga o carro e sai pela rua escura.
Eu e Mag vamos andando até a porta, e, quando a abrimos, um cheiro metálico nos saudou. Minha irmã chamou pelos nossos pais, mas ninguém respondeu. Ela tentou mais uma vez, e nada.
Nos entreolhamos.
Algo dentro de mim me fez olhar para o chão da sala, e assim o fiz. Um grito arranhou minha garganta com tamanha voracidade que me fez cambalear para trás. Tudo a partir daí foi um único borrão.
Maggie gritando e correndo para o chão da sala. Gritos e mais gritos. Lágrimas escorrendo descontroladamente. Sangue, muito sangue. Os corpos de nossos pais destroçados no chão da sala. Meu peito zumbindo de desamparo.
Não sei como consegui sai correndo com meus joelhos bambos, mas segui para a floresta e corri como nunca antes.
Isso não pode ser real...
É só um sonho.
Meus pés me levaram até a casa na árvore. Antes de conseguir subir as escadas, desabei no chão e um grito ensurdecedor ecoou pela floresta.
Era real...
Não era um sonho. É um pesadelo.
Minha cabeça pendeu para trás e toda minha fúria e frustração se diluíram para fora de mim.
As árvores balançavam sem parar, e os raios nos céus brilhavam, assim como a ira que havia saído de dentro de mim, fazendo tudo balançar. Minhas lágrimas encontraram o chão, e, bem ali, um ramo de papoulas brotou.
A dor se alastrou por todo meu ser. As lágrimas não paravam de cair, mas o choque se fez presente por um momento. Um homem saiu da escuridão e se aproximou de mim. Ele se ajoelhou à minha frente e secou minha bochecha molhada.
- Vai ficar tudo bem, querida. - ele sorriu suavemente.
- Quem é você? - juntei forças para perguntar, minha voz embargada.
- Eu sou o Henry. - seus dedos acariciaram minhas bochechas. - Eu vim aqui para te ajudar a vingar a morte de seus pais, querida papoula.
Prendi minha respiração, e me arrepiei ao escutar o apelido que me dera.
Ouvir aquilo fazia tudo parecer mais real impossível. Mas sua resposta me trouxe perguntas.
