FIRE ON FIRE|| Penélope Wells tem a vida resumida em uma palavra: fugir. Ela e sua irmã, Maggie, passaram por mais baixos do que altos, e, desde cedo, aprenderam, da pior forma possível, os males do mundo. Sozinhas e desprotegidas de si mesmas, corr...
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┃ ᴼⁱᵗᵒ ᵃⁿᵒˢ ᵃᵗʳᵃ́ˢ
Uma música ressoa em meus ouvidos enquanto analiso o quadro que acabei de pintar em minha frente. Meus olhos se enchem de lágrimas quando percebo o que as linhas pintavam.
Um campo de lavandas circundava eu e Steve.
Eu estava com um vestido branco, um chapéu com fitas vermelhas dando-lhe um acabamento reluzente, e eu segurava uma muda de lavandas em minhas mãos. Steve não estava tão diferente. Ele usava um terno branco e o mesmo chapéu que eu. Nossos rostos estavam cobertos pela aba do chapéu, mas conseguia imaginar nossos sorrisos de orelha a orelha.
Ouço uma batida na janela e me viro enxugando uma lágrima que escapara. Uma cabeleira conhecida aparece em minha vista, e não consigo conter o sorriso.
- Playboyzinho?! - abro a janela para deixá-lo entrar. - Você não sabe usar uma porta, não? Precisa sempre pular minha janela?
Arqueio as sobrancelhas.
- Wellsy, Wellsy, pular janelas é mais divertido. - rio sem querer contradizê-lo.
Ele segue para onde estava sentada segundos antes. Seu olhar vaga a pintura e um sorriso genuíno aparece em seus lábios.
- Isso está perfeito!
- Obrigada! - abro um sorriso. - Acho que é um dos melhores que já fiz.
Steve olha para mim. Seus olhos estão com um brilho de felicidade e paixão. Minhas bochechas coram com tamanha intensidade que ele me olha.
- Venha, tenho uma surpresa para você! - ele pega minhas mãos e me guia para fora de casa.
Antes de atravessarmos a rua, ele pega uma mochila que estava jogada na grama. Já do outro lado, Steve me leva pelo meio das árvores altas da floresta, seguindo um caminho que conheço como a palma da minha mão.
Steve para bruscamente, me fazendo trombar em suas costas. Ele abre a mochila e tira sua câmera e uma espécie de pano de lá de dentro.
- Desculpa, Wellsy, mas você vai ter que se vendar. - assinto e ele me contorna.
Sinto o atrito do tecido contra minha pele, e depois as mãos de Steve apertando as minhas e me movendo novamente.
Andamos mais alguns minutos e finalmente paramos. Sinto os dedos de Steve roçando em minha nuca ao tirar o tecido dos meus olhos. Abro minhas pálpebras lentamente, a luz do sol ardendo minha vista um pouco.
Uau...
Eu simplesmente não acredito no que vejo à minha frente. Não consigo conter a surpresa e curiosidade ao direcionar o olhar para o garoto à minha frente, e muito menos conter um sorriso quando corro para abraçá-lo.
Envolvo meus braços em volta do seu pescoço, e ele em volta da minha cintura. Respiro fundo, e seu cheiro cítrico perfura minhas narinas. O agarro com mais força e ele retribui o gesto, afundando seu rosto no meu ombro.
