Hosie Memorial (LEGACIES/GREYS ANATOMY)

7. Dez horas

POV JOSIE

Quando você fica bêbado o seu corpo tem cinco reações em cada parte. O coração por si acelera a atividade do sangue no corpo, aumenta as frequências cardíacas. O efeito do álcool acaba sobrecarregando os rins e irritando as mucosas do estômago causando o vômito. No celebro, ele afeta o sistema nervoso central, o que pode levar a sua perda de reflexos e memórias, e ele também é responsável em te colocar em coma quando precisa.

Tudo se junta como alto defesa para evitar que você mate a si mesmo de tanto beber. O problema é que mesmo assim, mesmo após passar tantas noites conhecendo todos os sintomas, algumas pessoas se obrigam a levantar da cadeira de um bar, pegar as chaves do carro no bolso e usar a estrada principal ao caminho de casa. "Nunca aconteceu antes". É o que elas pensam, é o que vão dizer para a polícia, é o que quase matou um grupo de quatro adolescentes que estava indo embora da sua festa de formatura.

Eu estava tentando salvar uma delas. O seu rosto tinha uma camada de maquiagem, e pelos seus olhos, tinha um rastro de rímel que escorreu, provavelmente quando ela percebeu que tinha uma das amigas do seu lado desacordada e sangrando. O sangue da sua amiga estava nela também, sangue que provavelmente saiu da boca dela quando ela tentou dizer para ligar para os pais que estão na Califórnia, algo que uma das duas que estava no banco de trás estava fazendo quando chegou aqui sentada ao lado da maca com dois cortes na cabeça médios.

O que me dava forças para continuar mesmo depois de dois minutos em que o seu coração estivesse parado? Além do medo de falhar, a esperança. Sendo religioso ou não, médicos às vezes tem que ceder e pedir por um milagre aos céus.

"Quanto tempo para o Dr. Mikaelson chegar?" eu perguntei ofegante.

A esse ponto uma das enfermeiras já estava com o meu Pager na mão, eu estava pedindo isso pela segunda vez. Tinha outra que tentava ajudar Rafael a estampar o sangramento que a mulher tinha no tornozelo com um osso exposto, tinha se fraturado quando ela usou a força que tinha para freiar o carro. A Dra. Prince, a ortopedista, estava ocupada com a outra em estado grave e Rafael era sua única chance. Me peguei pensando se eu também seria a sua única chance de sobreviver, isso me deixou com ânsia.

"Devemos entubar?" uma delas perguntou.

Não consegui reconhecer já que eu estava centrada no monitor para ver o seu ritmo cardíaco e a saturação, para ver se o corpo dela ainda lutava e reagia a adrenalina que ela tomou na veia. Nada, a linha mais assustadora que vi na vida.

"Ainda não!"

"Como não?" ela repeliu a minha comanda.

"A saturação dela não está baixa o suficiente! A prejudicaria! Pelo amor de deus alguém vai atrás do Dr. Mikaelson!" exigi.

Uma das mulheres se atrapalhou ao arrancar a luva e sair pela porta. Eu avancei com o fibrilador e dei outro choque no seu peito. O monitor apitou dando um sinal de ritmo cardíaco. Esperei ouvir o som certo, e ele veio como música para os meus ouvidos apesar de não significar que ela estaria completamente a salvo. Pelo tempo que ela ficou sem sinais vitais isso poderia ser um alarme falso. A saturação caiu e eu desci do banco.

"Vamos entubar. Tubo seis" estendi a mão.

A enfermeira me deu enquanto a outra descia a cama. Coloquei o queixo dela para cima e abri a sua boca, a luz demonstrava seu esôfago, uma parte dele. O tubo desceu pela sua garganta fácil, coloquei o endoscópio sobre o seu peito e ouvi a enfermeira ventilar. Me coloquei no lugar dela, apertando o tudo de ventilação enquanto olhava o monitor.

Dr. Mikaelson entrou pela porta.

"O que temos?" a primeira coisa que ele olhou foi o tubo.

"Uma mulher sem identidade que sofreu uma colisão contra uma caminhonete na estrada. Dezoito anos. Estava no volante. Ela sofreu lesões sérias no peito e no tornozelo. Alguns cortes no rosto" falei recuperando o folego.