50. Deveres!

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POV HOPE.

Me estico o suficiente para agarrar o braço de Josie.

"Não"

Josie se vira pra mim sem contato visual, puxa o braço de volta para si para conseguir retornar a sua fuga.

"Hope" implora ela.

"Eu disse não. Você vai ficar, você aceitou vir e então vai embora? Só esqueça isso até acabar e então vamos conversar depois se não quiser agora, só não faz isso, vira a vai embora como se não me devesse nada" demando.

Os olhos de Josie atacam o meu, ela não me olha, está prestes a me furar com eles. Meio que dá certo, mas permaneço com a minha mão em volta do seu antebraço. Que ela fique brava comigo, mas por deus! Reaja!

"Devo a você?" seu tom mostra que ela está ultrajada pra qualquer coisa que eu diga, como se ela esperasse o pior de mim.

Pela primeira vez desde que ela se acidentou, Josie olhava assim pra mim. Percebo que estávamos de fato voltando a ser as duas inimigas que incitei que éramos do passado na mesa de jantar. Odiei cada segundo.

"É Josie, porque eu fiquei!" digo por fim. "Você estava no hospital e eu fiquei no estacionamento exatamente como você me pediu, então, dá pra você ficar no estacionamento por mim hoje? Não literalmente no estacionamento, mas você entendeu, eu fiquei" rogo.

Não quero implorar para ela, mas se fosse preciso faria. Não sou muito orgulhosa, mas com certeza meu corpo rejeita qualquer tipo de exclamações emocionais em público. E ela permanece parada, com as sobrancelhas se esvaziando das rugas de mal humor para um tipo de entrega.

Minha mão se suaviza no seu braço, apesar de não a ter apertado o suficiente para dizer que afrouxei os dedos. E no mesmo momento ela se afasta piscando forte e olhando por cima do meu ombro onde deveria estar a presença intimidadora do segurança. Ela se encolhe.

"Pode ir na frente. Eu vou logo atrás"

Suspiro. Subo as escadas e ela faz exatamente o que fala. A familia toda se vira para nos ver entrar e um tipo de conversa calorosa se cessa. O clima fica tenso e desconfortável como se eles guardassem o silêncio para escutar uma próxima discussão. Sair daquele jeito foi um péssimo gesto.

Me viro para Josie quando estou me encaixando no espaço das nossas cadeiras para sentar e ela parece outra pessoa fingindo um sorriso de ponta a ponta. Talvez a palavrar "dever" não deveria ter sido usada.

"Está tudo bem?" Rebekah questiona.

Me viro para ela ainda meio atordoada. Não sei ao certo se devo fingir ou só dizer que estávamos discutindo porque ela inventou esse jantar idiota para me encurralar e confundir minha cabeça.

"Está sim" Josie responde com um ótimo tom de bom humor.

Me viro querendo rebobinar a fita. Não queria que ela fingisse que estava no estacionamento, mas agora ela tá fingindo, tudo porque me deve.

"Sobre o casamento, acha mesmo que é uma boa ideia em alto mar?" Josie incita a volta do assunto inacabado do começo do jantar.

Rebekah me olha meio curiosa, mas se vira completamente para Josie em seguida como se fosse pular de alegria por voltar a ser o assunto.

"Eu não sei, nunca fiz isso. Temos muita gente para convidar, teria que ser cruzeiro" ela bisbilhotou Marcel.

"Podemos ver isso, se você quer se casar perto do mar ou em cima dele, vamos fazer isso" Marcel responde como bom anfitrião.

Me viro para Josie e ela nem tenta me olhar. Quer que eu saiba que estou sendo ignorada. Abro a boca e ela volta a papear.

"Por que o mar? Tradição?"

Hosie Memorial (LEGACIES/GREYS ANATOMY)Onde histórias criam vida. Descubra agora