36. No estacionamento.

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POV JOSIE

"Você está indo bem" Alaric exclama.

Tão animado quanto Lizzie, que está sentada ao seu lado e assim que escuta seu elogio se remexe na cama aonde está ponderada e balança os dois, como se o elogio fosse para ela. O metal velho range e eu me irrito com o barulho e as cãibras que sinto na minha gengiva pela gastura.

O Dr. Philips que está presente agarrado em uma das minhas coxas de joelhos no chão ao meu lado, enquanto eu fico de quatro e ergo o dedão do pé o mais alto que consigo a fim de esticar meus nervos doloridos, se anima também com a ideia. Ou talvez quer limpar a sua imagem com Alaric que o prometeu um bom preço pelas aulas particulares de fisioterapia. Ele quer um avanço e eu não tenho um desde que voltei a andar manca semana passada.

Talvez eu esteja tão decepcionada quanto eles para admitir que voltei a mancar porquê sinto mais dor do que antes. Mas sei que meu tempo está passando, que não há jeito de eu me manter na frente dos outros internos se eu estou aqui me recuperando de um acidente idiota.

Continuo repetindo. Acidente idiota. Acidente idiota. Acidente idiota. Até que eu acredite que ele é mesmo idiota e que não me afetou, porque preciso que ele não tenha feito estragos, pela vida que lutei para ter dentro desse hospital, mas ainda estou no mesmo lugar, e tão frustrada quanto antes.

Também sendo pela falta da presença se Hope.

"Só precisa de algumas aulas e depois eu posso dar alta, ela poderá ir para casa antes da semana que vem começar" ele garante.

A expressão do meu pai muda, suas sobrancelhas ficam estáticas e ele olha fixamente para Philips. Ele não gosta da ideia de me tirar daqui, porque talvez também esteja aterrorizado com a ideia de me ver do lado de fora de novo. Tento não pensar nisso porque também me dá ansiedade e pânico.

Dr. Philips muda de assunto me checando.

"Você fazia algum exercício antes?" ele pergunta educado e hesitante.

Ele sente minha perna tremer de dor e abaixa devagar, fazendo o meu osso dar pequenos estralos na bolsa de ar entre os ossos do meu joelho. É dolorido e aliviante ao mesmo tempo, mas é um choque para os meus músculos.

"Eu não tinha muito tempo" confesso.

Tento me manter na mesma posição que ele deixa. Intacta de quatro olhando para o chão firme, sem demonstrar nenhuma fraqueza, apesar do meu abdômen arder. Se eu me deitar ou se jogar de bumbum no tapete sei que ele vai perceber que a ideia de avanço foi para o ralo. Quero um avanço e tanto pra mim, e quero que ele ache que está pegando leve, para me dar créditos.

Ele não parece se importar.

"Bem, você correu por esses corredores a vida toda. Deve valer para alguma coisa" meu pai ri baixo.

Algo para ele diz que ele tem direito de participar da nossa conversa. Eu ficaria brava ontem, mas hoje eu estou tão cansada que agradeço que ele não tenha deixado o silêncio me forçar a abrir a boca para me explicar, no momento eu estou ocupada tentando não desabar.

"O trabalho duro não é classificado como exercício, eu sinto muito" o Dr Philips levanta o olhar para Alaric.

Meus braços queimam e meu abdômen, e quase todo o resto do meu corpo. Eu fraquejo e estou deitada de bruços no chão em fração de segundos, derrubada. Escondo meu rosto entre os meus braços e imploro que nenhum deles me peça para me recompor.

Consigo ouvir o suspiro de decepção do Dr Philips. E mais alguém inperventilando, que percebo mais tarde ser eu.

"A dor que sente, ela pode melhorar com o tempo. Os nervos, eles param de latejar se você fazer caminhada, ou até Yoga. É um ótimo começo se não quiser sair daqui com um saco de analgésico" ele recomenda.

Hosie Memorial (LEGACIES/GREYS ANATOMY)Onde histórias criam vida. Descubra agora