Hosie Memorial (LEGACIES/GREYS ANATOMY)

35. Dano Colateral.

POV HOPE.

Você sabe o que significa dano colateral?

É uma expressão criada pelos soldados americanos que não tinham colhão para falarem sobre os civis assassinados em uma guerra. E é engraçado que a maioria de nós usamos a mesma expressão para tirar a própria culpa.

Rebekah diz que a minha paixonite por Josie foi um dano colateral das minhas escolhas. Acho que ela quer dizer que, eu estou com Josie porque eu perdi Landon. Então Steff diz que o meu amor por Josie pode ser muitas coisas ou um momento de insanidade. E Landon completa com o desejo maluco de que Josie seja um dano colateral de nós. Eu digo que é um desejo porque ele continua dizendo que se fosse mais presente e que se eu fosse mais aberta, poderíamos ter evitado tudo isso e minha obsessão por ela. Mas acho que nada poderia evitar que em algum momento eu me apaixonasse por ela, nem mesmo eu, e se eu pudesse evitar, faria, para evitar isso.

Todos eles a referem como dano colateral por conta da minha traição. Ela não devia ter acontecido, devia ser coberto, como se fosse um corpo de um civil morto por um tiro nas costas coberto com a bandeira americana. Eles querem tatuar vergonha na minha testa, querem que eu me ajoelhe em um pátio diante de um poste e diga a verdade, assume a culpa, porque cada um deles pensam nela como uma amante, e só há uma definição para amante quando falamos sobre uma traição, sempre querem as interligar com a falta de atenção. E eu começo a pensar que eles estão certos, que de fato, a única coisa que me fez abrir os olhos para Josie foi Landon. Eu fiquei obcecada por que eu queria saber o porquê ele não podia a largar, e no outro momento eu queria se aproximar e voltar a ser amiga dela, até ser nada sobre ele.

Eu não sei realmente quando foi, mas ela de alguma forma exigiu que não fosse sobre ele, e de repente eu estava com medo de ir para longe demais. Ela me abraçou e eu senti desejo, senti em casa, e quando ela não me abraçava eu sentia outra coisa até que eu tivesse de novo perto. E de repente, quando eu queria vê-la, quando nós nos víamos, nada era sobre ele, era sobre um desejo incontrolável, era sobre Hank tocá-la mais longe do que eu, era sobre o roxo no olho, até ser sobre beijá-la. E só voltou a ser sobre Landon quando eu volto para a realidade, e não senti indiferente, melhor, satisfeita, eu senti medo. Medo de que ele fosse me odiar a ficar magoado e medo de que de fato, queria Jo's para a vida toda porque era previsto isso, essa negação.

E droga de dano colateral. Droga da culpa. Ela é como um cubo de gelo, é como borboletas carnívoras no estômago, é como um beliscão torcido no antebraço. Ela já te paralisa, ela já vem com o seu nome escrito, você sabe que fez aquilo, por isso se chama culpa, e não tem realmente nada para fazer além de aceitar e esperar que ninguém realmente se lembra disso. Mas eu irei me lembrar, porque não consigo tirá-la da cabeça. Mesmo que tudo indique que ela seja o erro, ela parece o começo. E isso me assustou também, até mesmo quando tudo não estava contra nós e ninguém sabia, só me assustou porquê eu pensei que nunca a teria e parecia um pesadelo não a ter enquanto ela estava viva e respirando ao meu lado.

Eu aceito a culpa pelo dano que causei em Landon. Eu aceito a culpa de todas as fofocas que agora rondam em volta de Josie, e eu aceito a culpa de ter tomado tempo demais para respirar antes de decidir cortar os fios enquanto a bomba contava minutos para estourar bem na minha cara e levar dois civis comigo. Mas amar incondicionalmente e irrevogavelmente alguém não devia ser chamado de dano colateral, seja planejado ou não. E ainda, quando doí e parece injusto, eu não posso me aliviar na presença dela porquê isso me torna uma vadia sem coração. E eu meio que mereço isso, eu baguncei as coisas, mas não mereço ser julgada assim, mereço? Eu aceito a culpa de qualquer forma.

Por isso que mesmo com a culpa, com o dano colateral nomeado na testa em entrei pelo corredor e parei na porta da UTI. Porquê vê-la uma última vez antes de ir, parece muito quando eu digo que a partir do momento que ir embora, não haverá nada. E a decisão de ir embora até as coisas se acalmarem parecia muito sã até que eu a visse. Desejei entrar e me desculpar, desejei explicar tudo, desejei interromper Lizzie e beijá-la, olhá-la mais, minha culpa é a mais difícil de lidar, ela tem olhos lindos, uma risada silenciosa e um coração tão grande que nunca me deixaria ir sabendo que vou porque me responsabilizo, mesmo que isso era a certo a se fazer. No mundo dela, não há postes para pessoas que ama, há pedestais, mas não funciona realmente assim na vida real, ou pelo menos não na minha vida.