-Não se afobem. - toquei as mãos dos que se ajoelharam e sorri agradecido. - Eu permito que vinguem a inocência da minha criança e do pai dela, que nada fez por merecer tamanha violência. - eles não entenderam essa parte. É agora que começa a obra-prima. - Naruto estava disposto a dar sua vida para proteger a Princesa Ayla. Sofreu todos os mais terríveis martírios para protegê-la. Ele conquistou o meu afeto não somente por ser pai dela, mas por fazer tudo o que não pude por ela.
-Majestade... - exasperou Juugo, o primeiro a entender e ser tomado pela minha persuasão. - O Dr. Uzumaki fez de tudo para proteger a princesa... Como um verdadeiro pai faria. - acrescentou observando os soldados de patentes menores que a dele. Todos ficaram estupefatos. - Queria matá-lo, então, para que a verdade sobre a paternidade da princesa desaparecesse. Para sempre.
-Maldito! - bradou a mulher.
-Escória! - berrou o homem.
-Desgraça humana! - gritaram os lanceiros.
Ergui minhas mãos. Eles silenciaram e ficaram de pé. Eu cruzei minhas pernas de maneira elegante e observei Sutler. Não é da natureza submarina a vingança, mas é da nossa natureza exigir justiça pelos que não podem se defender. Naruto não pode, não agora, destruído como está.
No entanto, eu posso defendê-lo.
-Não acreditou na minha palavra.
-Não havia provas...
-A minha palavra era a maior prova! Bastava! - sobrepujei sua voz. - Não cabia a você, um mero sargento questionar o que eu dissesse. - respirei fundo e acalmei os meus nervos.
-Sou um cidadão púnico, eu exijo um julgamento democrático.
-Democrático? - gargalhei e meneei a cabeça. - Você cometeu um crime indizível contra a Realeza Submarina. Não há tribunal que o salve do meu juízo. - sinalizei a Juugo que entregue o documento que irá silenciá-lo para sempre. Meu fiel lança aos pés de Sutler um papel timbrado pelos superiores dele, com o carimbo municipal e todas as assinaturas em azul. Ali dizia que Demógenes Sutler fora entregue à justiça monárquica para cumprir sua sentença, uma vez que o governo de Mandachuva não quer ter problemas conosco. - Diga-me, agora, onde está a sua democracia?
-É mentira!
-Sabe que é verdade. Um homem verminoso como você já escreveu diversos desses memorandos. - ele chorava e clamava por piedade. Eu fitei os meus servos e sorri complacente. - Ele questionou não somente a minha autoridade, mas a minha paternidade. A minha paternidade. - disse lentamente e baixo. Ouço meus servos betas rosnarem. - Façam-no engolir as cópias do DNA para que nunca mais duvide de mim novamente.
Mantive-me sentado o tempo todo em que os meus súditos enfiaram pela boca os papéis, um de cada vez, quase de maneira ordenada. Não descreverei o meu deleite por vê-lo em agonia e loucura, torturado pela presença dos soldados betas e de Juugo, que é alfa, e pela punição que escolhi para ele. Não restou nada do que foi um homem no fim. Era menos que isso. Afirmo que não morreu, pois eu quero que os seus semelhantes não confundam nossa diplomacia com indulgência.
Quando ficou sem reação, ordenei que o esquecessem em alguma cela imunda. Assim foi feito. Quanto aos estupradores de Naruto, eu os enviei para os krakens. Fim da história para eles.
Voltei para o meu escritório de alma lavada e, a caminho, pedi a Shikamaru que agendasse uma consulta pediátrica com o médico real para aquela semana, não de imediato porque, primeiro, Naruto precisa recuperar a saúde com boas noites de sono, boa alimentação e tendo contato com os seus parentes para estabilizar o emocional e, segundo, deveria ocorrer num dia em que eu pudesse participar da consulta para proteger Naruto da insensibilidade do Dr. Aburame.
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Contos sob as Águas
FanfictionSempre há uma versão não contada de uma história. Sasuke, um alfa submarino e Quase-Rei de R'lyeh da Casa Uchiha, tem sua vida eternamente ligada a um ômega que lhe salvou num momento de quase morte. O sentimento de gratidão o inspira a querer conta...