Capítulo 17

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Izuna ainda não sabia como se portar naquele meio, estava totalmente perdido. Tobirama havia lhe emprestado uma de suas roupas e dito que era melhor vestir aquilo por enquanto que estivesse ali. Verdadeiramente, as roupas dos nativos eram muito mais leves do que as suas — por mais que ainda um pouco pinicantes, mas se acostumou rápido. Quando saiu da cabana e foi levado pelo Senju até perto da fogueira, alguns olhos caíram sobre si, contudo, não eram raivosos nem nada do tipo. A maioria somente parecia intrigada e curiosa sobre sua pessoa, como se nunca tivessem visto alguém da cidade antes.

Mulheres de vestidos brancos e vermelhos dançavam ao redor da fogueira com algum objeto na mão que reproduzia um som de como se estivessem mexendo em grãos duros. Os cabelos eram enormes e diferentes dos outros, estavam soltos, com somente a franja amarrada para trás com uma pena pálida enfeitando. Faziam movimentos calmos e sincronizados, um canto cálido e ritmado com voz grossas e palavras que não entendia. A grande maioria estava assistindo, sentados ao redor da fogueira. Fizeram a mesma coisa, ficando ao lado da família principal, que no caso o loiro fazia parte. Percebeu que a criança que viram mais cedo também fazia. Não estava surpreso, pelo jeito que se agarrou ao irmão de Tobirama deveria ser filha dele, além do fato de ter chamado-o de tio.

Perguntou ao Senju o que era que as mulheres faziam, e ele só o respondeu vagamente que era um ritual, onde pediam aos deuses que fertilizassem a terra e procriassem mais peixes, pois o inverno já estava lá, e estava frio.

— Ah...

Virou a cabeça para o lado, tomando um leve susto ao ver uma criança em pé a sua frente. O garoto deveria ser muito novo, ou então pequeno demais, já que ficava da sua altura enquanto estava sentado no chão. Ele se aproximou um pouco, a face sendo mais iluminada pela fogueira, transparecendo com clareza sua cara curiosa e meio surpresa.

O achou uma gracinha, então sorriu para ele, tombando a cabeça para o lado. Porém, ele lhe surpreendeu ao segurar sem força as laterais de sua franja solta, tocando seu cabelo enquanto o Uchiha estava observando sem entender nada.

Ouviu uma exclamação ao seu lado, e agora, uma mulher tirava as mãos da criança de seu cabelo enquanto parecia a repreender. Começou a rir sem graça e disse que estava tudo bem, todavia, por motivos óbvios, ela não entendeu. Então, outra voz surgiu do seu outro lado. Era o maior, que falava de forma tranquila para com a mulher, fazendo-a suspirar e parar, sorrindo meio sem graça, pegando o garoto no colo. Mesmo quando a mulher virou, dando as costas para eles, a criança continuou os olhando, acenando devagar.

O Beaufay riu soprado, acenando de volta.

— Espero que não se sinta incomodado. — novamente, a voz de Tobirama lhe preencheu os ouvidos, e virou para ele enquanto o ouvia — As crianças normalmente tem essas reações quando vêem alguém novo por aqui de aparência diferente. A mesma coisa aconteceu comigo quando cheguei aqui.

— Imagino. — riu, e levantou a mão para passar os dedos sobre o cabelo arrepiado do Senju — O seu cabelo é muito loiro e rebelde, pelo menos o meu parece mais com o deles.

— Eu deveria levar isso como um elogio? — ele perguntou risonho

— Sim. — afirmou — O seu cabelo é muito belo, Tobirama. 

O louro suspirou, desviando o olhar, corando enquanto erguia a mão e pegava uma mecha de sua franja, fazendo o moreno enrusbecer da mesma forma.

— O seu também é, magnífico, diria.

O menor sorriu, pondo a própria mão sobre a do outro, querendo o beijar. Infelizmente, não podia, não com todos ao redor de todos eles. Não sabia se eram contra ou se não ligavam — como os irmãos dele —, no entanto, preferiria não arriscar quanto a isto.

Torta de Maçã (TobiIzu)Where stories live. Discover now