Capítulo 28

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Izuna quase xingou quando tropeçou no meio do caminho, mas se manteve educado, permanecendo na caminhada mesmo sentindo o calcanhar doer levemente. Já estava sem tanta neve, a maioria derretida, o que deixava o cheiro do ambiente com odor de terra molhada que era bom somente até certo ponto. Estava na floresta mais uma vez, e de novo à procura da tribo Senju. Queria conversar com Tobirama, e era extremamente urgente. Bem, não tanto, contudo, ainda assim.

Queria realmente encontrar Hashirama como da última vez, ou então até mesmo um Senju qualquer que poderia lhe indicar onde deveria seguir. Se sentia meio exausto, todavia, não desistiria até achar o que tanto procurava.

No entanto, antes que pudesse reagir de verdade, soltou um grito quando um cervo correu na sua frente, parecendo muito apressado enquanto pulava entre os arbustos. Logo se recuperou, entretanto, logo a imaginação de ser algum animal selvagem começou a lhe desesperar, o fazendo engolir em seco. Mas então, antes que pudesse se preparar para correr, algo saiu de dentro dos arbustos, ofegando cansado e lhe dando outro susto, mesmo que desta vez não tenha gritado. Estava pronto para correr do urso ou qualquer animal que fosse, contudo, a tremedeira do corpo se foi quando percebeu quem era.

Kawarama estava suando muito, assim como suspirava constantemente, provavelmente sem ar. Olhava com as orbes arregalados para si, completamente surpreso por encontrar sua presença no meio da floresta do nada. Ele estava com um arco numa mão e uma flecha em outra, e parecia tão apressado quanto o cervo que passou pelo Uchiha naquele mesmo instante; o cabelo loiro completamente suado, mostrando o quanto já havia se esforçado até agora.

— Kawarama? — pronunciou, ainda entorpecido, enquanto ele parecia começar a se recompor, o olhando de cima a baixa com o início de uma carranca

— Izuna... O que faz aqui?

— Eu-

— Deixa eu adivinhar — ele lhe interrompeu, franzindo a testa —, quer ver o Tobirama?

Fez uma expressão meio sem graça, arrancando-lhe um revirar de olhos.

— Por que se deu ao trabalho? Ele sempre vai encontrar você mesmo.

— É meio urgente o assunto, entende? — disse, percebendo o quanto ele estava incomodado com sua presença. Sabia que ele já não gostava tanto dele pelo que fez com Tobirama, porém, esperava que ele realmente percebesse que não queria fazer mal algum para seu irmão — Eu juro, eu só quero conversar um pouco com o Tobi, ele nem precisa vir hoje de tarde e pode até ficar com vocês-

— Tobi?! — ele riu num tom desacreditado, pondo a mão na cintura e se aproximando um pouco mais — Olha, eu sei que vocês da cidade não tem o mínimo de consideração com o outro, e também entendo que você não entenda nada de tradições. Mas eu realmente espero que você nunca mais faça isso, pois nosso nome é uma das coisas mais sagradas com o que nossa mãe poderia nos presentear, ou você acha que é a toa que todos terminamos com "ama"?

— Desculpa, eu não sabia. — desviou o olhar, envergonhado por conta de seu erro — O Tobirama não tinha me avisado sobre isso.

— Claro que não. — ele revirou os olhos mais uma vez — O Tobirama é muito mole com você, tanto que lhe perdoou no final de tudo.

— Eu já me desculpei com ele quanto a isso. — disse, começando a ficar irritado com as palavras dele — E ele me perdoou, então... Acho que está tudo bem.

Torta de Maçã (TobiIzu)Where stories live. Discover now