Capítulo 24

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Jolene mordia a própria unha, olhando para a própria carta. Poderia mesmo fazer isso com Izuna? Não teria sido drástico demais?

Não, não era... Ele era pecador, tinha que aprender com isso... O amava tanto, e só queria o seu bem. Esperava que ele percebesse isso enquanto lia esse papel. Não queria seu mal, só seu bem... Mas talvez estava sendo radical demais, será?

— Senhora? — levantou o rosto quase assustada para o homem no balcão extremamente alto do correio — Já terminei seu envelope, esta é a carta que deseja enviar? — assentiu, estendendo o papel finalmente, o deixando colocá-lo dentro do envelope, sem lê-lo — Tem certeza que deseja ter o anonimato? Irá te custar mais moedas.

— Pode ficar tranquilo. — levantou uma pequena bolsa, mas um pouco pesada, a pondo em cima do balcão e a entregando para o homem — Tenho moedas de sobra.

Ele assentiu, e a Roux abaixou ainda mais o chapéu sobre sua cabeça, começando a ir embora lentamente até sua casa. Suspirou quando abriu a porta, cheirando o ar e percebendo o bom odor do feijão, deixando o chapéu e bolsa de lados enquanto adentrava a própria casa. Ajeitou o cabelo enquanto observava Michelle cozinhando o almoço, e se aproximou lentamente, apreensiva pela discussão que tiveram na noite anterior.

Foi uma discussão sobre a carta para Izuna.

— Olá. — disse, recebendo um resmungo em resposta. Suspirou por conta daquilo, observando seus cabelos tão loiros quanto um dos vestidos beges de seu armário — Ainda está chateada comigo?

Ela parou de mexer a comida, e virou para si com um rosto nada contente. Não que fosse novidade, mas era por um assunto que achava que não precisava de tanto ressentimento.

— O que acha? — jogou levemente a cabeça para o lado, a expressão ainda descontente, fazendo a ruiva franzir o cenho

— Por que está assim? — perguntou — Está realmente do lado dele? Depois daquilo, do que eu disse para você?

— Só... — crispou os lábios, desviando o olhar, não querendo parecer que realmente estava do lado de Izuna. Pelo o que ela lhe contou, ele era o mesmo que si — Só acho que não deveria o incomodar desta forma. Sabe, se ele souber, pode demitir você e quem sabe até acabar com a sua vida, entende?

Não foi uma discussão muito grande ou longa no dia anterior, quando a Berry achou a carta da menor pela metade, e a confrontou sem pensar muito, como se o estivesse defendendo ou algo assim. O defenderia pois o entendia, entendia o sentimento e tudo mais, contudo, seria bem mais difícil se Jolene ao menos desconfiasse disso. Ficou chateada por ela se mostrar totalmente contra aquilo — não que fosse uma total surpresa, já que era uma grande religiosa, mas ainda assim a chateou, tanto que dormiu na própria casa naquele dia, deixando a Roux sozinha naquela noite.

A ruiva suspirou, se aproximando dela somente alguns centímetros, a olhando com uma dura expressão.

— Não se preocupe com isso, Michelle. Se ele fizer alguma coisa contra mim, eu farei alguma coisa bem pior com ele.

×××

Tobirama sorriu e suspirou cansado assim que chegou em frente à casa dos Beaufay, como sempre fazia, todo dia. O inverno ainda estava intenso, e conseguia ver a respiração se esfriando quando saía de sua boca. Bateu na porta e esperou, segurando a sua bolsa lateral onde levava cartas e encomendas. Bateu na porta novamente depois de mais algum tempo, e a mesma ainda não tinha aberto. Franziu levemente o cenho com aquilo, desviando o olhar agora para as janelas, tentando observar alguma coisa através do vidro. Todas as salas sobre sua visão estavam vazias. Bateu novamente, desta vez mais incisivo. Será que não estavam em casa? Não... É muito raro isso acontecer, e sempre que ocorre, Izuna o avisa sobre isso.

Torta de Maçã (TobiIzu)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora