Prólogo

55 8 2
                                    


3 anos atrás.

"-Eu quero que você a tire daqui, não suporto essa menina, pode vender ela se quiser- fico chocada com o que oiço.

-Por Deus Matilde ela é sua filha, a única que você tem agora- Roger, um amigo de papai grita

-Cale a boca, ela não é a filha que eu queria, ela não é minha bebê, ela sempre foi indesejada, ela não é minha bebê, ela não é minha bebê-mamãe repete inúmeras vezes puxando seus cabelos pretos parecendo uma loca.

-Calma, eu farei a sua vontade-Roger suspira cansado

-Isso,ela está no quarto, vaí tire ela daqui- aponta para escadas e ri com os seus cabelos bagunçados.

Corro para o quarto com a visão turva, pego a caixinha roxa que daria a minha vida para não a perder e a mala já feita, ela previu, faz tempo que ela sabia e não me consolou, não me envolveu em um abraço apertado e disse aquelas palavras de consolo "vai ficar tudo bem", saio pela porta da cozinha e tropeço no corpo gordinho.

-Ca me ajude, ela vai me vender, mamãe vai me vender- imploro chorando

-Meu Deus-passa as mãos pelos cabelos curtos- vamos eu vou ajudar você-segura o meu pulso me puxando para o exterior da mansão.

Mamãe chama por mim e não respondo, corro me equilibrando com o forte aperto das mãos de Ca.

...

Já se passaram 7meses desde o dia que fuji.

Cá continua trabalhando na mansão, mamãe nunca desconfiou dela, ela acha que eu fuji sozinha e que agora vivo me prostituindo, pagamos alguém para que dissesse que me viu sendo maltratada por um velho que era o meu suposto cliente.

Entristeci-me quando a senhora que nós contratamos relatou a reação da minha mãe."

Trechos do passadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora