Capítulo 1
Mãe, eu apenas te amei
Você não percebeu que quase me afoguei
Nesse sentimento não recíproco
Seríamos mãe e filha, hoje somos rosas e espinhos
Eu apenas te amei
E se soubesse fugiria de si antes de sentir sua maldade
Eu apenas te amei
Esse amor que me leva a escrever com tanta raiva
Pois é né.
Eu apenas te amei mãe.
Lágrimas escorrem e não me importo com a pilha de papeis que alguns eu amassei e um eu escrevi.
5 anos se passaram e a dor me devasta, as lembranças dos últimos 5 anos encafuaram-se em minha mente, deito-me no chão gelado e brinco com as lágrimas que escorrem dos meus olhos, desenho uma família, outra e mais outras, tantas famílias felizes até pegar no sono.
-Gaby acorde- a voz suave chama por mim enquanto mãos macias sacodem-me
-Cá deixe-me dormir- imploro
-Não faça isso consigo mesma minha menina, não se castigue tanto- suspira afagando os meus cabelos
Soluço involuntariamente, Cá não diz nada e estende os braços, me acomodo em seus braços gordinhos e choro questionando silenciosamente as causas da minha desgraça.
Levanto e fito os olhos enrugados que derramaram lágrimas por minha causa, agradeço-a com um olhar e ela assente, vou em diração ao banheiro.
Faço um banho demorado e escovo os dentes. Abro a porta do quarto e vejo os pepeis que amassei em um plástico e uma única folha no criado mudo, suspiro.
Eu não sei oque seria de mim sem Catarina Ortiz.
Abro o guarda roupas e escolho o pijama mais infantil e confortável, pego no papel e conservo na gaveta.
-Como pude te trocar por um chão gelado e duro- digo fitando a minha cama arrumadinha
-Eu também não sei de onde você tirou coragem para tal- Cá diz espreitando da porta
-A dor me dopou-digo me acomodando na cama macia e quente
Cá revira os olhos e entra com uma bandeja na mão.
-Imaginei que depois do banho você quisesse dormir, portanto eu não deixarei você faminta, trouxe o jantar-estende a bandeja para mim
Penso em recusar porque estou sem fome, só me apetece dormir, porém Cá consegue ser insistente e chata as vezes e para não perder horas de sono, recebo a bandeja e como enquanto ela assiste pacientemente.
-Muito obrigada mamãe, pelo jantar. Terminei- sorri.
- Eu adoro quando você me chama de “mamãe”- disse depositando um beijo em minha testa retirando a bandeja indo em direção a porta
-Cá- chamei
-Diga-responde virando-se
-Muito obrigada- agradeço
-Boa noite Gaby- abre a porta e me oferece um sorriso maternal antes de fecha-lá.
-Gaby-alguém grita pulando na cama
Acordo assustada e chateada, fito Luiza que não se importa com o meu humor e continua pulando. A porta se abre e Tiago entra.
-Vocé vai fazer muita falta- fala sentando na cama
ESTÁ A LER
Trechos do passado
Teen FictionGabriela tinha tudo e nada, o espezinho de quem a deveria amar levou-a a cercania da aversão. Alan desconhece o prazer de se sentir amado. Frio, arrogante, crédulo, cético a dor da perda levou-o a criar suas versões mais obscuras.